quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Repescagem Européia para a Copa do Mundo

UCRÂNIA 0X1 GRÉCIA
Após decepção em 2006, Grécia vence Ucrânia fora de casa e entra na Copa

Fora da Copa do Mundo desde 1994, a Grécia está de volta ao Mundial na África do Sul: nesta quarta-feira, a seleção grega venceu a Ucrânia por 1 a 0, em Donetsk, e garantiu vaga na repescagem da Europa. Na ida, houve empate de 0 a 0.

O gol grego foi marcado por Dimitrios Salpingidis, aos 31 do primeiro tempo. A classificação compensa o vexame da Grécia em 2006, quando ficou fora da Copa na Alemanha após ter sido campeã da Eurocopa em 2004.



Em sua única participação em Mundiais, a seleção grega fez feio: foi a última colocada do Grupo D da Copa de 1994, com três derrotas, dez gols sofridos e nenhum marcado, contra Nigéria, Bulgária e Argentina.

Depois do empate em Atenas por 0 a 0, a Grécia precisava marcar fora de casa para ter vantagem contra a Ucrânia. E conseguiu aos 31 minutos: Salpingidis recebeu lançamento entre os zagueiros, em posição legal, e tocou na saída do goleiro Pyatov.

No segundo tempo, a equipe de Shevchenko ainda tentou pressionar os gregos em Donestk. O empate com gols dava a vaga aos visitantes, por causa do gol marcado fora de casa. O goleiro Tzorvas fez defesas importantes em chutes de Milevskiy e Aliyev, salvando a Grécia.


ESLOVÊNIA 1X0 RÚSSIA
Rússia de Guus Hiddink decepciona e vê Eslovênia garantir vaga no Mundial

Ao final da temporada europeia, em junho, o técnico holandês Guus Hiddink deixou o comando do Chelsea para dar exclusividade à seleção russa. Deve estar arrependido. Após perder por 2 a 1 no jogo de ida, a Eslovênia fez o único gol que precisava no Estádio Ljudski, em Maribor, e garantiu a vaga na Copa do Mundo de 2010. O atacante Zlato Dedic se tornou o herói da classificação ao marcar no fim da primeira etapa.



A Eslovênia foi a segunda colocada no Grupo 3, com 20 pontos, ficando atrás da Eslováquia, com 22. A presença na África do Sul será a segunda em mundiais da Eslovênia. Em 2002, após eliminar a Romênia, a seleção do leste europeu caiu no Grupo B. Não pontuou contra Espanha, Paraguai e os próprios Bafana Bafana e terminou na lanterna.

Com boas campanhas recentes no Mundial, o técnico Guus Hiddink terá de se contentar em assistir ao torneio de casa. Ele levou a Coreia do Sul às semifinais, em 2002, e classificou a Austrália pela primeira vez para uma oitavas de final, em 2006.

Apesar de se tratar de uma decisão, o primeiro tempo foi marcado mais pelo respeito entre os adversários. Pelo menos até os 44 minutos, quando a Eslovênia encontrou um espaço para abrir o placar. Zlato Dedic aproveitou cruzamento de Valter Briza, e venceu a marcação esticando o pé direito.

A Rússia voltou para a etapa final disposta a ir ao ataque, com Kerzhakov e Semak nos lugares de Pavlyuchenko e Yanbaev. O primeiro, no entanto, foi expulso após 21 minutos em campo. Necessitando de um gol, a seleção de Guus Hiddink se lançou ao ataque e sofreu perigosamente com os contra-ataques da Eslovênia. No fim, brilhou a estrela do goleiro Handanovic, que garantiu a heróica classificação após muita polêmica.


BÓSNIA - HERZEGOVINA 0X1 PORTUGAL
Mesmo sem Cristiano Ronaldo, Portugal derrota Bósnia e vai à África do Sul

A seleção portuguesa não sentiu nem um pouco o desfalque do craque Cristiano Ronaldo e, com autoridade, derrotou a Bósnia por 1 a 0, fora de casa, e se garantiu na Copa de 2010. Os lusitanos, que já haviam vencido a partida de ida da repescagem europeia para o torneio por 1 a 0 no último sábado, chegam ao seu quinto Mundial (disputaram anteriormente as edições de 1966, 1986, 2002 e 2006).

A classificação teve um sabor especial para o técnico Carlos Queiroz. Ele era o comandante de Portugal nas eliminatórias para Copa do Mundo de 1994. Na época, a equipe da Terrinha perdeu a chance de ir aos EUA ao ser derrotada pela Itália por 1 a 0 em jogo válido pela última rodada do grupo 1.



Portugal surpreende

Apoiados pela torcida que lotou o Bilino Pojge, na cidade de Zenica, a Bósnia começou tentando dominar as ações, mas sem pressionar de maneira tão forte como era de se esperar. Os portugueses, atuando com três homens mais adiantados (Liedson, Nani e Simão), marcavam bem a saída de bola da seleção da antiga Iugoslávia.

Tanto que a primeira boa oportunidade criada na partida foi da Terrinha. Tiago, que atuou no lugar de Deco - que começou no banco de reservas devido a estar com dores musculares - cabeceou nas mãos de Hasagic após cobrança de escanteio de Simão.

Sem contar com Misimovic, cérebro da equipe, machucado, a Bósnia dependia da sua dupla de ataque formada por Ibisevic e Dzeko. No meio de campo, Pjanic, jovem atleta do Lyon, tentava criar lances para os dois homens de frente, mas esbarrava na forte marcação do zagueiro Pepe que, mais uma vez, atuou improvisado como volante.

Melhor na partida, Portugal por muito pouco não abriu o placar aos 25 minutos. Após receber passe açucarado de Tiago, Raúl Meireles, cara a cara com o goleiro, desperdiçou uma chance clara.

Aos 34, Ibisevic criou a melhor chance dos anfitriões na etapa inicial. O jogador do Hoffenheim, em jogada individual, acertou forte chute de fora da área tirando tinta da trave de Eduardo.

Nani quase marca no início da segunda etapa

Assim como no primeiro tempo, Portugal suportou a pressão bósnia de maneira relativamente tranquila e, por pouco, não abriu o placar logo aos três minutos. Nani, sozinho na pequena área, chutou, mas Hasagic tirou com os pés.

Mas, aos 10, Raúl Meireles pagou com juros a chance desperdiçada na etapa inicial. Após receber de Nani, que ganhou no “pé de ferro” de um defensor adversário, o meia, sozinho na área, colocou no canto direito e fez 1 a 0 para Portugal.



No decorrer da partida, os “gajos” se aproveitaram do desespero bósnio, que precisavam fazer três gols para ter o gostinho de disputar uma Copa do Mundo como país independente, e tiveram boas chances de aumentar a vantagem com Raúl Meireles e o luso-brasileiro Liedson.

Bandeirinha leva pedrada

Aos 30, nervoso, Salihovic foi expulso após discutir com o árbitro Roberto Rossetti. Revoltada, a torcida bósnia começou a atirar pedras no gramado e acabou acertando o assistente Paolo Calgano.

Com um jogador a mais, Portugal não teve mais problemas para segurar o marcador e fez a festa no esburacado gramado do estádio Bilino Pojge.


FRANÇA 1X1 IRLANDA
Mão de Henry coloca França na Copa



A França está na Copa de 2010, mas graças a uma enorme ajuda do juiz e a malandragem de Thierry Henry. O árbitro sueco Martin Hansson ignorou um toque de mão claro do atacante do Barça no lance que originou o gol dos Bleus no empate de 1 a 1 com a Irlanda, nesta quarta-feira, em Paris (confira no vídeo ao lado).

O resultado, alcançado somente no final do primeiro tempo da prorrogação, garantiu a 13ª participação da atual vice-campeã mundial na competição mais importante do futebol no planeta. Na partida de ida, realizada em Dublin, os franceses haviam vencido por 1 a 0 com um gol de Anelka.



Irlanda joga melhor e abre o placar

Apesar de atuar com três atacantes, Henry, Gignac e Anelka, a França entrou desorganizada não conseguiu criar boas oportunidades. Os britânicos, comandados pelo técnico italiano Giovanni Trapattoni, precisando da vitória simples para, pelo menos, levarem o jogo para prorrogação, dominavam as ações.

E, depois de tanto insistirem, conseguiram o gol aos 33. Robbie Keane, atacante do Tottenham mostrou boa colocação na área, aproveitou um passe precioso de Duff pelo lado esquerdo e calou o Stade de France, em Saint-Denis.



No segundo tempo, a Irlanda quase fez o segundo com Duff, mas Lloris salvou a pátria francesa aos 15 minutos.

Assustada, a França não conseguia ameaçar o gol de Shay Given, titular do Manchester City, e ainda viu Keane, aos 28, perder grande chance. No banco de reservas, o técnico Raymond Domenech olhava a partida, mas sem conseguir passar nada de útil para os seus atletas.

Lances polêmicos na prorrogação e uma mão salvadora

Com o resultado, a partida foi para a prorrogação. Ao contrário do tempo normal, os franceses vieram um pouco mais dispostos e Anelka, logo aos dois, chutou cruzado e arrancou suspiros dos torcedores.

Dois minutos depois, o mesmo Anelka recebeu passe na área, driblou Given e acabou caindo. Os franceses pediram pênalti, alegando que o goleiro irlandês derrubou o atacante do Chelsea. No entanto, o árbitro sueco Martin Hansson achou que o jogador se atirou e mandou o lance seguir.

Mas, aos 13, o juiz compensou, e muito, para os franceses. Após lançamento na área, Henry, em posição duvidosa, dominou claramente com a mão para evitar que a bola saísse e tocou no meio para o zagueiro Gallas marcar. Os irlandeses ficaram indignados e desesperados, mas Hansson validou o tento e assegurou a França no Mundial da África do Sul.