domingo, 15 de novembro de 2009

35 Rodada:Série A

BARUERI 3X0 BOTAFOGO
Apático, Botafogo é arrasado por Val Baiano na Arena Barueri



A coisa está feia para o Botafogo. É o que devem estar pensando os alvinegros neste domingo, quando o time - apagado e sem um pingo de criatividade - não foi páreo para o Barueri e acabou derrotado por 3 a 0, na Arena Barueri, na Grande São Paulo, pela 35ª rodada do Campeonato Brasileiro. Os donos da casa jogaram em ritmo de treino e no embalo de seu artilheiro, Val Baiano, que marcou os três gols da vitória por 3 a 0, sem o menor trabalho, deixando o Bota em situação complicada.

Com 41 pontos, a equipe carioca está em 16º lugar e ainda vê o rebaixamento para a Série B como uma ameaça. Já o Barueri, com 48, está perto de garantir um lugar na Copa Sul-Americana de 2010.

Lance duvidoso coloca o Barueri na frente

Pressionado pela ameaça de rebaixamento, o Botafogo entrou em campo nervoso, com dificuldade para trocar passes, acuado. O Barueri girava o jogo de um lado para o outro e o Bota corria atrás, como se estivesse com menos jogadores em campo. Sem poder ofensivo, o jeito, então, era arriscar chutes de fora da área. Lucio Flavio, Juninho e Reinaldo tentaram e até fizeram com que os cariocas liderassem o placar de finalizações. No entanto, nenhuma das tentativas levou perigo ao goleiro Renê, que não teve muito trabalho na primeira etapa.

Já o Barueri, mesmo sem ter finalizado tanto quanto o Bota, foi mais perigoso quando chegou à meta alvinegra. O time carioca concluiu dez jogadas. A equipe da Grande São Paulo, oito - quatro delas foram chances reais de gol. Uma entrou.

O time paulista era melhor e merecia o gol, que veio em um lance polêmico, aos 28 minutos. Val Baiano recebeu cruzamento dentro da área antes de concluir de pé direito. A jogada foi rápida, e os botafoguenses nem chegaram a reclamar na hora, mas a câmera posicionada atrás do gol dá a impressão de que o atacante usou o braço direito para dominar a bola (assista ao lance no vídeo acima).

A vantagem no placar fez com que o Botafogo se mandasse à frente de vez. Aos 30, conseguiu sua primeira chegada um pouco mais lúcida. Após bate-rebate na área, a bola sobrou para Lucio Flavio chutar. Renê defendeu.

Como precisava sair para o jogo, o Bota abriu espaços para o Barueri contra-atacar. Aos 39, Márcio Careca desceu pela esquerda e soltou a pancada. Jefferson espalmou.

Bota para de vez, e Barueri se aproveita

O Botafogo conseguiu piorar no segundo tempo. O técnico Estevam Soares trocou Fahel e Léo Silva por Renato e Thiaguinho, respectivamente. Dessa forma, a equipe, que já não conseguia armar nada, perdeu poder de marcação no meio de campo.

E aí, o Barueri deitou e rolou. Sem dificuldades para chegar à área adversária, a equipe paulista tratou de marcar logo o seu segundo gol. Aos oito, Bruno cruzou na cabeça de Flavinho, que só escorou para Val Baiano dominar e chutar no canto esquerdo, sem chances para Jefferson e sem brechas para questionamentos. E bonito.

Perdido em campo, batendo cabeça em todos os setores, o Botafogo apenas assistia ao Barueri chegar com perigo por todos os lados. Aos 24, Thiago Humberto tentou um chute colocado para encobrir Jefferson, que acabou tirando a bola com os olhos. Ela passou à direita, raspando a trave.

A liberdade dada pela equipe do Botafogo era tanta que parecia surpreender o Barueri. Os anfitriões chegavam trocando passes com facilidade, mas, para sorte do Bota, não acertaram aquele último toque que deixa os atacantes na cara do gol. Com um pouco mais de capricho, o time paulista poderia estar goleando já aos 25 minutos da etapa final.

O Botafogo teve um lampejo aos 26, quando Jobson prendeu a bola pela meia direita e lançou para Thiaguinho, que entrou como um ponta e chutou cruzado, com perigo. Mas foi só isso. O Barueri levou o restante da partida como se fosse um amistoso de pré-temporada. Tanto que o goleiro Renê passou quase o tempo todo apenas assistindo à partida.

Ainda havia tempo para mais. O Barueri resolveu apertar um pouquinho no fim e chegou ao seu terceiro gol. Com Val Baiano, novamente. Aos 47, ele recebeu cruzamento da direita e chutou cruzado, tirando a bola do alcance de Jefferson, fechando o placar e afundando o Bota.


Ficha técnica:
BARUERI 3 x 0 BOTAFOGO
BARUERI
Renê, Daniel Marques, Leandro Castan e Xandão; Bruno Ribeiro Eder), Ewerton (Márcio Ham), Ralf, Thiago Humberto e Márcio Careca; Flavinho (Henrique) e Val Baiano.
Técnico: Luis Carlos Goiano.
BOTAFOGO
Jefferson, Alessandro (Marquinho), Juninho, Wellington e Diego Giaretta; Leandro Guerreiro, Fahel (Renato), Léo Silva (Thiaguinho) e Lucio Flavio; Jóbson e Reinaldo.
Técnico: Estevam Soares.
Gols: Val Baiano, aos 28 do primeiro, aos 8 e 47 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Bruno Ribeiro, Ralf, Flavinho (Barueri), Léo Silva, Thiaguinho (Botafogo).
Estádio: Arena Barueri, em Barueri (SP). Data: 15/11/2009.
Árbitro: Jailson Macedo Freitas (BA).
Auxiliares: Adaílton José de Jesus Silva (BA) e Adson Marcio Lopes Leal (BA).
Público e renda: 3.432 pagantes/R$ 65.130,00.


NÁUTICO 0X2 FLAMENGO
Flamengo confirma poder de chegada, bate o Náutico e sobe para o 2º lugar



O Flamengo chegou. E nem adianta o técnico Andrade evitar falar em título do Campeonato Brasileiro. Se o assunto ainda é tratado com discrição por todos no Rubro-Negro, vai ter que mudar. Neste domingo, no estádio dos Aflitos, o time derrotou o Náutico por 2 a 0, pela 35ª rodada, chegou a 60 pontos e está a dois do líder, o São Paulo. A vice-liderança conquistada fora de casa se deve muito a Adriano. O Imperador foi novamente decisivo, comandou a equipe com autoridade e assumiu a artilharia isolada, com 19 gols (assista ao vídeo ao lado). Tudo isso em um dia para lá de especial para o clube. Neste 15 de novembro, o Fla completa 114 anos de história.

Reforçando o poder de chegada, o Fla assumiu a liderança do returno. São 33 pontos e dez vitórias, números idênticos aos do Cruzeiro. No entanto, os cariocas têm saldo de gols melhor: 12 a 10. Ao Alvirrubro, a dose de preocupação alcançou o limite. O time de Geninho continua em penúltimo, com 35 pontos, a seis do primeiro time fora do Z-4 (o Botafogo).

Na 36ª rodada, o Timbu enfrenta o Corinthians, em São Paulo, sábado, às 19h30m. No dia seguinte, o Fla recebe o Goiás, no Maracanã, no mesmo horário.

Confira a classificação completa do Campeonato Brasileiro

Adriano inferniza o Timbu



Um grupo fechado e comprometido na busca pelo título. A imagem dos jogadores do Flamengo reunidos no gramado antes do jogo foi de provocar frio na espinha do torcedor do Náutico. Afinal, qual seria o plano rubro-negro no Recife? A esforçada dupla de ataque do Timbu não quis dar muito tempo ao rival. Aos 46 segundos, Carlinhos Bala recebeu na área com liberdade, mas o chute foi abafado por Bruno. Aos nove, o goleiro também levou um susto do xará Bruno Mineiro, que arriscou de fora da área.

No Fla, Petkovic andava sumido, discreto mesmo. Adriano não. O Imperador queria jogo, orientou o improvisado Ronaldo Angelim na lateral esquerda, alternou trombadas com os zagueiros Asprilla e Cláudio Luiz o tempo todo, chutou de longe, tabelou e pediu bola. Quando recebeu na área, aos 16, foi difícil “domar” o cruzamento de Willians. O domínio indicava a famosa bomba de canhota para o gol, mas ele surpreendeu e rolou para trás. Gledson não conseguiu segurar o chute de esquerda de Léo Moura, e Pet, de plantão na pequena área, chegou rasgando com pé, canela e joelho para abrir o placar. Oitavo gol do sérvio no Brasileirão (assista ao vídeo).



Na tentativa de empatar o jogo, Bala se posicionou bem na área adversária, não foi acompanhado de perto por David e quase empatou, aos 20. O Timbu chegou a marcar, seis minutos depois, mas a arbitragem anulou. Michel chutou de fora da área, Bruno praticou um milagre com os pés e deu rebote, que Cláudio Luiz aproveitou. O zagueiro de quase dois metros estava impedido. Apesar da marcação correta do auxiliar Alessandro Álvaro Rocha de Matos, o árbitro Sandro Meira Ricci ficou indeciso, conversou com o auxiliar, com outro bandeirinha e até com o quarto árbitro. Após quase cinco minutos, a anulação foi confirmada.

Adriano continuava infernal. Em nova investida pela esquerda, fez Gledson trabalhar. Objetivo, o Rubro-Negro conseguiu o segundo. Jogada bem trabalhada, toque de pé em pé, e bola na rede. Aos 46, Léo Moura encontrou Zé Roberto na ponta direita completamente livre. O cruzamento rasteiro superou as imperfeições do gramado dos Aflitos e encontrou Adriano sozinho na pequena área. Um toque, e o 19º gol do artilheiro do Brasileirão: 2 a 0.

Timbu busca milagre, e Fla contra-ataca

Se o desespero tem cor, tinha duas nos Aflitos: o vermelho e o branco. Muito perto do abismo para a Série B, o Náutico reuniu as forças que lhe restavam para tentar reagir na partida. O início até que foi promissor. Aos três, Irênio chutou da entrada da área, mas Bruno espalmou bonito. Só que não bastava pensar no ataque. Um minuto depois, Léo Moura recebeu na primeira trave, girou o corpo e bateu forte. Gledson defendeu.

Adriano continuava bem, ainda mais com a situação confortável da equipe. Nos contra-ataques, as melhores chances. Uma foi inacreditavelmente desperdiçada por Zé Roberto. Aos 14 minutos, ele achou o Imperador livre na direita. O pique até chegar na cara de Gledson foi de tirar o fôlego e, assim como no primeiro gol, o craque surpreendeu. Quem esperava o chute viu um belo passe para o próprio Zé Roberto, quase na pequena área. Na cara do gol, sem goleiro, o meia acertou a bola com o tornozelo e isolou.

Geninho fez que o podia. Colocou os atacantes Anderson Lessa e Tuta, conseguiu pressionar e até chegar perto do gol. Juliano, aos 27, bateu de fora da área e fez Bruno se esticar para defender com a mão esquerda. Quando a bola entrou, aos 40, Anderson Lessa estava impedido.

Em estado de graça, Adriano por pouco não fechou o show em grande estilo. Depois de uma deixadinha espetacular no meio-campo, ele partiu para a área e esperou o cruzamento de Léo Moura. O chute de primeira, cheio de categoria, passou pertinho, mas foi pela linha de fundo. No dia dos 120 anos da Proclamação da República, o Imperador brilhou e comandou por 90 minutos.


Ficha técnica:
NÁUTICO 0 x 2 FLAMENGO
NÁUTICO
Gledson; Vágner Silva, Cláudio Luiz e Asprilla (Juliano); Patrick, Nílson, Aílton (Anderson Lessa), Irênio (Tuta) e Michel; Carlinhos Bala e Bruno Mineiro.
Técnico: Geninho.
FLAMENGO
Bruno; Léo Moura, David, Álvaro e Ronaldo Angelim; Aírton, Toró, Willians (Lenon) e Petkovic (Bruno Mezenga); Zé Roberto (Welinton) e Adriano.
Técnico: Andrade.
Gols: Petkovic, aos 16, e Adriano, aos 46 do primeiro tempo.
Cartões amarelos: Cláudio Luiz, Asprilla, Irênio e Nílson (Náutico); Léo Moura e David (Flamengo).
Público: 19.798. Renda: R$ 247.205,00.
Estádio: Aflitos, Refice. Data: 15/11/2009.
Árbitro: Sandro Meira Ricci (DF).
Auxiliares: Alessandro Álvaro Rocha de Matos (BA) e Altemir Hausmann (RS).


AVAÍ 3X1 CORINTHIANS
Avaí bate o Corinthians e ainda sonha em encontrar o Timão na Libertadores-2010



A vitória do Avaí sobre o Corinthians, por 3 a 1, na tarde deste domingo em Florianópolis, aumentou a esperança do time catarinense de chegar à zona de classificação para a Taça Libertadores da América. Ao final da 35ª rodada, o Leão está só a três pontos do G-4, faltando três partidas para todos os clubes no Campeonato Brasileiro.

Na verdade, só o Avaí entrou no gramado da Ressacada com alguma motivação. Já classificado para a Libertadores de 2010, na condição de campeão da Copa do Brasil, o Corinthians abriu mão há muito tempo de qualquer pretensão no Brasileirão. Quando atingiu uma pontuação suficiente para não correr risco de rebaixamento para a Série B, o Timão passou a cumprir tabela na competição.

E contra o Avaí foi assim mais uma vez. Com desfalques e fazendo alguns testes, o técnico Mano Menezes sabia que seu time não iria dar nenhum show em Santa Catarina. Nem mesmo com Ronaldo em campo, que pouco ajudou. Do lado do Avaí, o treinador Silas tinha uma equipe muito motivada depois de duas vitórias (Atlético Paranaense e Vitória) seguidas, da classificação garantida para a Copa Sul-Americana e com o sonho de Libertadores ainda vivo.

De pênalti, William abre o placar

Mas foi o Timão quem assustou primeiro. Logo a um minuto, Chicão exigiu grande defesa de Eduardo Martini. O zagueiro dominou a bola depois de uma cobrança de escanteio e encheu o pé. O camisa 1 do Avaí se esticou e pegou. O troco não demorou e, aos nove, William assustou de cabeça.

Mas o gol do time da casa não demorou. Aos 12, Caio cruzou da direita e, já fora do lance, Balbuena deslocou William. Na cobrança, o próprio William abriu o placar. Felipe adivinhou o canto, mas não evitou o gol. A festa durou pouco...

Aos 14, o Alvinegro empatou. Defederico cobrou escanteio da direita e Marquinhos, na tentativa de cortar, desviou de cabeça contra a própria meta. O gol não desanimou a torcida local, que passou a empurrar ainda mais o Avaí. Funcionou. Aos 28, após grande jogada de Caio, que se livrou de dois marcadores e fez o lançamento, William tocou no cantinho de Felipe.



Balbuena é expulso, e Dodô estreia

Para piorar as coisas para o Timão, Balbuena foi expulso já nos acréscimos do primeiro tempo. Na saída para o intervalo, o corintiano Ronaldo chegou a justificar a derrota parcial com a direção e a força do vento. Mas mudou o campo e o vento não fez tanta questão de ajudar os paulistas. O Avaí continuou melhor, arriscando mais e mais próximo de ampliar.

Sem muito o que fazer, Mano Menezes aproveitou para promover uma estreia. O jovem Dodô, lateral-esquerdo de 17 anos, entrou na vaga de Diego. O ala, que já chamou atenção do Manchester United-ING, é uma das promessas do Parque São Jorge. Enquanto isso, Ronaldo se arriscava nas bolas paradas. Depois de bater algumas faltas com perigo, ele cobrou até escanteio de perna esquerda.

Aos 24 minutos, o Avaí incendiou a sua torcida e decretou o placar final. Léo Gago aproveitou boa troca de passes e finalizou cruzado para estufar a rede corintiana.

Os catarinenses, que voltaram neste ano para a Série A, deixaram o campo eufóricos, achando que ainda é possível, em sétimo lugar e com 53 pontos, chegar à Libertadores. Para isso, precisam ir bem nos últimos três jogos – Santo André (fora), Santos (casa) e Náutico (fora) – e torcer contra os rivais que estão acima na tabela. Já o Corinthians, em décimo com 49, terá pela frente Náutico (casa), Flamengo (casa) e Atlético Mineiro (fora) para se despedir de 2009.


FICHA TÉCNICA:
AVAÍ 3 x 1 CORINTHIANS
AVAÍ
Eduardo Martini; Emerson, Rafael e Augusto; Luís Ricardo, Ferdinando, Léo Gago, Marquinhos e Eltinho (Wendel); Caio (Muriqui) e William (Cristian).
Técnico: Silas.
CORINTHIANS
Felipe; Balbuena, Chicão, Paulo André e Diego (Dodô); Elias, Edu, Defederico (Edno) e Boquita; Dentinho (Bill) e Ronaldo.
Técnico: Mano Menezes.
Gols: William (pênalti) aos 12, Marquinhos (contra) aos 14, e William aos 28 minutos do primeiro tempo; Léo Gago, aos 24 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Emerson, Marquinhos e Ferdinando (Avaí); Elias, Defederico e Paulo André (Corinthians).
Cartão vermelho: Balbuena (Corinthians).
Estádio: Ressacada, em Florianópolis, SC. Data: 15/11/2009.
Árbitro: Francisco de Assis Almeida Filho (CE).
Auxiliares: Manuel B. Torres (CE) e Thiago G. Brigido (CE).


INTERNACIOANL 3X1 SANTOS
Libertadores na mira: Inter faz 3 a 1 no Santos e volta ao G-4



Lar, doce lar. O Internacional está de volta ao aconchego de um lugar na zona de classificação para a Libertadores, o espaço que ele mais ocupou no Brasileirão. O crescimento de duas colocações na tabela é resultado da vitória de 3 a 1 sobre o Santos, na noite deste domingo, no Beira-Rio. O Colorado largou na frente com Danilo Silva e Marquinhos no primeiro tempo e garantiu a vitória com D’Alessandro na etapa final. O Peixe, cada vez mais insosso na competição, descontou com Neymar.

O jogo teve a presença de Vanderlei Luxemburgo, técnico do Santos, como curiosidade. O provável treinador do Inter em 2010 foi aplaudido pelos colorados antes do jogo. Com Mário Sérgio, o atual comandante vermelho, a reação foi oposta. Ele foi vaiado e chamado de burro pelos torcedores.

Com a vitória, o Inter subiu para a quarta colocação, com 56 pontos, superando o Atlético-MG no saldo de gols. O Santos segue em 12º lugar, com 45. Na próxima rodada, o Colorado tem um jogo decisivo contra o Galo em Belo Horizonte. O Santos recebe o Coritiba. As duas partidas são no domingo, às 17h e 19h30m, respectivamente.

Em meio a protestos da torcida, Inter larga na frente



O Inter teve trabalho duplo no primeiro tempo. Precisou superar o Santos e a tensão provocada pela torcida colorada. Foi só a bola rolar para a galera evidenciar que não estava disposta a perdoar erros. Faixas pediam amor à camisa e falavam em “mercenários” – recado mais para a diretoria do que para os atletas. O resultado foi um time apressado, até um pouco afobado, nos primeiros minutos.

O Santos não soube tirar proveito da situação. Foi um time pobre. Com Paulo Henrique Ganso, Neymar e Kléber Pereira bem controlados, o Peixe é uma equipe que pouco ameaça. O Inter foi forte na marcação e não deixou os visitantes em paz. Com isso, garantiu um primeiro tempo de relativa tranquilidade, excetuados os primeiros minutos, quando o visitante tentou uma ou outra fuga ao ataque. Neymar arriscou dois chutes – um defendido por Lauro, outro para fora. Eli Sabiá perdeu a chance de colocar o Santos na frente ao não conseguir concluir cruzamento. Estava livre.

O Inter foi superior. Antes mesmo de abrir o placar, já havia ameaçado com clareza. Tentou com chute colocado de Giuliano. Insistiu com cabeceio de Marquinhos. Quase chegou lá com bobeada de Rodrigo Mancha, que mandou contra o próprio gol. Mas só foi fazer aos 25, provavelmente com quem a torcida menos esperava: Danilo Silva.

Alecsandro, pela direita, deu linda assistência para o lateral, em profundidade. Ele partiu em disparada, feito um velocista, para chegar antes da zaga e, caindo, desviar a bola, que rumou para o canto direito do goleiro Felipe. O Beira-Rio viveu um segundo de expectativa. E aí comemorou. O Inter estava na frente.

Estava e ficou ainda mais dois minutos depois, em um lance esquisito. A sequência começou com cruzamento de Kleber, passou por cabeceio de Alecsandro na trave, seguiu com recuo de Giuliano para D’Alessandro, continuou com chute do argentino, teve continuidade com Alecsandro atrapalhando Marquinhos e ganhou conclusão em nova chance para o garoto. Aos 20 anos, Marquinhos, joia rara, promessa de craque, finalmente fez o gol.

O jogo perdeu ritmo depois de o Inter abrir 2 a 0. O Santos não conseguiu avançar em campo. Foi controlado pelo time colorado, que ainda partiu para o vestiário pedindo dois pênaltis (um em Alecsandro, outro em toque de mão de Eli Sabiá).

Santos desconta com Neymar, mas D’Ale garante vitória

O Santos tem campanha morna no Brasileirão: está impossibilitado de disputar vaga na Libertadores, mas também vê a ameaça de rebaixamento como possibilidade quase inexistente. Mesmo com pouco a fazer na competição, o Peixe mostrou a dignidade de que falou durante a semana e descontou no segundo tempo. Aos 18 minutos, Neymar, após cruzamento de Felipe Azevedo da direita, aproveitou bobeada da zaga colorada para marcar o gol do time paulista.

O Inter poderia ter matado o jogo antes de ser vazado. Foram duas bolas na trave, uma com Alecsandro, outra com D’Alessandro. Não conseguiu e aí teve que conviver com a possibilidade de levar o empate. Mário Sérgio reinventou o conceito de retranca: tirou Alecsandro, um centroavante, e colocou Glaydson, um volante. Como Marquinhos estava fazendo função de meio-campista, o treinador conseguiu deixar o time sem um atacante sequer.

Restou ao Inter deixar o tempo passar. Encolhido na defesa, o time gaúcho segurou o adversário e desistiu de atacar. O incrível é que deu certo. D’Alessandro, aos 39 minutos, aproveitou bola que sobrou para ele e mandou rasteiro, com precisão, no canto esquerdo de Felipe. Estava garantida a vitória vermelha e, de quebra, o retorno ao G-4, doce lar que o Inter tanto tentou reencontrar.


Ficha técnica:
INTERNACIONAL 3 x 1 SANTOS
INTERNACIONAL
Lauro, Danilo Silva (Daniel), Índio, Bolívar e Kleber; Sandro, Guiñazu, Giuliano, D’Alessandro e Marquinhos; Alecsandro (Glaydson).
Técnico: Mário Sérgio.
SANTOS
Felipe, Pará, Adaílton, Eli Sabiá e Triguinho; Rodrigo Souto, Rodrigo Mancha, Madson (Felipe Azevedo) e Paulo Henrique Ganso; Neymar (André) e Kléber Pereira (Jean).
Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
Gols: Danilo Silva, aos 25, Marquinhos, aos 27 minutos do primeiro tempo, Neymar, aos 18, e D’Alessandro, aos 39 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Guiñazu, Daniel (Inter), Rodrigo Souto e Felipe Azevedo (Santos).
Estádio: Beira-Rio. Data: 15/11/2009.
Árbitro: Arilson Bispo da Anunciação (BA).
Auxiliares: Belmiro da Silva (BA) e José Carlos Oliveira dos Santos (BA).


GOIÁS 3X1 SANTO ANDRÉ
Goiás vence sob o comando de Iarley e Fernandão, e Santo André agoniza



Uma dupla que andava adormecida resolveu despertar neste domingo. Depois de oito jogos sem vencer no Brasileirão, o Goiás finalmente voltou a somar três pontos. Isso porque Iarley e Fernandão, que fizeram muito sucesso no Internacional, relembraram a boa fase e comandaram a vitória por 3 a 1 sobre o Santo André, no Serra Dourada, pela 35ª rodada. O resultado faz o Esmeraldino saltar três posições na tabela. Com 50 pontos, o time de Hélio dos Anjos é o oitavo e encaminha a vaga para a Copa Sul-Americana do próximo ano.

O Ramalhão continua angustiado. Em 18º na classificação, está quase com os dois pés na Segundona. São 35 pontos, seis a menos que a primeira equipe fora do Z-4 (o Botafogo).

No próximo domingo, os dois times voltam a jogar. O Ramalhão recebe o Avaí, em Santo André, às 17h. O Goiás visita o Flamengo, às 19h30m, no Maracanã.

Ramalhão se sente em casa



O que esperar de um time que não vence há oito partidas? O Goiás não deu a resposta. No primeiro tempo, o time de Hélio dos Anjos assistiu ao jogo do Santo André. Apático e desinteressado por ser mero figurante na competição, não conseguiu ameaçar o gol adversário. Bom para o Ramalhão, que ainda sonha com a permanência na Série A.

Sem dificuldades, a equipe de Sérgio Soares dominou as ações. Marcelinho Carioca, que sabe aproveitar tudo que a experiência oferece de melhor, comandou o time com passes precisos. Como se não bastasse, também apareceu para finalizar, aos 11 minutos. O Pé de Anjo recebeu cruzamento na entrada da área e foi maroto. Ameaçou chutar de primeira, enganou a marcação e bateu de pé esquerdo para abrir o placar: 1 a 0.

Não fosse a má pontaria de Nunes, a vantagem ficaria maior, dez minutos mais tarde. Sabe gol perdido? Perdido mesmo? Ele aproveitou um chute cruzado para a área e, sem qualquer marcação, conseguiu chutar para fora.

A melhor oportunidade do Esmeraldino apareceu aos 28 minutos. Júlio César cobrou falta para o centro da área, o zagueiro Rafael Tolói subiu para dividir com Neneca, e a bola entrou. O árbitro assinalou falta sobre o goleiro.

Os visitantes tiveram uma ótima chance de ampliar, aos 47. No contra-ataque rápido, eram três atacantes contra um zagueiro. Camilo recebeu passe preciso de Wanderley sozinho na área, teve tempo de dominar, arrumar o corpo para sair bem na foto, mas isolou. Conseguiu fazer pior que Nunes.

O placar de 1 a 0 ficou barato para o Goiás, mas a torcida não poupou ninguém. Uma sonora (e justa!) vaia encerrou o primeiro tempo.

- O que vamos fazer? Não estamos jogando nada - reconheceu o atacante Felipe, do Goiás.

Iarley muda a cara do Esmeraldino e do jogo



O técnico Hélio dos Anjos mandou o time para o segundo tempo com duas alterações. Douglas no lugar de Júlio César, e Iarley na vaga de Romerito. A segunda funcionou quase de forma imediata. Aos 40 segundos, Iarley recebeu cruzamento de Felipe na área, arriscou uma bicicleta, mas não conseguiu vencer Neneca. A bola baixa demais atrapalhou a finalização.

Iarley também aprontou fora da área e trouxe o time junto com ele. Léo Lima, Felipe e Fernandão, que completou 250 jogos pelo clube, cresceram de produção. O último cresceu e subiu. Aos dois, o atacante recebeu cruzamento na área, foi no segundo andar e empatou de cabeça: 1 a 1.

Léo Lima também teve chances de marcar. Em duas assistências de Iarley, o meia parou em boas defesas. O caminho era mesmo pelo alto. Relembrando os bons tempos de Internacional, Iarley e Fernandão voltaram a reeditar a dupla que fez tanto sucesso. Aos 19, o primeiro cobrou escanteio, e o segundo aproveitou novamente de cabeça: 2 a 1. Terceiro gol de Fernandão desde que retornou ao clube. Desestabilizado em campo, o Ramalhão viu o cenário ficar ainda pior. Renato Dias, que entrara na vaga de Nunes, foi expulso após cometer falta dura em Vitor, aos 22.



E quem fez tanto pelo time merecia comemorar o próprio gol. E foi quase um presente. Depois do chute forte de Douglas pela esqueda, Neneca espalmou, e a bola sobrou limpa para Iarley na área. Chute rasteiro, e o terceiro na rede, aos 27.

A melhor chance do time do ABC Paulista no segundo tempo surgiu aos 36 minutos. Wanderley ficou na frente de Harlei, bateu forte, mas o goleiro fez um milagre. O som das vaias do primeiro tempo deu lugar ao barulho dos fogos de artifício com o apito final.


Ficha técnica:
GOIÁS 3 x 1 SANTO ANDRÉ
GOIÁS
Harlei; Vitor, Rafael Tolói, Ernando e Júlio César (Douglas); Fernando, Rithelly, Léo Lima (Ricardo) e Romerito (Iarley); Fernandão e Felipe.
Técnico: Hélio dos Anjos.
SANTO ANDRÉ
Neneca; Rômulo, Cesinha, Vinícius Orlando e Elvis (Arthur); Ricardo Conceição, Ricardo Goulart, Marcelinho Carioca e Camilo (Rodriguinho); Wanderley e Nunes (Renato Dias).
Técnico: Sérgio Soares.
Gols: Marcelinho Carioca, aos 11 do primeiro tempo. Fernandão, aos três e aos 19, e Iarley, aos 27 do segundo tempo.
Cartões amarelos: Júlio César, Romerito e Fernando (Goiás). Nunes e Marcelinho Carioca (Santo André).
Cartão vermelho: Renato Dias (Santo André).
Estádio: Serra Dourada, Goiânia. Data: 15/11/2009.
Árbitro: Pericles Bassols Cortez.
Auxiliares: Dibert Pedrosa Moises (RJ) e Marco Aurélio Pessanha (RJ).


FLUMINENSE 2X1 ATLÉTICO - PR
Fluminense vence o Atlético-PR e segue vivo na luta contra o rebaixamento



O Fluminense segue vivo e na luta contra o rebaixamento. Aos poucos, o time carioca parece deixar a UTI e ganhar esperança de se salvar no Campeonato Brasileiro. Neste domingo, o Tricolor venceu a quarta partida seguida na competição ao superar o Atlético-PR por 2 a 1, no Maracanã, gols de Fred e Maicon. Marcelo descontou para os paranaenses

Faltando três rodadas, o Fluminense chegou a 39 pontos e passou a ficar a apenas dois do Botafogo, que está em 16º lugar. No próximo fim de semana, o Tricolor pode, finalmente, deixar a zona de rebaixamento. O clube está desde a décima rodada entre os últimos quatro colocados na classificação. No domingo, o time carioca enfrenta o Sport, na Ilha do Retiro, em Recife, às 17h. Já o Alvinegro enfrenta, em casa, o líder São Paulo.

O Atlético-PR permanece com 43 pontos e se aproxima perigosamente da zona de rebaixamento. Na próxima rodada, o time paranaense encara o Cruzeiro em casa, no sábado, às 19h30m.

Com a vitória deste domingo, o Fluminense completa 11 jogos sem perder. O último tropeço ocorreu no dia 4 de outubro para o Flamengo (0 a 2). Desde a chegada de Cuca, o Tricolor fez 18 partidas, com nove vitórias, sete empates e só duas derrotas.

Antes da partida, o ex-atacante Washington entrou em campo ao lado do amigo e ex-companheiro Assis para agradecer aos torcedores pelo apoio ao "Washington Day", o movimento organizado pelo clube carioca para ajudá-lo financeiramente a combater uma rara doença degenerativa conhecida como ELA - Esclerose Lateral Amiotrófica -, que afeta o sistema motor do organismo. Sentado em uma cadeira de rodas, o eterno ídolo tricolor se emocionou com os gritos de "tricampeão", uma referência aos títulos cariocas vencidos por Washington com o clube.



Fred deixa o Tricolor na frente

Jogo começou nervoso, com os dois times evitando se lançar para o ataque e se arriscar. Muitos passes errados, faltas no meio-campo. O jogo estava truncado. Até que aos 17 minutos, na primeira chance, o Fluminense abriu o placar.

Conca deu ótimo passe pela esquerda para Maicon, que driblou Rhodolfo na área e tocou para Fred. O atacante chegou de carrinho para escorar para o fundo do gol. Fluminense 1 a 0 para a alegria do torcedor no Maracanã. Foi o décimo gol do artilheiro em dez partidas desde a sua volta ao time.

O jogo, então, ficou mais aberto com o Atlético-PR buscando o empate. As principais jogadas de ataque do time paranaense passavam pelos pés de Paulo Baier. E por duas vezes o goleiro Rafael salvou o Fluminense. Primeiro em um desvio de calcanhar de Nei. O goleiro tricolor espalmou para escanteio. Dois minutos depois, em novo cruzamento para a área, Wallyson pega de primeira e Rafael espalma no canto direito.

A resposta carioca veio aos 31 minutos. Falta pela esquerda. Conca cobrou e após confusão na área, a bola sobrou para Maicon. O atacante, então, tentou uma linda meia bicicleta. O goleiro Galatto defendeu no susto e a bola saiu para escanteio. Foi a última grande chance do primeiro tempo, que teve apenas sete chutes a gol - quatro para o Atlético-PR e três para o Fluminense.

Maicon amplia a vantagem com um lindo toque por cobertura

Para o segundo tempo, o técnico Antônio Lopes resolveu colocar o atacante Alex Mineiro no time no lugar de Everton. Com isso, o Atlético-PR deixou de jogar com três zagueiros e passou a atuar no 4-3-3.

A partida recomeçou movimentada. Wallyson recebeu um bom passe na área e chutou com perigo para fora. O Fluminense teve a chance de ampliar em seguida. Diguinho tocou para Maicon na área, mas o atacante bateu mal.

A torcida tricolor passou um grande susto aos 17 minutos. Alex Sandro fez boa jogada pela esquerda e tocou para Alex Mineiro, que estava livre na entrada da área. O atacante dominou e teve tempo para escolher com calma o canto para chutar. Por sorte, a bola foi para fora.

Mas o sofrimento tricolor terminaria no minuto seguinte. Conca deu ótimo passe para Maicon, que deu um toque de categoria por cima do goleiro Galatto. O zagueiro Rhodolfo não conseguiu evitar o segundo gol. Alívio no Maracanã. Fluminense 2 a 0.

Aos 31 minutos, Fred perdeu uma ótima chance de fazer o terceiro gol. Após passe de Diguinho, o atacante ficou cara a cara com Galatto. Mas o artilheiro chutou rasteiro e o goleiro defendeu.

O Atlético-PR diminuiu aos 38 minutos. Alex Mineiro fez boa jogada na área e tocou para Marcelo, que chutou forte rasteiro no canto direito de Rafael. O goleiro tricolor nem se moveu.

Nos últimos minutos, o Fluminense sofreu uma pequena pressão do time paranaense em busca do empate. Todos os reservas ficaram em pé pedindo o fim da partida. Mas o Atlético-PR insistiu nas bolas cruzadas na área facilitando o trabalho do goleiro Rafael.


FICHA TÉCNICA
FLUMINENSE 2 x 1 ATLÉTICO - PR
FLUMINENSE
Rafael; Gum, Dalton e Digão; Mariano, Diguinho (Maurício), Dieguinho (Marquinho), Conca e Diogo; Maicon (Tartá) e Fred.
Técnico: Cuca.
ATLÉTICO - PR
Galatto; Manoel, Rhodolfo e Everton (Alex Mineiro); Nei, Valencia, Rafael Miranda (Renan) (Marcelo), Paulo Baier e Alex Sandro; Wesley e Wallyson.
Técnico: Antônio Lopes.
Gols: Fred aos 17 minutos do primeiro tempo; Maicon aos 18 minutos e Marcelo aos 38 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Rhodolfo e Manoel (Atlético-PR); Gum, Digão e Diguinho (Fluminense).
Estádio: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ). Data: 15/11/2009.
Público: 52.511 pagantes / 55.030 presentes. Renda: R$ 534.916,50.
Árbitro: Salvio Spinola (Fifa-SP).
Auxiliares: Carlos Augusto Nogueira (SP) e Vicente Romano (SP).