O Associazione Calcio Milan, freqüentemente abreviado em AC Milan ou Milan. É uma das principais equipes de futebol da Itália e do mundo, e atualmente atua na Serie A.
Partilha com o seu maior rival, a Internazionale, o Estádio Giuseppe Meazza, que no passado tinha o nome de Estádio San Siro, como ainda preferem chamá-lo atualmente os torcedores Milanistas, pois Giuseppe Meazza, que jogou em ambos os clubes teve maior destaque na Inter. Este estádio tem capacidade para 84.309 espectadores, é palco onde geralmente é disputado o clássico de Milão, Derby della Madonnina.
O Milan é a segunda equipe com mais conquistas no Campeonato Italiano, sendo dezessete conquistas, atrás apenas da Juventus de Turim com vinte e sete. Mas é o clube italiano com mais conquistas na Liga dos Campeões da UEFA, sendo sete conquistas e é também o maior campeão do Mundial Interclubes com quatro títulos.
Segundo pesquisa do Instituto Doxa em 2003, o Milan teria 16,4% da preferência dos italianos, o que equivale a 9.479.200 torcedores, sendo a segunda maior torcida italiana.
A história:
Fundação e anos iniciais
No dia 16 de dezembro de 1899, um grupo de torcedores esportivos, reunidos em um quarto do Hotel Du Nord, resolveram discutir suas preferências esportivas e em conseqüência fundar oficialmente o Milan Futebol & Cricket Club.
Freqüentado pela nata da sociedade milanesa, e por desportistas ingleses, o clube incentivou inicialmente a prática dos dois esportes que deram origem ao clube. Ao contrário do cricket, o futebol ainda era visto com reservas pela alta burguesia italiana, porém, logo tornou-se o esporte preferido entre os associados. O Milan passou a ser o clube dos trabalhadores da cidade e dos sindicalistas, enquanto a Internazionale era preferida pelas elites.
Em 1901, com apenas dois anos de idade, o Milan conquistou o seu primeiro Campeonato Italiano, após derrotar a Genoa e a Juventus no playoff final; feito que repetiria outras duas vezes (em 1906 e 1907), até a deflagração da Primeira Guerra Mundial.
Apagados anos dezenove a quarenta e nove
No intervalo entre as duas guerras mundiais (1919-1943), o Milan teve um desempenho apagado no Campeonato Italiano. O fato mais marcante no período foi a inauguração, em 1926, do Estádio San Siro, um presente do presidente do Milan, Pietro Pirelli, aos torcedores rubros-negros e à cidade de Milão. Pirelli financiou sozinho a construção do belo estádio, que foi totalmente inspirado na arquitetura dos estádios ingleses.

As origens anglo-saxônicas do Milan, no entanto, não gozavam da simpatia do movimento fascista italiano. Em 1946, o clube perdeu definitivamente o sotaque britânico, passando a se chamar Associazione Calcio Milan. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a Itália começou um lento e doloroso processo de reconstrução, e o futebol, à reboque do que acontecia no resto do país, começou a se desenvolver novamente, na medida em que o país se libertava dos fantasmas do fascismo.
Anos cinqüenta e o trio "Gre-No-Li"
Nos anos 50, o Milan contratou três espetaculares jogadores suecos: Gunnar Gren, Gunnar Nordahl e Nils Liedholm, que ficaram mundialmente conhecidos como o trio "Gre-No-Li". Eles eram as estrelas de uma equipe que fez história no clube, dominando boa parte do Campeonato Italiano daquela década. Gren e Liedholm eram os maestros do meio-de-campo, e Nordahl, o grande artilheiro da equipe.
Anos sessenta e a primeira conquista da Copa dos Campeões
O oitavo scudetto veio três anos depois, em 1962, com uma equipe em que despontavam os jovens Gianni Rivera, Cesare Maldini e Giovanni Trappatoni. O técnico da equipe na época era Nereo Rocco, muito querido pelos jogadores e pela torcida milanesa.

Um ano depois, em 1963, o clube conquistou a Copa dos Campeões, derrotando na final o Benfica de Portugal, com dois gols do brasileiro Altafini. O gol da equipe de Lisboa foi marcado por Eusébio, o maior craque da história do futebol português. Na decisão do Copa Intercontinental, o rubro-negro italiano não resistiu ao Santos de Pelé, perdendo o título após uma vitória de 4 a 2 em casa e duas derrotas no Maracanã (a primeira pelo mesmo placar e a segunda, no jogo de desempate, por 1 a 0).
O Milan só voltaria a brilhar no cenário europeu na temporada 1967/68, com a conquista de mais um scudetto e com o primeiro título na Recopa Européia, após derrotar o Hamburgo, da Alemanha, em Roterdã. No ano seguinte, o clube alçou vôos ainda mais altos e sagrou-se campeão europeu e mundial.

Ainda sob o comando de Rocco, e com Rivera no auge de sua forma, goleou o poderoso Ajax, da Holanda, que contava com o craque Johan Cruijff, por 4 a 1, na decisão da Copa dos Campeões, disputada em Madrid. O título na Copa Intercontinental veio alguns meses depois, numa decisão em dois jogos contra o Estudiantes, da Argentina.
Anos setenta e o décimo scudetto
O clube iniciou a década de 70 quebrando um jejum de quatro anos na Copa da Itália, ao conquistar o Bi-Campeonato em 1972/73. Ainda em 1973, conquistou pela segunda vez a Recopa Européia, vencendo na decisão os ingleses do Leeds United AFC.

Os anos seguintes, entretanto, não foram fáceis para o Milan. A derrota na final da Recopa Européia de 1974 para o desconhecido FC Madgeburg, da Alemanha Oriental, foi o estopim de uma grave crise no clube. Enquanto jogadores como Schnellinger, Trapattoni, Hamrim, Sormani e Prati se transferiam para outras equipes ou encerravam suas carreiras, os rivais Juventus e Internazionale investiam em reforços e formavam grandes
Mesmo sem um grande elenco, os rubros-negros ainda conquistaram no final da década uma Copa da Itália em 1977, e um scudetto-surpresa na temporada 1978/79, devido principalmente ao declínio súbito da Juventus, o grande "papa-títulos" da década de 70 no futebol italiano.
Nils Liedholm, uma das maiores legendas rubro-negras, foi o técnico na campanha, que marcou a despedida de Rivera e o surgimento de um jovem craque chamado Franco Baresi. A partir deste título, o Milan incorporou à sua camisa uma "estrela", que simboliza a conquista de dez scudettos, uma honra que somente mais dois clubes gozam na Itália: Juventus e Internazionale.
Anos oitenta na Série B e a nova direção
Depois de terminar o campeonato na terceira colocação em 1980, o Milan se envolveu no escândalo da loteria e foi punido com o rebaixamento à Série B do calcio. Entre os envolvidos no famoso escândalo estavam o goleiro Albertosi e o próprio presidente do clube, Felice Colombo. Depois de cair novamente à Série B dois anos depois, o clube conseguiu voltar à Série A em 84, mas o elenco estava a esta altura em pedaços. O escândalo das apostas e as duas temporadas longe da ribalta mancharam profundamente a imagem do Milan. Em 1985, o novo presidente Giuseppe Farina tentou reconstruir o clube, mas logo envolveu-se em complicações legais, e fugiu do país, desmoralizando ainda mais os rubro-negros.

Mesmo sem poder contar com Van Basten, ausente devido à uma contusão, o Milan conquistou o scudetto e a Supercopa Italiana em 1988. Os rubro-negros terminaram o campeonato com um ponto apenas de vantagem sobre o Napoli do craque argentino Diego Maradona, em uma conquista que marcou o início de um dos períodos mais gloriosos da história do clube.
O milionário Silvio Berlusconi seguiu investindo em contratações. Em 1989, trouxe mais um grande reforço: o holândes Frank Rijkaard, um volante de rara habilidade, companheiro de Van Basten e Gullit na seleção holandesa. Ainda mais forte do que na temporada anterior, o grupo do Milan seguiu encantando a Europa e o mundo, com atuações memoráveis. Na Copa dos C

A década de 1990 teve duas fases: a primeira 1990 a 1994 foi gloriosa para a squadra rossonera, enquanto que os cinco anos seguintes não foram tão bons para o Milan. Nos primeiros anos do decênio, o Milan confirmou sua grande fase. Em 23 de maio de 1990, venceu sua quarta Copa dos Campeões da Europa, em Viena, derrotando Benfica, de Portugal. Em dezembro do mesmo ano, conquistou pela terceira vez a Copa Intercontinental, com uma vitória incontestável sobre o Olimpia, do Paraguai, por 3 a 0.
Na temporada 1990/91, o Milan foi surpreendido pelo Olympique de Marselha, da França, e acabou sendo eliminado nas quartas-de-final da Copa dos Campeões da Europa. A temporada acabou sem títulos e com a troca de Arrigo Sacchi por Fabio Capello. Com o novo treinador, o Milan iniciou um novo período de conquistas. Na temporada 1991/92, Capello comandou a equipe que fez história, ao conquistar o Campeonato Italiano de forma invicta, e atingiu a marca de 58 partidas sem derrotas na Série A do calcio. Neste período, o clube conquistou três scudettos consecutivos (1991/92, 1992/93 e 1993/94) e três Supercopas Italianas (1992, 1993 e 1994).
Mas faltava a consagração na Copa dos Campeões, renomeada Liga dos Campeões da UEFA a partir da temporada 1992/93. Em 1993, o Milan chegou mais uma vez a final da competição, mas perdeu a final para o Olympique de Marselha, por 1 a 0. Mas a equipe francesa envolveu-se em encândalos de corrupção e teve seu título impugnado. Com isso, o Milan ganhou direito de enfrentar o São Paulo FC na final do Mundial Interclubes. Favorito, o clube italiano acabou surpreendido pela equipe do técnico Telê Santana, perdendo a final por 3 a 2.
Na temporada 1993/94, o Milan chegou ao seu quinto campeonato europeu, desta vez vencendo o time espanhol do Barcelona por 4 a 0. Mas na final do Mundial Interclubes, novamente uma derrota, desta vez para o Vélez Sarsfield, da Argentina. Na temporada seguinte, o Milan disputaria sua terceira final consecutiva da Liga dos Campeões da UEFA. Mas a equipe italiana cairia diante dos holandeses do Ajax, de Patrick Kluivert, por 1 a 0.
A derrota para equipe holandesa colocou fim a uma época de grandiosa da squadra rossonera. Apesar da conquista do scudetto na temporada 1995/96, a equipe milanista caiu vertiginosamente de produção nas duas temporadas seguintes, tendo, inclusive, de lutar contra o rebaixamento. Em 1996/97, terminou na 11ª colocação, e na temporada seguinte, sob o comando de Fabio Capello, fez outra campanha desastrosa, terminando o campeonato em 10º lugar.
No ano de seu centenário, o Milan deu um belo presente à sua torcida, conquistando um inesperado scudetto, o décimo sexto de sua história. Mesmo sem jogar um futebol exuberante, a equipe, que contava com o brasileiro Leonardo, teve o mérito de crescer na hora certa: venceu sete partidas consecutivas até a última rodada, e terminou um ponto à frente da Lazio na classificação final.
Anos dois mil, uma nova era
O jejum de títulos da equipe rubro-negra prosseguiu nos primeiros anos do novo milênio, mas voltou a ser respeitado na Europa. Na temporada 2002/03, alcançou a final da Liga dos Campeões da UEFA, contra a rival Juventus, depois de ter eliminado, nas semi-finais, seu outro rival italiano, a Internazionale. A equipe de Milão venceu a disputa nos pênaltis, por 3 a 2, depois de um empate sem gols, e chegou ao seu sexto título continental.
Na decisão da Copa Intercontinental, enfrentou o Boca Juniors, da Argentina. Mas desta vez, o clube italiano se deu mal nos pênaltis e perdeu a chance de se conquistar seu quarto título mundial.
O Milan voltou a ganhar o scudetto na temporada 2003/04, com o brasileiro Kaká sendo um dos destaques. Na temporada seguinte, a equipe rossonera chegou a final da Liga dos Campeões da UEFA como grande favorita diante do Liverpool, da Inglaterra. Após estar vencendo o jogo por 3 a 0, o Milan cedeu o empate e acabou batido nos pênaltis, por 3 a 2.

Na temporada seguinte, novamente o Milan ficou no "quase". Chegou às semifinais da Liga dos Campeões, mas foi derrotado pelo Barcelona da Espanha. Na Série A, viu a Juventus sagrar-se bicampeã. Mas o título, assim como o da temporada 2003/04, foi cassado, devido a descoberta de um esquema de manipulação de resultados nesta competição. Um promotor que estuda o caso pediu que a Juventus, o Milan, a Fiorentina e a Lazio fossem rebaixados. Mas apenas a Juve foi para a Serie B. O Milan começou a Serie A com menos 8 pontos. O título de 2004/05 ficou vago e o de 2005/06 foi herdado pela Internazionale.
Desacreditados, Ancelotti e equipe passaram a ser alvo de críticas da imprensa italiana no início da atual temporada. Com um desempenho irregular no primeiro turno da Série A, alguns colocaram em dúvida a classificação do Milan entre os quatro melhores do italiano. Mas a equipe recuperou-se ao longo da temporada e garantiu uma vaga na Liga dos Campeões 2007/08. A temporada marcou ainda a despedida do futebol do ídolo Alessandro Costacurta e a contratação de um novo: Ronaldo.
Além da recuperação no campeonato nacional, os rubro-negros chegaram a sua décima-primeira final na Liga dos Campeões. Após liderar seu grupo na primeira fase, os milanistas superaram o Celtic, da Escócia, o Bayern de Munique, da Alemanha e o Manchester United, da Inglaterra. O time de Milão conseguiu a revanche contra o Liverpool, em Atenas, vencendo o time inglês por 2 a 1, dois anos após os italianos perderem o título nos pênaltis. Com isso, o Milan conquistou o título de campeão europeu pela sétima vez. Também em 2007, o Milan conquistou seu quarto título mundial, em cima do Boca Juniors, da Argentina, por 4 a 2, três anos após perderem o título nos pênaltis, tornando-se assim o maior campeão do torneio.
Elenco:
Goleiros
1 Dida
16 Željko Kalac
29 Valerio Fiori
Defensores
2 Cafu
3 Paolo Maldini (C)
4 Kakhaber Kaladze
13 Alessandro Nesta
17 Dario Šimić
18 Marek Jankulovski
19 Giuseppe Favalli
25 Daniele Bonera
27 Serginho
31 Digão
36 Matteo Darmian
44 Massimo Oddo
Meias
5 Emerson
8 Gennaro Gattuso
10 Clarence Seedorf
20 Yoann Gourcuff
21 Andrea Pirlo
23 Massimo Ambrosini
28 Alex Guerci
32 Cristian Brocchi
34 Ibrahim Ba
Atacantes
7 Alexandre Pato
9 Filippo Inzaghi
11 Alberto Gilardino
22 Kaká
42 Kingsley Umunegbu
43 Alberto Paloschi
94 Willy Aubameyang
99 Ronaldo
Técnico
Carlo Ancelotti
Títulos:
Mundiais
Mundial de Clubes da FIFA: 1
(2007)
Mundial Interclubes: 3
(1969, 1989 e 1990)
Continentais
Liga dos Campeões da UEFA: 7
(1962/63, 1968/69, 1988/89, 1989/90, 1993/94, 2002/03 e 2006/07)
Supercopa Européia: 5
(1989, 1990, 1994, 2003 e 2007)
Recopa Européia: 2
(1967/68 e 1972/73)
Nacionais
Campeonato Italiano: 17
(1901, 1906, 1907, 1950/51, 1954/55, 1956/57, 1958/59, 1961/62, 1967/68, 1978/79 , 1987/88, 1991/92, 1992/93, 1993/94, 1995/96, 1998/99 e 2003/04)
Copa da Itália: 5
(1966/67, 1971/72, 1972/73, 1976/77 e 2002/03)
Supercopa da Itália: 5
(1988, 1992, 1993, 1994 e 2004)
Então é só isso,semana que vem é a vez do Barcelona,até lá.