
Cruzeiro vence a Portuguesa e vai disputar a sua 11ª Libertadores
Em dia de festa, mais de 30 mil pessoas assistiram à classificação do Cruzeiro para a disputa da sua 11ª Taça Libertadores da América. A Raposa teve muitas dificuldades, especialmente no primeiro tempo, mas venceu a Portuguesa, já rebaixada para a Segunda Divisão, por 4 a 1. Os gols da partida foram marcados por Thiago Ribeiro, Wanderley e Fernandinho, duas vezes. Athirson descontou para a Lusa. Depois da partida, os jogadores correram para a torcida e comemoraram como se fosse a conquista de um título.
Momentos antes do início do jogo, o lateral-esquerdo Sorín provocou um momento de euforia para a torcida do Cruzeiro. O lateral-esquerdo apareceu no meio das arquibancadas e foi exaltado pelos cruzeirenses.
Pressão logo no início
Precisando da vitória para chegar à Libertadores, o Cruzeiro começou o jogo pressionando a Portuguesa. Logo aos seis minutos, Wagner fez boa tabela e deixou Ramires sozinho com o goleiro André Luis, mas o volante finalizou muito fraco e a bola foi pela linha de fundo. A Portuguesa respondeu quatro minutos depois. Jonas recebeu passe pela esquerda, limpou a zaga cruzeirense e chutou forte. A bola passou muito perto do travessão de Fábio.
Depois dos 15 minutos, a partida ficou equilibrada. O Cruzeiro só chegou mais uma vez com perigo, aos 22. Fabrício fez boa jogada pelo meio e chutou rasteiro. André Luis teve que se esticar todo para fazer a defesa. A Raposa tentava mais o ataque, mas a Lusa abriu o placar, aos 35 minutos, deixando o Mineirão completamente calado. Athirson recebeu na área e bateu cruzado sem defesa para Fábio (assista ao vídeo).
O gol não abalou a torcida cruzeirense, que começou a cantar alto e apoiar a virada do time. Mas os jogadores não respondiam e chegavam muito lentos ao ataque. Os torcedores cobravam e gritavam que a Libertadores era obrigação. Aos 43, Ramires colocou Guilherme em boa posição, o atacante chutou cruzado, e André Luis pulou para salvar a Portuguesa.
Segundo tempo começa tenso
A torcida do Cruzeiro cobrou muito do time na volta para o segundo tempo. A Raposa tinha 45 minutos para fazer dois gols e se classificar para a Libertadores. A Portuguesa jogava muito bem e os jogadores, mesmo rebaixados, mostravam determinação durante o jogo. Aos oito minutos, Wagner cobrou escanteio fechado, André Luís espalmou para fora da área, e Guilherme tentou encobri-lo, mas o goleiro conseguiu se recuperar.
No lance seguinte, o atacante sentiu uma contusão, caiu e saiu de campo muito vaidado. Adilson Batista colocou Wanderley. Aos 12, o Mineirão veio abaixo. Fabrício foi até a linha de fundo e cruzou para a finalização perfeita de Thiago Ribeiro. A torcida do Cruzeiro foi ao delírio e se animou ainda mais logo em seguida. Wanderley, que tinha acabado de entrar, aproveitou uma bobeada da zaga paulista, retomou a bola e colocou no canto esquerdo do goleiro André (assista ao vídeo). Esse foi o primeiro gol do atacante com a camisa do Cruzeiro. A Portuguesa quase empatou, aos 27. Erick cruzou rasteiro da direita e Ralph, que também acabara de entrar, perdeu o gol sozinho na pequena área.
O Cruzeiro ampliou, aos 35. Fabrício lançou Wagner, ele entrou na área e foi puxado. O juiz não teve dúvidas e marcou pênalti. Fernandinho cobrou forte e aliviou a torcida cruzeirense. Aos 40, foi a vez de Ramires ser derrubado na área. Fernandinho cobrou com perfeição novamente e fechou o placar. Festa celeste no Mineirão, e a chance de conquistar a América em 2009.
Ficha técnica:
CRUZEIRO 4 x 1 PORTUGUESA
CRUZEIRO
Fábio, Marquinhos Paraná, Thiago Heleno, Leo Fortunato e Fernandinho; Fabrício, Henrique (Zé Eduardo), Ramires e Wagner; Thiago Ribeiro e Guilherme (Wanderley).
Técnico: Adilson Batista.
PORTUGUESA
André Luis, Ediglê, Bruno Rodrigo e Erick; Patrício, Rai, Wilton Goiano (Ralph), Héverton (Fellype Gabriel) e Athirson (Miltinho); Jonas e Edno.
Técnico: Estevam Soares.
Gols: Athirson, aos 35 minutos do primeiro tempo; Thiago Ribeiro, aos 12, Wanderley, aos 14, e Fernandinho, aos 36 e aos 40 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Patrício e Athirson (Portuguesa)
Estádio: Mineirão. Data: 07/12/2008.
Árbitro: Evandro Rogério Roman (Fifa PR).
Auxiliares: Ivan Carlos Bohn (PR) e Flávio Gilberto Kanitz (GO).
Confira a classificação final do Campeonato Brasileiro 2008
PALMEIRAS 0X1 BOTAFOGO
Palmeiras perde do Botafogo, mas derrota do Flamengo dá vaga na Libertadores
Assim como aconteceu no ano passado, o Palmeiras decepcionou mais uma vez na última rodada do Campeonato Brasileiro. O Verdão perdeu para o Botafogo por 1 a 0, neste domingo, no Palestra Itália. Mas contou com a incompetência do Flamengo, do ex-técnico Caio Júnior, que perdeu para o Atlético-PR por 5 a 3, e garantiu a cobiçada classificação para a Libertadores. O único gol da partida foi marcado por Wellington Paulista. (Assista ao vídeo exclusivo).
Apesar de garantir a classificação para Libertadores, o Palmeiras se classificou como quarto colocado por causa da vitória do Cruzeiro por 4 a 1 diante da Portuguesa, no Mineirão. Com isso, o Verdão terá de disputar a fase preliminar do torneio sul-americano para disputar a vaga na fase de grupo.
Já o Botafogo jogou com desenvoltura e inteligência. Soube explorar os contra-ataques, trocar posses, valorizar a posse de bola e terminou na 7ª colocação. Merecidamente vai disputar a Copa Sul-Americana.
Jogo equilibrado
Quem pensou que o Botafogo vinha para São Paulo a passeio se enganou. O jogo foi equilibrado no primeiro tempo, mas com chances de gols melhores para a equipe carioca. Jogando em casa, o Palmeiras iniciou pressionando no ataque. Aos sete minutos, após belo passe de Diego Souza, Kléber invadiu a área e chutou cruzado. O goleiro Renan espalmou. O Fogão deu o troco aos 11, com Lúcio Flávio, que carimbou o travessão após cobrança de escanteio venenosa.
De olho na vaga da Libertadores, a torcida do Palmeiras festejou muito o primeiro gol do Atlético-PR em cima do Flamengo, que também lutava pela classificação. Depois, no segundo gol da equipe paranaense, a comemoração aumentou ainda mais. O Verdão nem precisava derrotar o Botafogo com o tropeço do time carioca. Ainda no primeiro tempo, a Portuguesa fez 1 a o no Cruzeiro, no Mineirão, e tranqüilizou os palmeirenses.
Enquanto o Palmeiras ficou relaxado, o Botafogo foi à luta e criou boas chances para abrir o placar. Aos 30, Leandro Guerreiro tentou o gol e a zaga impediu. Aos 36, foi a vez de Alessandro, de fora da área, levar perigo ao gol de Marcos com um chute forte. Porém, a melhor chance aconteceu aos 39, em chute de Lúcio Flávio, que carimbou o travessão em belo chute de primeira. (Assista ao vídeo acima).
No final do primeiro tempo, apesar do empate sem gols, a derrota do Flamengo por 3 a 2 para o Atlético-PR, em Curitiba, e a vitória da Portuguesa por 1 a 0 diante do Cruzeiro, Mineirão, davam a vaga na Libertadores para o Palmeiras.
Segundo tempo
Assim como aconteceu em grande parte do primeiro tempo, o Botafogo voltou para a etapa final com maior ímpeto ofensivo. E, logo aos quatro minutos, após bela jogada, Lucio Flávio lançou Alessandro, que cruzou na medida para Wellington Paulista completar, de cabeça, para o fundo da rede: 1 a 0.
Para piorar, o Verdão passou a perder a terceira colocação após o Cruzeiro virar o placar e fazer 2 a 1 na Portuguesa. Mesmo assim, o Palmeiras ainda garantia a vaga na Libertadores, mas, com a quarta colocação, na fase preliminar.
Na base do tudo ou nada, Vanderlei Luxemburgo sacou o zagueiro Jeci e escalou o atacante Denílson. E o Palmeiras cresceu em campo. Tanto que Kléber, aos 12, perdeu gol incrível, cara a cara com o goleiro Renan. Em seguida, o treinador alviverde trocou o meia Evandro pelo atacante Thiago Cunha.
Ao trocar o defensivo 3-6-1 pelo 4-3-3, Luxemburgo colocou o Palmeiras para pressionar o Botafogo. Mas, apesar de pressionar e ter maior posse de bola, o Verdão não conseguiu escapar da forte marcação do Fogão. No final, Maxsandro, do Fogão; e Maurício, do Verdão, foram expulsos.
Ficha técnica:
PALMEIRAS 0 x 1 BOTAFOGO
PALMEIRAS
Marcos; Gustavo, Jeci (Denílson) e Maurício; Fabinho Capixaba, Pierre, Sandro Silva (Jumar), Evandro (Thiago Cunha) e Leandro; Diego Souza e Kléber.
Técnico: V. Luxemburgo
BOTAFOGO
Renan, Emerson, Andre Luis e Edson (Luciano Almeida); Alessandro, Leandro Guerreiro, Túlio Souza, Lucio Flavio e Triguinho; Lucas Silva (Jougle) e Wellington Paulista (Alexsandro).
Técnico: Ney Franco.
Gol: Wellington Paulista, aos quatro minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Gustavo (Palmeiras); Luciano Almeida, Emerson e Edson (Botafogo). Cartões vermelhos: Maurício (Palmeiras) e Maxsandro (Botafogo)
Estádio: Palestra Itália (SP). Data: 07/12/2008.
Árbitro: Heber Roberto Lopes (PR/Fifa).
Auxiliares: Roberto Braatz e Gilson Bento Coutinho, ambos do PR.
GOIÁS 0X1 SÃO PAULO
Time de chegada, São Paulo ganha o hexacampeonato brasileiro
O São Paulo até figurou na zona de rebaixamento no início do Campeonato Brasileiro e, em determinado momento da competição, quando ficou 11 pontos longe da liderança, esboçou abdicar do direito de brigar pelo título. Mas, como os próprios são-paulinos disseram nas últimas semanas, “deixaram chegar...”. E o Tricolor chegou! Depois de assumir a ponta da tabela só nas seis rodadas derradeiras, a vitória deste domingo – 1 a 0 sobre o Goiás – no estádio Bezerrão, na cidade-satélite do Gama (DF), confirmou o hexacampeonato brasileiro – o terceiro título consecutivo – do clube do Morumbi.

Nesta última rodada, o São Paulo foi para o Distrito Federal – a partida não foi realizada em Goiânia porque o Goiás perdeu o mando devido a uma briga de torcedores na partida com o Cruzeiro – com a festa quase pronta. Três pontos à frente do vice-líder Grêmio, um empate garantiria o título aos paulistas. Para os gaúchos, a única possibilidade de sonhar seria vencer o Atlético Mineiro, em Porto Alegre - o que aconteceu, por 2 a 0 - e ainda torcer para o Goiás ganhar no Gama.
Goiás e São Paulo entraram no gramado do Bezerrão depois de uma semana recheada de polêmicas. Desde segunda-feira o assunto ‘mala branca’ não saiu da pauta. Para incentivar o adversário são-paulino, pessoas ligadas ao Grêmio cogitaram mandar um incentivo de R$ 300 mil para ser dividido entre o elenco esmeraldino. O Tricolor, no entanto, parecia dar de ombros...
No sábado, véspera da decisão, a maior polêmica do ano. O juiz Wagner Tardelli, escalado para apitar o jogo do Gama, foi retirado da partida pela Comissão de Arbitragem. Motivo: suspeita de tentativa de manipulação de resultado, envelopes, convites do show da Madonna. Por precaução, a CBF promoveu um novo sorteio e indicou Jaílson Macedo Freitas. Ao receber o telefonema da convocação, ele descansava em sua casa na Bahia e se preparava para apitar a semifinal do Intermunicipal de Seleções, entre Conceição do Coité e Itajibá. De repente, estava nas mãos dele o mais importante dos 380 jogos do Campeonato Brasileiro.
Bola rolando no Bezerrão e no Olímpico...
Torcedores de São Paulo e Grêmio com um olho no jogo do seu time e outro no do rival. O Tricolor começou indo para cima. Logo nos primeiros minutos, bolas alçadas na área do Goiás deixavam claro que seria essa a tônica do duelo. Mas foi do Alviverde a primeira grande chance. Vitor avançou pela direita, cruzou rasteiro e Paulo Baier tentou completar de calcanhar. A bola passou raspando, mas assustou...
Só que o troco veio logo na seqüência. Henrique derrubou Borges na meia-lua. Rogério Ceni, aos gritos da torcida, se apresentou para cobrar a falta. Aos 22 minutos, o goleiro-artilheiro cobrou, Harlei espalmou, Hugo completou e Borges – impedido por 1,31m – desviou para o gol. O auxiliar Alessandro Rocha Matos, imaginando que teria sido gol contra, deixou o jogo seguir. E o árbitro endossou! Assista ao lado.
- Não me interessa se eu estava impedido ou não - disse Borges à TV Globo, na saída do intervalo, dando de ombros para a polêmica.
O técnico do Goiás, Hélio dos Anjos, não escondeu a revolta:
- Você perder tudo bem, agora o impedimento que foi é sacanagem, ninguem é trouxa aqui, a TV tá mostrando - declarou à Rádio Globo.
Se a conquista estava perto antes mesmo de o jogo começar, o que dizer com 1 a 0 no placar e com o Grêmio ainda empatando com o Galo? Veio o segundo tempo e o Tricolor Paulista continuou mandando na partida. O único susto que a zaga são-paulina sofreu foi numa cabeçada de Fausto, que Rogério Ceni defendeu sem muita dificuldade. Além dessa, chances de gol somente do quase-campeão. Aos 12 minutos, Hugo tentou de peixinho e Harlei fez excelente defesa no chão. Aos 22, Joílson cruzou na área, Borges completou, Harlei rebateu e Dagoberto acertou a trave. No sufoco, a zaga goiana afastou o perigo com um chutão.
Para não dizer que tudo estava favorável, veio a notícia de Porto Alegre. De pênalti, Tcheco abriu o marcador do Olímpico para o Grêmio. Mas faltando pouco mais de 20 minutos para o fim do Brasileirão, o São Paulo precisaria levar dois gols para deixar a conquista escapar. Mas quem apostaria, mesmo com o segundo gol gremista, que o time da chegada perderia a essa altura do campeonato?
Depois de uma temporada cheia de altos e baixos, o Tricolor passou boa parte do Brasileiro fora até mesmo da zona de classificação para a Copa Libertadores da América. Na terceira e quarta rodadas, o time ainda figurou entre os rebaixáveis. Mas foi se recuperando... Com vitórias importantes e contando com tropeços dos rivais, o time de Muricy Ramalho foi chegando, chegando, chegando... E chegou! Só na 33ª rodada é que o São Paulo virou líder. E não largou mais. Seis rodadas na ponta, 18 partidas sem saber o que é perder e o jogo com o Goiás só confirmou a conquista.
O São Paulo é campeão brasileiro pela sexta vez: 1977, 1986, 1991, 2006, 2007 e 2008!!!
FICHA TÉCNICA
GOIÁS 0 x 1 SÃO PAULO
GOIÁS
Harlei, Henrique, Ernando e Rafael Marques; Vitor, Fahel (Romerito), Ramalho, Paulo Baier, Júlio César (Adriano Gabiru) e Thiago Feltri; Fausto (Alex Terra)
Técnico: Hélio dos Anjos
SÃO PAULO
Rogério Ceni, André Dias, Miranda e Rodrigo; Joilson (Jancarlos), Richarlyson, Hernanes, Hugo e Jorge Wagner; Dagoberto (Bruno) e Borges
Técnico: Muricy Ramalho
Gols: Borges, aos 22 minutos do primeiro tempo
Cartões amarelos: Harlei, Paulo Baier, Vitor, Ernando e Rafael Marques (G); Rodrigo (SP)
Estádio: Bezerrão, Gama (DF). Data: 07/12/2008.
Árbitro: Jailson Macedo Freitas (BA).
Auxiliares: Alessandro Rocha Matos (BA) e Milton Otaviano dos Santos (RN).
FIGUIERENSE 3X1 INTERNACIONAL
Figueira vira para cima do Internacional no Orlando Scarpelli, mas é rebaixado
O Figueirense tentou, batalhou, e virou para cima do Internacional. Mas nem a vitória por 3 a 1 foi suficiente para manter o Alvinegro na Série A. O empate entre Santos e Náutico, por 0 a 0, e a vitória do Atlético-PR sobre o Flamengo, na Arena da Baixada, rebaixaram a equipe de Pintado para a Série B em 2009 ao lado de Vasco, Portuguesa e Ipatinga. Após o fim do jogo, os jogadores se concentraram para ouvir o jogo da Vila Belmiro no rádio, mas de nada adiantou.
Sob comando do técnico Pintado, foram três vitórias nos três últimos jogos, com um aproveitamento de 100%. Já o Internacional, mesmo com o revés, se manteve na sexta colocação do campeonato, com 54 pontos.
Estrela do jovem Talles
A partida começou como planejada. Nervoso, o Figueirense tinha problemas na parte da criação. Mas, na base dos cruzamentos, começou em cima do Internacional. Aos 5 e 6 minutos, Anderson Luís centrou e levou perigo ao gol de Lauro. Por muito pouco Cleiton Xavier e Tadeu não abriram o placar.
Sem ter com o que se preocupar, o campeão da Sul-Americana passou a gostar do jogo. Destaque do Inter na Copa SP de Futebol Júnior, o menino Talles Cunha começou pela primeira vez como titular. E teve estrela. Aos 18, arriscou de fora da área e assustou. Cinco minutos depois, foi a vez de Gustavo Nery cobrar falta da intermediária com perigo. Aos 25, no entanto, o jovem atacante foi feliz ao pegar a sobra de Wilson e abrir o placar.
O gol não intimidou o Figueira, tampouco desinteressou o Colorado. A partida tornou-se mais movimentada e imprevisível. Aos 34, Walter foi lançado e tocou por cima de Wilson. Bruno Perone salvou em cima da linha. O mesmo ocorreria aos 42, dessa vez em chute de Maikon. Mas a melhor chance foi de Rafael Coelho. No último minuto da primeira etapa, o atacante jogou para fora a chance de empate do Figueira. E o segundo tempo se tornaria ainda mais tenso.
Logo aos 2 minutos, em contra-ataque, Rosinei invadiu sozinho e poderia ter ampliado. Wilson voltou a trabalhar bem. O Figueira respondeu com Jairo, meia que substituiu o volante Gomes. E, aos 8, chegou ao gol de empate. Marquinho aproveitou-se do quique da bola na entrada da área e fuzilou, no canto de Lauro.
Time ajuda em campo. Resultados não
A emoção entrou em campo. Na saída de bola, Rosinei obrigou Wilson a fazer bela defesa após cabeçada. Mas o Figueira era quem necessitava mais. Aos 20 e 22, Rafael Coelho e Jairo assustaram a meta colorada. Senão na técnica, a equipe do técnico Pintado apostava na transpiração. A tática deu resultado.
Em dois minutos o Figueirense definiu a partida. Aos 23, Rafael Coelho puxou para a esquerda de fora da área e virou o jogo. O gol se transformou em uma pressão incrível do time da casa, que ampliou aos 25, com Cleiton Xavier, que, curiosamente, pertence ao Internacional.
A partir daí, ambos tocaram a bola, enquanto o Figueira aguardava por boas notícias. Mas o empate de Náutico e a vitória do Atlético-PR selaram o destino do Alvinegro: a Série B em 2009. O Internacional, apesar do resultado, terminou o campeonato na sexta colocação.
Ficha técnica:
FIGUEIRENSE 3 x 1 INTERNACIONAL
FIGUEIRENSE
Wilson, Bruno Perone, Gomes (Jairo) e Alex; Anderson Luis, Leandro Carvalho, Marquinho, Cleiton Xavier e William Mateus; Tadeu (Asprilla) e Rafael Coelho.
Técnico: Pintado.
INTERNACIONAL
Lauro, Ricardo Lopes, Bolívar, Álvaro e Gustavo Nery; Maycon, Rosinei, Guiñazu e Andrezinho (Rodrigo Paulista); Talles Cunha (Guto) e Walter.
Técnico: Tite.
Gols: Talles Cunha, aos 25 do primeiro tempo; Marquinho, aos 8, Rafael Coelho, aos 23 e Cleiton Xavier, aos 25 do segundo tempo.
Cartões amarelos: Leandro Carvalho e Rafael Coelho (Figueirense), Maikon, Álvaro e Ricardo Lopes (Internacional).
Estádio: Orlando Scarpelli. Data: 07/12/2008.
Árbitro: Wilson Luiz Seneme (Asp. Fifa/SP).
Auxiliares: Ednilson Corona (Fifa/SP) e Emerson Augusto de Carvalho (Fifa/SP).

Em ritmo de férias, Flu empata com o Ipatinga e garante vaga na Sul-Americana
Foi uma tarde de festa no Maracanã. Mais de 50 mil torcedores do Fluminense compareceram ao estádio para homenagear o zagueiro Thiago Silva, que fazia a sua última partida com a camisa tricolor, contra o Ipatinga. O empate por 1 a 1 classificou o time tricolor para a Copa Sul-Americana do ano que vem, já que terminou a competição com 45 pontos ganhos e na 14ª posição na tabela.
No fim da partida, o técnico René Simões reuniu os jogadores no gramado e fez questão de agradecer o apoio dos torcedores. Thiago Silva deu a sua volta olímpica, sozinho e chorando, para se despedir dos tricolores, que gritavam: ‘Thiago vai voltar!’
Torcida do Flu vibra com a desgraça alheia
O primeiro tempo começou de forma lenta, com os dois times trocando muitos passes no meio-de-campo. Aos quatro minutos, Adeílson recebeu a bola livre de marcação, mas perdeu a dividida com o goleiro Fernando Henrique, que se machucou na jogada e foi substituído por Diego. A primeira grande chance tricolor aconteceu aos dez minutos, Romeu chutou forte, de longa distância, e obrigou o goleiro Fred a fazer grande defesa. O Ipatinga respondeu aos 21 minutos, com Muller. Ele invadiu a área pela esquerda e chutou para Diego salvar o Fluminense de sofrer o gol.
Com o nível técnico da partida muito baixo, a torcida tricolor se divertia mais com os anúncios feitos pelo placar do Maracanã. A cada gol marcado pelo Atlético-PR, na Arena da Baixada, contra o Flamengo, e o gol feito pelo Vitória contra o Vasco, em São Januário, os torcedores do Fluminense vibravam como gol do time.
Washington marca e garante a vaga na Sul-Americana
Veio o segundo tempo e com ele as maiores emoções da partida. Aos 14, Adeilson dominou livre de marcação e chutou de canhota para abrir o placar para o Ipatinga. A derrota tiraria o Fluminense da Copa Sul-Americana do ano que vem, mas o empate aconteceu aos 25. Washington matou a bola no peito e chutou no alto, não dando chance de defesa para Fred.
O Fluminense ainda teve duas chances para virar o placar, em cobranças de escanteio, mas o goleiro Fred salvou o Ipatinga. No último lance de perigo da partida, o time mineiro quase faz o segundo gol. Adeílson avançou pela esquerda e chutou forte no travessão de Diego.
Ficha técnica:
FLUMINENSE 1 x 1 IPATINGA
FLUMINENSE
Fernando Henrique (Diego), Wellington Monteiro, Luiz Alberto, Thiago Silva e Junior Cesar; Ygor (Somália), Romeu, Arouca e Conca; Maicon (Tartá) e Washington.
Técnico: René Simões.
IPATINGA
Fred, Afonso, Patrick, Gian e Baroni (Anderson); Léo Oliveira, Augusto Recife, Júlio e Pablo Escobar; Muller (Luciano Mandi) e Adeílson.
Técnico: Enderson Moreira
Gols: Adeílson, aos 14, e Washington, aos 25 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Júlio, Pablo Escobar (Ipatinga)
Renda: R$ 929.647,00 Público: 49.178
Estádio: Maracanã. Data: 07/12/2008.
Árbitro: Carlos Eugênio Simon.
Auxiliares: Katiúscia Mayer Berger Mendonça (Fifa /ES) e Marcelino Tomaz de Brito Neto (SP).

Grêmio luta até o fim e bate o Galo, mas fica com o vice-campeonato
O Grêmio até pode ter morrido na beira da praia, como diz o ditado, mas nadou até o fim, incansável. Como de costume, fez o que podia, sendo muito aplaudido pelos torcedores no Olímpico lotado. Mesmo jogando pouco, o Tricolor gaúcho bateu o Atlético-MG por 2 a 0. Ficou com o vice-campeonato do Brasileirão 2008 porque o São Paulo, com uma recuperação impressionante no segundo turno, garantiu nova vitória, desta vez sobre o Goiás por 1 a 0, com um gol de Borges em posição irregular, e conquistou o hexacampeonato nacional. A diferença entre campeão e vice ficou em três pontos – 75 contra 72. O Grêmio só seria campeão se vencesse e o Tricolor Paulista fosse derrotado, o que não aconteceu.
Restou a vaga na Libertadores e o orgulho por uma campanha que talvez tenha ido além dos limites do time. De rebaixável, o Grêmio virou o segundo melhor time do país. Para vencer o Atlético, teve que suar, do mesmo jeito que fez durante todo o Brasileirão. O Galo lutou, disputou cada bola, vendeu caro o resultado. No fim do jogo, a torcida gremista fez a festa, mesmo assim, e ainda gritou:
- Grêmio, Grêmio, seremos campeões da América.
O gol do Grêmio foi de seu capitão. Tcheco, aos 17 minutos do segundo tempo, marcou em cobrança de pênalti. Os mineiros, com a derrota, ficaram estacionados nos 48 pontos, com uma vaga na Sul-Americana do ano que vem.
Esperança vira frustração no primeiro tempo
Os primeiros minutos de jogo foram de esperança para o Grêmio. Enquanto o Goiás ameaçava o São Paulo no Bezerrão, o Tricolor dominava o Atlético no Olímpico. O sonho parecia possível.
O time de Celso Roth começou criando chances. E desperdiçando todas elas. Souza foi o destaque. Apareceu bem pela direita e produziu quase tudo que o Tricolor teve na primeira etapa. Com sete minutos, mandou uma bomba. O goleiro espalmou. Aos 33, mandou outra. E o goleiro espalmou de novo. Perea também teve boa chance, mas a zaga desviou.
O clima era de otimismo. A torcida apoiava na arquibancada, o time mandava bem em campo. Mas aí saiu o gol do São Paulo sobre o Goiás. Aquilo que era viável tornou-se quase impossível. A torcida sentiu a pancada. E o time parou de produzir.
A esperança virou frustração para o Grêmio. O Galo, brioso, cresceu na parada. Castillo, aos 39, mandou colocado, da esquerda, e obrigou Victor a fazer uma daquelas defesas que ele colecionou ao longo da competição.
Antes, o Atlético fizera dois gols, mas em ambos a arbitragem marcou impedimento. O segundo lance, com conclusão de Pedro Paulo, é muito duvidoso (assista ao vídeo acima). Certo mesmo é que os sustos levados pelo time gaúcho foram uma síntese da queda de rendimento da equipe no gramado. O Tricolor parou de produzir. Pior: nervoso, passou a errar passes. A torcida chegou a reclamar, mas não deixou de cantar.
Sonho imortal
A situação já não era das mais animadoras, mas os sonhos gremistas também carregam certa imortalidade. Aos 15 minutos do segundo tempo, Felipe Mattioni foi derrubado na área por César Prates. Tcheco cobrou com qualidade para dar nova dose de ânimo aos gremistas.
Logo depois, o estádio explodiu em euforia. A torcida ouviu a narração de um gol do Figueirense sobre o Inter e pensou que fosse do Goiás. Foram alguns segundos de êxtase. Mas longe do Olímpico, lá no Distrito Federal, o São Paulo segurava o adversário e se mantinha firme e forte no caminho do título.
O Grêmio continuou no ataque, buscando o tempo todo um segundo gol que, na prática, foi inútil. Mesmo assim, Soares, de cabeça, fechou o placar aos 37 (assista ao vídeo). Para um time que não desiste nunca, foi mesmo o melhor a fazer. A torcida, orgulhosa, deixou de lado a dor pela perda do título e aplaudiu os atletas. Foi mais um afago para jogadores que, em sua maioria, seguirão no Olímpico em 2009, ano de Libertadores.
E como os gremistas gostam de uma Libertadores.
Ficha técnica:
GRÊMIO 2 x 0 ATLÉTICO-MG
GRÊMIO
Victor, Léo, Jean e Réver; Souza, Rafael Carioca (Felipe Mattioni), Willian Magrão, Tcheco e Hélder (André Luís); Perea e Marcel.
Técnico: Celso Roth.
ATLÉTICO-MG
Édson, Sheslon, Leandro Almeida, Welton Felipe e César Prates; Nen, Márcio Araújo, Elton e Renan Oliveira; Pedro Paulo (Tchô) e Castillo (Jael).
Técnico: Marcelo Oliveira.
Gols: Tcheco, aos 17, Soares, aos 37 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Willian Magrão (Grêmio); Elton, Nem, Leandro Almeida e Edson (Atlético-MG).
Estádio: Olímpico, em Porto Alegre (RS). Data: 07/12/2008.
Árbitro: Luis Antonio Silva Santos (RJ).
Auxiliares: Hilton Moutinho Rodrigues (Fifa RJ) e Dibert Pedrosa Moises (Fifa RJ).
Vídeos do jogo
Souza faz boa jogada, mas Jean não consegue mandar para as redes, aos 14 do primeiro tempo
Willian Magrão tenta de cabeça, mas a bola sai sobre o gol, aos 17 do primeiro tempo
Nem completa para as redes, mas a arbitragem assinala impedimento, aos 34 do primeiro tempo
Renan Oliveira bate de esquerda, mas a bola sai sobre o gol, aos 39 do primeiro tempo
Tcheco rouba a bola e chuta, mas acerta a rede pelo lado de fora, aos seis do segundo tempo
Nem bate de longe, mas a bola vai para fora, aos 23 do segundo tempo
PRIMEIRO GOL DO GRÊMIO! Tcheco cobra pênalti e abre o placar, aos 16 do segundo tempo
Perea chuta com força, e Édson evita o gol, aos 36 do segundo tempo
ATLÉTICO-PR 5X3 FLAMENGO
Atlético-PR atropela, se garante na Série A e deixa o Fla fora da Taça Libertadores
Os dois times tinham objetivos claros e distintos na partida deste domingo, pela última rodada do Campeonato Brasileiro. Porém, desde que a bola rolou, apenas o Atlético-PR demonstrou vontade de consegui-lo. No fim, venceu facilmente o Flamengo por 5 a 3, na Arena da Baixada, se garantiu na Primeira Divisão e acabou com o sonho do adversário de disputar a próxima Taça Libertadores.
Com o estádio lotado e direito a uma prece coletiva antes do jogo, o Furacão se inspirou e engoliu os visitantes física e taticamente. No fim, o técnico Geninho, que assumiu o time em situação crítica, teve o nome cantado em coro pela torcida. A equipe termina a competição com 45 pontos e classificada para Copa Sul-Americana, assim como o Fla.
O mesmo direito terá o Flamengo, quinto colocado, com 64 pontos. Entretanto, para os cariocas resta o gosto de frustração. O Palmeiras perdeu para o Botafogo por 1 a 0 e bastava uma vitória fora de casa para o time retornar ao G-4. Pelo que apresentou, a goleada ficou barata. A atuação desastrosa termina de forma melancólica a era Caio Júnior no comando da equipe. O treinador deve entregar o cargo ainda nesta semana.
Atlético-PR domina, e Fla sai no lucro na primeira etapa
Empurrado por sua torcida, o Atlético-PR iniciou a partida no campo de ataque, mas sem criar oportunidades de gol. Sem conseguir trocar passes do meio-campo para frente, o Flamengo ficou preso e sem saída de bola. Mesmo assim, deu o primeiro chute perigoso. Aos dez minutos, Diego Tardelli recebeu na intermediária e chutou. Galatto espalmou.
A fragilidade do time montado por Caio Júnior ficou evidente aos 12 minutos. Depois de uma falta lateral cobrada por Netinho, Toró subiu mal e cabeceou para o próprio gol. Festa no “caldeirão” da Baixada.

A vantagem e a facilidade fizeram mal ao Atlético-PR. Em lance bobo, Vandinho foi derrubado dentro da área. Pênalti. Marcelinho Paraíba cobrou forte e diminuiu, aos 35.
No momento em que os cariocas esboçavam a reação, Júlio César, aos 39 minutos, aproveitou falha dupla de Juan e Bruno e fez o terceiro gol do Furacão chutando rasteiro da intermediária. Mas houve tempo de o time visitante diminuir ainda no primeiro tempo. Marcelinho avançou, chutou forte, a bola desviou na zaga e entrou no alto, sem chance para Galatto.
Com os resultados parciais, o Atlético-PR safava-se do rebaixamento sem sustos. Por isso, reduziu o ritmo na etapa final. Aos 11 minutos, Rafael Moura chutou rasteiro da entrada da área, e Bruno defendeu com dificuldade.
Entre erros a granel, os minutos passaram e apenas o time paranaense conseguia seu objetivo. Aos 29 minutos, Zé Antônio, que acabara de entrar, recebeu na área e teve tempo de dominar e escolher o canto para fazer o quarto. Perdido, o Flamengo se desesperou e Juan e Jaílton discutiram.
Angelim ainda acertou a trave aos 33, e Fernandão perdeu gol incrível aos 37: após receber do próprio Angelim e, livre na pequena área, escorar em cima de Gallatto.
Aos 41, Alan Bahia deslocou Bruno com uma paradinha e marcou o quinto em cobrança de pênalti. Aos 43, Bruno foi ao ataque cobrar falta na entrada da área e acertou a trave. No último lance, Marcelinho Paraíba fez o terceiro dos cariocas cobrando mais um pênalti. Fim de jogo e alívio para o Rubro-Negro paranaense. Do lado carioca, apenas lamentações.
Ficha técnica:
ATLÉTICO-PR 5 x 3 FLAMENGO
ATLÉTICO-PR
Gallatto, Rhodolfo, Antonio Carlos e Chico; Alberto (Zé Antônio), Alan Bahia, Valencia, Julio dos Santos (Kelly) e Netinho; Rafael Moura e Júlio César (Geílson).
Técnico: Geninho.
FLAMENGO
Bruno, Jaílton, Fábio Luciano e Ronaldo Angelim; Leo Moura, Toró (Everton), Aírton, Marcelinho Paraíba e Juan; Diego Tardelli (Maxi) e Vandinho (Fernandão).
Técnico: Caio Júnior.
Gols: Toró, contra, aos 12, Rafael Moura, aos 27, Marcelinho Paraíba, aos 35, Júlio César, aos 39, Marcelinho Paraíba, aos 42 minutos do primeiro tempo; Zé Antônio, aos 29, Alan Bahia, aos 42, Marcelinho Paraíba, aos 46 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Netinho, Zé Antônio, Rafael Moura (Atlético-PR), Toró, Aírton (Flamengo).
Estádio: Arena da Baixada. Data: 07/12/2008.
Árbitro: Leonardo Gaciba da Silva (Fifa/RS).
Auxiliares: Altemir Hausmann (Fifa /RS) e José Antônio Chaves Franco Filho (RS). Renda: R$ 375.280,00. Público: R$ 22.016 pagantes (23.863 pagantes)
VASCO 0X2 VITÓRIA
Um gigante cai: derrota para o Vitória sela o dia mais triste da história do Vasco
Um ano de muitos problemas internos e conturbação política, até com troca de presidente no Vasco, terminou com o rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro neste dia 7 de dezembro de 2008, o mais triste da história do Gigante da Colina. Precisando de muitos resultados para permanecer na elite, a equipe cruzmaltina sequer se ajudou, pois perdeu para o Vitória por 2 a 0, gols de Leandro Domingues e Adriano, em São Januário, diante da torcida, que fez a sua parte e apoiou do início ao fim, mas não foi o suficiente. O choro de Pedrinho, que estava no banco de reservas, simbolizou bem a desilusão que se abateu no estádio e em todos os vascaínos pelo Brasil afora.
A cena mais dramática em São Januário aconteceu logo após a partida, quando um torcedor, identificado apenas como Fernando, ameaçou se jogar da marquise do estádio. Policiais e bombeiros conseguiram impedir que o ato de desespero do cruzmaltino se concretizasse.
OUÇA OS GOLS DA PARTIDA
Nenhum resultado ajudaria a salvar o Vasco da degola, já que o Atlético-PR venceu o Flamengo por 5 a 3, o Náutico empatou diante do Santos sem gols, e, mesmo o Figueirense, igualmente rebaixado, superou o Internacional por 3 a 1. Resta ao Gigante da Colina se estruturar e iniciar a sua grande virada em 2009, já que o 18º lugar e os 40 pontos neste ano não estão à altura do Clube de Regatas Vasco da Gama, tetracampeão brasileiro. A volta à elite é mais um desafio na trajetória de um dos clubes mais vencedores do futebol nacional.
A partida também marcou a despedida de Edmundo, um dos maiores ídolos da história do clube, que, antes do jogo, anunciava que esta seria a última vez que defenderia o Vasco, independentemente do que acontecesse. Ele começou como titular no ataque, mas, apesar de lutar muito, não foi capaz de evitar a frustração do rebaixamento.
O Vitória encerra a competição na 10ª posição, com 52 pontos, honrosa para um time que voltou a figurar na elite do futebol brasileiro neste ano e jamais foi ameaçado pelo rebaixamento. Ao longo do campeonato, o Rubro-Negro chegou a brigar por vaga na Libertadores, mas caiu de rendimento no segundo turno e ficou apenas com a classificação para a Copa Sul-Americana no fim das contas.
Vitória aproveita nervosismo cruzmaltino desde o início

O Vitória voltou a se animar aos dez minutos, quando Jackson percebeu a penetração de Leandro Domingues. O camisa 10 chegou chutando, mas, desta vez, mandou por cima da meta defendida por Rafael. A postura ofensiva dos baianos proporcionou um contra-ataque aos donos da casa aos 14. Edmundo lançou Alex Teixeira, mas Leonardo Silva estava atento, desviou e Gléguer afastou de vez o perigo com os pés.
Neste momento, o Atlético-PR abriu o placar diante do Flamengo, em Curitiba, resultado que não favorecia o Vasco, e, por isso, não foi mostrado no placar eletrônico de São Januário. Mesmo aparentemente sem saber da má notícia, o time vascaíno parecia nervoso, tanto que Odvan levou um cartão amarelo sem a bola estar em jogo por empurrar repetidamente um adversário antes de o escanteio ser cobrado.
Aos 22, o grito de gol quase ecoou em São Januário. Madson mandou uma bomba, Edmundo, em posição de impedimento, apareceu na cara de Gléguer, que espalmou nos pés de Matheus. O meia fez o gol, que foi invalidado devido à posição irregular do Animal. A rede foi balançada dois minutos depois, mas não do jeito que a torcida cruzmaltina imaginava. Marquinhos tocou para Leandro Domingues entrar livre na área e vencer o goleiro para fazer 1 a 0 a favor dos visitantes.
O Vasco não se ajudava, mas o Inter bem que fazia sua parte ao inaugurar o placar contra o Figueirense. Na Arena da Baixada, no entanto, o Atlético-PR aumentava a vantagem sobre o Flamengo para 2 a 0. Em São Januário, quem seguia melhor era a equipe baiana. Leandro Domingues desequilibrou em dois lances. Aos 29, o meia aplicou um drible da vaca em Odvan, mas adiantou demais a bola, e, aos 31, em cobrança de escanteio, Leonardo Silva deu uma cabeçada que passou raspando.
Sem tranqüilidade para criar bons lances, a saída encontrada por Madson, aos 39, foi arriscar de longe, e o chute passou bem perto. O Vitória segurava o resultado, enquanto o placar se movimentava no Paraná. O Fla reagiu, mas o Furacão também marcou, e o placar de 3 a 2 para o time da casa ainda não adiantava para o Vasco. Com apenas um resultado a seu favor, precisando de vitória do Santos, que empatava sem gols, ou do Fla, que perdia, o Gigante da Colina deixou o campo com a torcida em silêncio com um incentivo no placar eletrônico: "Vascaínos, vamos virar esse jogo. Aplauda e incentive o nosso time."
Começo empolgado do Vasco, mas nada de gol

O Vasco seguia pressionando mesmo sem os resultados ajudarem, pois o Atlético-PR vencia, e o Náutico segurava o empate com o Santos. O único resultado favorável acontecia em Florianópolis, pois, mesmo o Figueirense empatando diante do Inter, a vitória vascaína bastava para ultrapassar o rival catarinense.
Aos 15, Madson bateu falta e Gléguer brilhou novamente com mais uma defesaça. O ritmo alucinante do início da segunda etapa foi diminuindo quando o Figueirense virou diante do Inter para 3 a 1 com dois gols seguidos. Neste momento, nenhum resultado ajudava o time cruzmaltino a se salvar, incluindo o do próprio Vasco.
Jorge Luiz perdeu mais uma chance pelo alto, aos 28, mas, logo depois, o Vitória aproveitou o desespero do rival para fazer o segundo gol. Ricardinho fez boa jogada dentro da área e tocou na saída de Rafael. Adriano entrou de carrinho para colocar 2 a 0 no placar. Pedrinho não segurou a emoção e foi às lágrimas no banco se reservas. A torcida, também já incrédula, começou a deixar São Januário. Sob os gritos de "Não é humilhação, o Vasco é tradição", os cruzmaltinos aparentemente se conformaram com o rebaixamento.
Leandro Domingues ainda ameaçou o gol cruzmaltino aos 37 minutos, mas Rafael fez a defesa. O Vasco tentava desordenadamente diminuir a vantagem dos visitantes. Mas não havia organização para virada ou qualquer tipo de reação. A tristeza estava na face de cada vascaíno, que acreditou até o último minuto na virada. A virada, no entanto, só começa em 2009, quando o clube vai buscar retornar ao seu lugar de direito: a Série A do Brasileirão.
Ficha técnica:
VASCO 0 x 2 VITÓRIA
VASCO
Rafael, Wagner Diniz, Odvan, Jorge Luiz e Johnny (Leandro Bomfim); Jonílson, Matheus (Faioli), Madson e Alex Teixeira; Leandro Amaral e Edmundo.
Técnico: Renato Gaúcho.
VITÓRIA
Gléguer, Wallace, Leonardo Silva, Marcelo Batatais e Marcelo Cordeiro; Vanderson, Renan, Willians (Ricardinho) e Leandro Domingues; Jackson e Marquinhos (Adriano).
Técnico: Vagner Mancini.
Gols: Leandro Domingues, aos 24 minutos do primeiro tempo, e Adriano, aos 29 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Odvan e Madson (Vasco)
Estádio: São Januário. Data: 07/12/2008.
Árbitro: Alício Pena Júnior (MG).
Auxiliares:Márcio Eustáquio Santiago (MG) e Helberth Costa Andrade (MG).

Leão vence Coxa e se despede do Brasileiro em 'amistoso' de sete gols
O jogo previsto para ser o menos interessante da última rodada do Campeonato Brasileiro surpreendeu a todos. Em uma partida que não valia mais nada, Sport e Coritiba protagonizaram uma partida emocionante na Ilha do Retiro, que terminou com a vitória do Leão por 4 a 3.
Apesar da derrota, um jogador do Coxa teve muitos motivos para comemorar. Autor do segundo gol alviverde, o atacante Keirrison se tornou um dos três artilheiros da competição, ao lado de Kleber Pereira, do Santos, e de Washington, do Fluminense.
Com o resultado, o Sport terminou o Campeonato Brasileiro de 2008 na 11ª colocação, com 52 pontos. O Coritiba ficou duas posições na frente, com um ponto a mais que os pernambucanos.
Correria e gols
Um desavisado que visse o primeiro tempo de Sport x Coritiba, poderia pensar que a partida decidia o título do Brasileiro. Mesmo sem disputar nada na competição, os dois times mostraram muita vontade e criaram muitas chances.
Prova disso é que, logo aos 7 minutos, o Rubro-Negro abriu o placar com Wilson, dando carrinho após chute cruzado de Moacir. O ritmo continuou intenso e o camisa 11 do Leão voltou a aparecer aos 13. Após confusão na área, Durval chutou e o atacante apenas desviou para fazer o segundo.
O Coxa não se intimidou e conseguiu diminuir logo depois. Aos 16, Marlos deixou Durval no chão, entrou na área e bateu na saída de Cleber. Os paranaenses chegaram ao empate aos 30 minutos. Keirrison recebeu cruzamento de Marlos e bateu no canto, chegando à artilharia do Brasileiro.
A vontade não se limitava às chances criadas. Aos 44 minutos, Tiago Bernardi jogou Wilson fora de campo. O jogador alviverde, que já tinha cartão amarelo, foi expulso. Com um a mais, o Sport chegou ao terceiro gol três minutos depois. Moacir chutou e Wilson, mais uma vez, desviou a bola, enganando o goleiro Vanderlei.
Ritmo diminui, emoções não
O segundo tempo foi bem diferente da inusitada primeira etapa. O jogo ficou mais lento e as equipes criaram muitas chances. Mais cansados, os atletas transformaram a vontade em violência em alguns momentos, como quando Ciro deu um carrinho violento em Marcos Tamandaré logo aos sis minutos.
Quando o jogo ficava cada vez mais morno, o Coritiba conseguiu empatar mais uma vez, aos 33 minutos. Depois de cobrança de escanteio, Rodrigo Mancha cabeceou para o fundo do gol. O jogo, porém, não havia acabado. Aos 44, Durval também deixou sua marca e deu a vitória ao Sport.
Ficha técnica:
SPORT 4 x 3 CORITIBA
SPORT
Cléber; Sidny, César, Durval e Márcio Goiano; Andrade (Dudé), Moacir (Juninho), Júnior Maranhão e Kássio (Joélson); Ciro e Wilson.
Técnico: Nelsinho Baptista.
CORITIBA
Vanderlei, Maurício, Rodrigo Mancha e Tiago Bernardi; Arílton (Marcos Tamandaré), Ale, Rubens Cardoso (Henrique Dias), Guaru e Ricardinho (Carlinhos Paraíba); Marlos e Keirrison.
Técnico: Dorival Júnior.
Gols: Wilson, aos 7, 13 e 47; Marlos, aos 16; e Keirrison, aos 30 minutos do primeiro tempo. Rodrigo Mancha, aos 33; Durval, aos 44 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Kássio, Júnior Maranhão e Andrade (Sport) e Tiago Bernardi e Alê (Coritiba).
Cartão vermelho: Tiago Bernardi (Coritiba) e Ciro (Sport).
Estádio: Ilha do Retiro. Data: 07/12/2008.
Árbitro: Mauricio Aparecido de Siqueira (MT).
Auxiliares: Alécio Aparecido Lezo (MS) e Carlos Lustosa Filho (PI).

Peixe e Timbu ficam no zero. Pior para o time da casa. E para Kléber Pereira
Um final de Brasileirão melancólico para o Santos e de alívio para o Náutico. Jogando pessimamente, o Peixe não conseguiu furar o bloqueio da equipe de Recife e o jogo disputado neste domingo à tarde, na Vila Belmiro, não saiu de um magro 0 a 0, num jogo sofrível. Com o resultado, o Santos, com 45 pontos, está fora da Copa Sul-Americana, pois foi ultrapassado pelo Atlético-PR, que leva a melhor no número de vitórias. Já o Náutico, com o pontinho suado, foi a 44 e se livrou do rebaixamento. Kléber Pereira foi alcançado por Washington e Keirrison e terá de dividir o posto de artilheiro do Brasileirão. Todos com 21 gols.
O Santos entrou em campo perseguindo dois objetivos: garantir a vaga na Sul-Americana e consagrar Kléber Pereira artilheiro do Brasileirão. No entanto, obsessão pela segunda meta, acabou atrapalhando a realização da primeira. Durante toda a primeira etapa, todo jogador santista que recebia a bola, procurava o atacante, que, muitas vezes, não estava bem posicionado. Até mesmo as faltas, normalmente cobradas por Molina ou Kleber, ficaram a cargo de Kléber Pereira, que não conseguia acertar o alvo.
O Peixe até pressionou no início e, aos 14 minutos, perdeu uma chance incrível, quando Pará entrou livre pela direita e cruzou para o lateral Kleber, que recebeu na entrada da pequena área e chutou. O goleiro Eduardo defendeu à queima-roupa.
A apenas um empate da sobrevivência na Série A, o Timbu se trancava atrás e buscava espaço para contra-atacar. E aos poucos, foi assustando o time da casa. O Santos marcava muito mal, principalmente pelo lado esquerdo de sua defesa. Kleber tentava ajudar no meio-de-campo e abandonava o seu setor, dando espaços para o Náutico avançar por ali. Tanto que Fábio Costa salvou o Peixe em duas oportunidades: aos 28 e aos 35 minutos da primeira etapa, ambos em chutes de Felipe.
Para piorar, o sistema de som da Vila Belmiro anunciava a vitória parcial do Atlético-PR sobre o Flamengo, em Curitiba, e o gol de Keirrison, do Coritiba, sobre o Sport, em Recife. O Peixe só não estava fora da Sul-Americana porque o Ipatinga vencia o Fluminense. Já Kléber via o atacante do Coxa alcançá-lo na ponta da tabela de artilheiros, ambos com 21 gols.
Apesar de jogar mal, o Santos conseguia, vez ou outra, envolver a defesa do time de Recife. O gol santista poderia ter saído aos 45 minutos. Em uma falta cobrada por Kléber Pereira, o goleiro Eduardo bateu roupa e a bola sobrou para Robinho. Sozinho, o meia tentou colocar de cabeça e errou o alvo. Nada dava certo.
O segundo tempo se manteve igual. Com o Santos tentando pressionar, mas errando passes demais. Já o Náutico mal passava do meio-de-campo. Apenas se defendia, tirando todos os espaços do Alvinegro. Para piorar, o Furacão ampliava sobre o Flamengo e o Fluminense, com Washigton, empatava com o Ipatinga. O Peixe, a essa altura, estava fora da Sul-Americana e Kléber Pereira já dividia a artilharia com dois concorrentes.
Quando Kléber teve uma chance clara para marcar, aos 26, o goleiro Eduardo atrapalhou, fazendo uma grande defesa em chute cruzado do goleador.
Com o péssimo desempenho do time em campo e com a perspectiva de não ver o time, sequer, na Copa Sul-Americana em 2009, a torcida santista, que compareceu em bom número (mais de 14 mil pessoas foram à Vila) perdeu a paciência. Muitas vaias e até alguns xingamentos ao técnico Márcio Fernandes, principalmente quando ele sacou Molina para a entrada de Fábio Santos, aos 35 minutos da etapa final.
Aos 38, o lance que resumiu a partida. Lima, que entrara na vaga de Róbson, recebeu pela ponta direita. Em vez de chutar a gol, ele recuou para Kléber Pereira marcar. O artilheiro, porém, errou o chute. Pegou tão mal e a bola foi em direção à linha lateral e sequer chegou a sair.
Ao final da partida, para "coroar" o show de incompetência, o técnico do Náutico, Roberto Fernandes, se desentendeu com o quarto árbitro, Élcio Paschoal Borborema, foi para cima, tentou acertar um soco no regra três e acabou expulso.
Ao fim do jogo, tristeza e abatimento dos santistas. E festa, muita festa entre nos jogadores do Timbu. A permanência na Série A foi comemorada como um título.
Ficha técnica:
SANTOS 0 x 0 NÁUTICO
SANTOS
Fábio Costa, Pará, Domingos, Adaílton e Kleber (Quiñonez); Brum, Souto, Bida e Molina (Fábio Santos); Robson (Lima) e Kléber Pereira.
Técnico: Márcio Fernandes.
NÁUTICO
Eduardo, Ruy, Vagner, Titi e Anderson; Adriano (Everaldo), Ticão, Derlei e Felipe (Geraldo), William (Eré) e Clodoaldo.
Técnico: Roberto Fernandes.
Cartões amarelos: Adriano, Titi, Ticão (Náutico), Kléber Pereira, Molina (Santos). Estádio: Vila Belmiro. Data: 07/12/2008.
Árbitro: Sérgio da Silva Carvalho.
Auxiliares: Marrubson Melo Freitas e César Augusto de Oliveira Vaz, todos do Distrito Federal.
Público e renda: 14.121 torcedores/R$ 79.612,00