Cabañas confirma fama de carrasco e detona a seleção brasileira
O Brasil não suportou a pressão do Paraguai e saiu do Defensores del Chaco, em Assunção, derrotado e em quarto lugar na tabela de classificação das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Com um gol de Cabañas e outro de Roque Santa Cruz, os donos da casa venceram por 2 a 0. O atacante do América-MEX deitou e rolou, confirmando a sua fama de carrasco diante de adversários canarinhos. Além do gol, o jogador acertou duas bolas na trave e chegou a dar uma cambalhota ao disputar um lance com o zagueiro Juan. O placar de 2 x 0 até que saiu barato para o que se viu em campo, mesmo com o Brasil atuando com um jogador a mais durante quase todo o segundo tempo (Verón foi expulso aos 2 minutos da etapa complementar).
Com o resultado, o Paraguai se manteve na lideração das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, com 13 pontos. O Brasil - que perdeu pela primeira vez na competição - caiu da terceira para a quarta colocação, permanecendo com oito pontos. Na próxima rodada, o time canarinho enfrenta a Argentina, em Belo Horizonte. Os paraguaios encaram a Bolívia fora de casa. Os dois jogos vão ser realizados na próxima quarta-feira.
Santa Cruz aproveita falha da zaga para abrir o placar
O Paraguai começou melhor a partida, principalmente com uma maior posse de bola, no entanto, assustando muito pouco o goleiro Júlio César. O Brasil pecava em atuar muito atrás, esperando os adversários para tentar surpreender nos contra-ataques. O primeiro lance perigoso do jogo foi canarinho. Diego dominou na entrada da área e arriscou. A bola saiu à esquerda de Villar.
Aos 18, o Paraguai transformou o seu domíno territorial em lance de perigo. Santana avançou pela direita e cruzou para Roque Santa Cruz, que chegou atrasado. O Brasil seguiu sem inspiração e errando muitos passes, com Robinho e Luis Fabiano muito isolados no ataque. Aos 23, Cabañas ganhou na corrida de Gilberto e, da entrada da área, chutou forte na trave. O rebote sobrou para o goleiro Júlio César, que beijou a bola duas vezes.
No lance seguinte, aos 25, não teve jeito. No quinto escanteio paraguaio na partida, Luis Fabiano e Gilberto não conseguiram cortar e a bola sobrou para Roque Santa Cruz marcar o primeiro gol da partida (assista ao vídeo acima). Lúcio deixou o atacante sozinho tocar para o fundo da rede de Júlio César. O jogador do Blackburn, da Inglatarra, completou o seu 60º jogo pela seleção e marcou o seu quarto tento sobre o Brasil.
A seleção acordou com o gol paraguaio e passou a se interessar mais pela partida. Aos 32, Luis Fabiano ganhou na raça da zaga e, na sobra, a bola chegou em Robinho. O atacante deu um corte no zagueiro e chutou em cima de um rival, que desviou para escanteio. Cinco minutos depois, Lúcio, em cobrança de falta, assustou o goleiro Villar.
Nem expulsão atrapalha festa de Cabañas
O Brasil voltou para o segundo tempo com uma modificação em relação ao time que começou a partida. O técnico Dunga apostou na entrada de Anderson na vaga de Josué. O time parecia que entraria no jogo e a expulsão de Verón, logo aos dois minutos, animou os poucos brasileiros que estavam no estádio Defensores del Chaco. Porém, aos 4, uma ducha de água fria no time canarinho. Santa Cruz recebeu lançamento pela lado esquerdo, avançou e ao entrar na área chutou forte para bela defesa de Júlio César. Na sobra, Cabañas ganhou de Juan e ampliou o marcador: 2 a 0.
Com o gol, Cabañas provou que é carrasco do Brasil e de equipes canarinhos. Na Libertadores, o jogador marcou cinco gols nos jogos contra Flamengo e Santos. Agora, atuando pelo Paraguai, ele só faltou fazer chover ao infernizar os zagueiros. Depois de marcar o segundo, ele perdeu uma chance de transformar a vitória em goleada. Aos 12, o atacante aproveitou falha de Gilberto e Juan e chutou para acertar a trave de Júlio César. Na sobra, Santa Cruz quase ampliou. Maicon tirou em cima da linha, evitando o pior.
Mesmo com um a menos, o Paraguai seguiu melhor na partida. Dunga tentou ousar, sacando Mineiro e colocando o atacante Adriano, nada que mudasse o panorama do confronto. Julio Baptista também entrou na vaga de Diego para melhorar a movimentação do meio-campo. O Brasil, porém, só assustou aos 29, em um chute de fora da área de Anderson. O goleiro Villar espalmou para escanteio, salvando os donos da casa.
A partir daí, o desespero bateu na seleção brasileira e faltou organização ao time para tentar pelo menos diminuir o marcador. O técnico paraguaio, Gerardo Martino sacou os seus principais jogadores, Cabañas e Roque Santa Cruz, para melhorar o setor defensivo e evitar uma reação do Brasil. No fim, a torcida brasileira presente ao estádio pediu a saída do técnico Dunga e gritou o nome da seleção adversária.
Ficha técnica:
PARAGUAI 2 x 0 BRASIL
PARAGUAI
Justo Villar; Verón, Julio Cáceres, Paulo da Silva e Caniza; Edgar Barreto, Enrique Vera e Jonathan Santana; Haedo (Victor Cáceres), Cabañas (Torres) e Roque Santa Cruz (Cardozo).
Técnico: Gerardo Martino.
BRASIL
Júlio César, Maicon, Juan, Lúcio e Gilberto; Mineiro (Adriano), Josué (Anderson), Gilberto Silva e Diego (Julio Baptista); Robinho e Luis Fabiano.
Técnico: Dunga.
Gols: Roque Santa Cruz, aos 26 minutos do primeiro tempo; Cabañas, aos 4 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Verón (P), Juan (B).
Cartão vermelho: Verón (P).
Público: 36.011 pagantes.
Estádio: Defensores del Chaco, em Assunção, no Paraguai. Data: 15/06/2008.
Árbitro: Jorge Larrionda (URU).
Auxiliares: Pablo Fandiño (URU) e Mauricio Espinoza (URU).

ARGENTINA 1X1 EQUADOR
No sufoco, seleção argentina arranca empate com o Equador em Buenos Aires
Jogando em Buenos Aires, no estádio Monumental de Nuñez, a Argentina sofreu para empatar em 1 a 1 com a valente seleção do Equador, em jogo válido pela 5ª rodada das eliminatórias sul-americanas para Copa do Mundo de 2010.
Com o resultado, o time de Riquelme, Messi e companhia segue na segunda colocação, com dez pontos. Os equatorianos também não mudaram de posição (8º, com seis pontos). Na próxima rodada do torneio, a Argentina encara o Brasil, no Mineirão, na quarta-feira. No mesmo dia, o Equador recebe a Colômbia, em Quito.
O jogo
Com três jogadores da LDU - que decide o título da Taça Libertadores contra o Fluminense - como titulares - a seleção do Equador entrou em campo disposta a surpreender os hermanos, marcando o rival em cima e evitando a pressão inicial do time da casa.
O primeiro chute perigoso da Argentina saiu aos dez minutos. Riquelme, de falta, cobrou com veneno, mas o goleiro Cevallos, da LDU, segurou firme. Além do craque do Boca Juniors, o técnico Alfio Basile também lançou como titulares os jovens Messi e Agüero, e o veterano Verón que, aos 25, deu passe primoroso para Riquelme cruzar rasteiro. No entanto, o zagueiro Espinoza cortou para escanteio.
No segundo tempo, a seleção equatoriana resolveu brincar com o perigo, cometendo várias faltas na entrada da área. Riquelme, entretanto, não conseguiu acertar o gol de Cevallos.
Equador sem medo
Aos dez minutos, o perigoso Guerrón, que levava bastante perigo à meta do goleiro argentino Pato Abbondanzieri, pediu pênalti após levar uma entrada de Heinze. Mas o árbitro boliviano René Ortube ignorou o lance.
Jogando sem medo, o Equador acabou conseguindo chegar ao gol. Após lindo passe calcanhar de Tenório, o volante Urrutia, que defende a LDU, acertou um forte chute, encobrindo Abbondanzieri e abriu o placar aos 24 minutos.
Vaiados pela torcida, os jogadores argentinos tentaram buscar o empate a todo custo, pressionando os visitantes. Depois de tanto insistir, o time da casa conseguiu o sofrido e suado empate com Rodrigo Palacio aos 48 minutos do segundo tempo.
Ficha técnica:
ARGENTINA 1 x 1 EQUADOR
ARGENTINA
Pato Abbondanzieri; Demichelis, Nicolas Burdisso e Gabriel Heinze; Maxi Rodriguez (Gago), Javier Zanetti, Veron (Palacio), Javier Mascherano (Julio Cruz) e Riquelme; Lionel Messi e Sergio Agüero
Técnico: Alfio Basile
EQUADOR
Cevallos; Hurtado, Omar De Jesus, Castillo e Isaac Mina; Urrutia, Ayovi (Bolanos), Luis Valencia, Giovanny Espinoza e Guerrón (De La Cruz); Carlos Tenório (Benitez).
Técnico: Sixto Vizuete
Gols: Urrutia, aos 24 minutos do segundo tempo, e Rodrigo Palacio, aos 48 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Demichelis (Argentina). Cevallos, Valencia, Mina (Equador)
Estádio: Monumental de Nuñez. Data: 15/06/2008.
Árbitro: Rene Ortube (BOL).
Auxiliares: Juan Arroyo (BOL) e Jorge Calderon (BOL).

Em noite de Medel, Chile bate a Bolívia na altitude de La Paz
Em campo castigado do Estádio Hernando Siles, o Chile começou dando as cartas. Embora desfalcado de Valdivia e Maldonado- preteridos pelo técnico Marcelo Bielsa-, Suazo & Cia partiram para cima da Bolívia, em La Paz. Alheios à altitude de 3.600 metros acima do nível do mar, os chilenos mostraram mais volume de jogo e venceram por 2 a 0 a partida válida pela quinta rodada das eliminatórias sul-americanas à Copa de 2010.
Aos sete minutos do primeiro tempo, Sánchez foi à linha de fundo e cruzou na área boliviana. Morales dominou no peito e arrematou a bola de bicicleta pela linha de fundo. Dez minutos depois, Beausejour pôs a bola na pequena área, e Sánchez quase marcou de peixinho. O mesmo atacante chileno ficou cara a cara com o goleiro Galarza, aos 19, e chutou cruzado para fora.
O Chile abriu o placar aos 27 da etapa inicial. Após cobrança de falta de Mirosevic que explodiu no travessão, Medel emendou de bicicleta para o fundo da rede. Em resposta à pressão dos visitantes, o boliviano Marcelo Moreno, ex-Cruzeiro, cabeceou com perigo, aos 38 minutos. Mas a bola passou rente à trave direita do goleiro Bravo.
Aos 41 minutos, Gutiérrez cobrou escanteio com veneno. E a bola passou por todo mundo sem que nenhum boliviado desviasse para o gol.
Reação dos anfitriões

Na luta para sair da lanterna das eliminatórias, a Bolívia se jogou ao ataque nos minutos iniciais do segundo tempo. Aos 11 da etapa final, Marcelo Moreno driblou o goleiro Bravo, porém, sem ângulo para a conclusão, cruzou na área. A zaga chilena tirou a bola do jeito que pôde, e Campos chutou colocado por cobertura de fora da área. Mas a bola passou por cima do travessão.
Três minutos depois, Marcelo Moreno recebeu cruzamento na área e cabeceçou com perigo por cima da meta, levando à torcida boliviana ao delírio. Aos 23, Marcelo Moreno deu uma de pivô e tabelou com Gutiérrez, que arriscou de fora da área. A bola passa perto da meta chilena.
Aos 30 minutos, o zagueiro Medel mata a bola no peito e bate de virada. Caído na pequena área, Galarza não consegue evitar o segundo gol do Chile.
Desesperados por mais uma derrota em casa, os bolivianos alçaram diversas bolas na área. Nenhuma com destino certo, apesar da garra do atacante Marcelo Moreno. Restou aos anfitriões ouvir as reclamações da torcida, que não saiu nada satisfeita do Estádio Hernando Siles.
Números do jogo
Com a vitória de 2 a 0 em La Paz, o Chile chegou ao sexto lugar na tabela, com sete pontos. Em cinco jogos, acumula duas vitórias, um empate e duas derrotas. Ao passo que a Bolívia permanece com um pontinho em mesmo número de partidas. Foram quatro derrotas e um empate até o momento. Em 11 jogos eliminatórios de Copa do Mundo, o Chile venceu seis partidas, a Bolívia triunfou três vezes e aconteceram dois empates entre as duas seleções.