
Grêmio supera dificuldades para vencer Sport e manter a liderança
Na reta final do Campeonato Brasileiro, jogar bem virou um luxo desnecessário para o Grêmio. O negócio é vencer, e foi o que fez o time de Celso Roth na noite desta quinta-feira, no Olímpico. O Tricolor superou mais uma atuação pouco inspirada, segurou bem um Sport que nada tem a perder e conseguiu os três pontos com triunfo de 1 a 0 sobre os pernambucanos. O gol, marcado por Reinaldo, saiu cedo, com dois minutos de jogo. Até o fim da rodada, ninguém tira a ponta do Grêmio.
Com o resultado, os gaúchos pularam para 59 pontos, três à frente do São Paulo, o novo vice-líder, que fez 2 a 1 no Sport. Cruzeiro e Palmeiras, com um jogo a menos, têm 55, assim como o Flamengo, que superou o Coritiba. O Sport, com 41, já garantido na Libertadores graças ao título da Copa do Brasil, continua em 11º.
O Grêmio volta a campo na quarta-feira da semana que vem, em um dos jogos mais importantes do ano, contra o Cruzeiro, no Mineirão. Um dia depois, o Leão recebe o Santos.
Gol no começo ajuda o Grêmio
Celso Roth montou o Tricolor com uma escalação diferente, até um pouco estranha. Em tese, a presença de William Thiego, com Léo no banco, serviria para deixar o time no 4-4-2. Não foi o que aconteceu. Na prática, a equipe seguiu no 3-5-2. Até aí, tudo bem. O grave foi a presença de Douglas Costa, o principal talento tricolor, como ala pela esquerda. Ele ficou quase o tempo todo marcando Moacir, do Sport.
Os pernambucanos saíram atrás muito cedo, antes que pudessem calcular o jogo. Com dois minutos, Willian Magrão bateu cruzado, todo torto, sem direção. A sorte dos gremistas é que Reinaldo (começou como titular, com Morales no banco) estava no meio do caminho. Ele desviou para o fundo do gol de Magrão: 1 a 0 (assista ao vídeo acima).
A partir daí, ganhou forma um jogo truncado, de muita disputa pelo meio e poucas chances de ataque. O Sport, apesar de alguns erros na saída de bola, cresceu em volume, só que sem efetividade ofensiva. A única chance clara dos visitantes foi aos 33 minutos. Moacir acionou Wilson na área. Ele desviou de cabeça, forçando Victor a voar para espalmar a escanteio.
Antes, o Grêmio quase conseguira ampliar, novamente com Reinaldo. Foi um cruzamento preciso de Tcheco. O atacante desviou de cabeça no travessão.
Sport tenta, Grêmio vence
O Grêmio voltou mais arisco do intervalo. Celso Roth finalmente eliminou o desperdício da etapa inicial e tirou Douglas Costa da ala. O guri foi para o meio, o lugar em que ele é útil. Aí o time cresceu. Com 30 segundos, na pressão, Douglinhas fez um gol, mas a arbitragem anulou, já que Reinaldo fizera falta em Magrão no início do lance.
A postura mais ofensiva do Grêmio não amedrontou o Leão. Sempre que podia, o time de Nelsinho Baptista arriscava investidas ao ataque. Em uma delas, César girou com perigo dentro da área, para fora.
Mas o Grêmio tinha mais fome. Aos dez minutos, Tcheco fez fila na frente da área e adocicou a bola para Rafael Carioca. Faltou precisão no chute do volante.
Aos poucos, o Leão foi criando interesse em resultado melhor e, jogando pelas pontas, criou algumas ameaças. Aos 30 minutos, Júnior Maranhão recebeu livre pela esquerda e mandou cruzado. Victor fez defesaça. No rebote, Wilson tinha tudo para marcar (assista ao vídeo acima). Mas não marcou, e o Tricolor conseguiu três pontos preciosos, mesmo com uma atuação que não foi das melhores.
Ficha técnica:
GRÊMIO 1 x 0 SPORT
GRÊMIO
Victor, Felipe Mattioni, Pereira, Réver e William Thiego; Rafael Carioca, Willian Magrão, Tcheco e Douglas Costa (Souza); Perea (Morales) e Reinaldo (Soares).
Técnico: Celso Roth.
SPORT
Magrão, César, Igor e Durval; Cássio Lopes (Moacir (Luciano Henrique)), Andrade (Júnior Maranhão), Sandro Goiano, Fumagalli e Dutra; Carlinhos Bala e Wilson.
Técnico: Nelsinho Baptista.
Gol: Reinaldo, aos dois minutos do primeiro tempo.
Cartões amarelos: Sandro Goiano, Durval e César (Sport).
Estádio: Olímpico, em Porto Alegre (RS). Data: 23/10/2008.
Árbitro: Wagner Tardelli Azevedo (Fifa SC).
Auxiliares: Carlos Berkenbrock (SC) e Alcides Zawaski Pazetto (SC).
FLAMENGO 5X0 CORTIBA
No aniversário de Leo Moura, Obina distribui presentes e Fla goleia o Coritiba
Talvez nos pedidos por seu aniversário, Leo Moura tenha prestigiado Obina. Nesta quinta-feira, o atacante viveu uma noite estilo "melhor do que Eto'o" e ajudou a garantir a goleada do Flamengo por 5 a 0 sobre o Coritiba, no Maracanã.
O resultado mantém os cariocas a quatro pontos do líder Grêmio, mas os faz subir - pelo menos até sábado - para a quarta posição, com 55 pontos. O próximo confronto será na quarta-feira contra o Vitória, em Salvador.
Se até esta quinta-feira, o Rubro-Negro era criticado pelas atuações pouco convincentes, os jogadores resolveram responder. E capitaneados por Obina. O baiano fez um gol, sofreu um pênalti e deu passe para outro. No fim, sobrou até um pênalti para Bruno bater e fazer seu segundo gol na carreira.
O Coritiba, que tinha pequenas chances de chegar à Libertadores, foi totalmente dominado e permanece em oitavo lugar, com 46 pontos. Na próxima rodada, a chance de reabilitação será contra o Atlético-MG, quarta-feira, no Couto Pereira.
Aniversário de Leo Moura; palmas para Obina
Leo Moura pediu uma vitória convincente do Flamengo para festejar o aniversário de 30 anos nesta quinta-feira. O desejo mexeu com Obina. Inspirado desde o início da partida, o atacante subiu mais do que a zaga do Coritiba aos 16 minutos e acertou o travessão após cruzamento de Luizinho.

O árbitro Carlos Eugênio Simon assinalou o pênalti aos 21. Foi o presente especial para Leo Moura. O novo trintão quase desperdiçou. No primeiro chute, Vanderlei defendeu no canto esquerdo. A bola sobrou e o lateral completou para o gol vazio. Na comemoração, recebeu o "parabéns pra você" da torcida.
O Coritiba ainda ameaçou em alguns contra-ataques, mas Keirrison foi bem bloqueado por Aírton. Quando a zaga não apareceu, Bruno impediu o gol, como na cabeçada de Felipe, aos 15 minutos.
Mas o protagonista do primeiro tempo foi mesmo Obina. O camisa 18 chutou de fora da área e quase surpreendeu Vanderlei, aos 30. No lance seguinte, Marcelinho Paraíba tabelou com Ibson e o volante desperdiçou a chance tocando à direita da baliza.
No contra-ataque seguinte, o Flamengo não perdoou. Kleberson arrancou pela direita, teve calma e encontrou Obina na marca do pênalti. O centroavante dominou e chutou rasteiro no canto direito, sem chance para o goleiro do Coritiba.
No segundo tempo, os visitantes passaram a ter mais posse de bola, mas insistiram nas jogadas aéreas e facilitaram o trabalho de Bruno. Mas aos 26, Keirrison entrou livre na ponta esquerda e chutou rasteiro para fora.
O Flamengo respondeu com Ibson. Ele chutou cruzado aos 27, mas Vanderlei defendeu. Obina fez jogada de craque aos 29, deixou um zagueiro do Coritiba deitado, mas a a finalização raspou em um jogador do Coritiba e saiu.
Em duas jogadas, a goleada se desenhou. Maxi roubou a bola, passou para Fierro e o chileno rolou para Ibson bater no alto e fazer o terceiro, aos 32. Dois minutos depois, Obina arrancou pela esquerda, driblou dois zagueiros e rolou para Maxi, na segunda trave, empurrar. Foi a senha para a torcida voltar a acreditar no título.
No último minuto, Maxi foi derrubado na área. Outro pênalti. A torcida pediu, e o goleiro Bruno foi para a cobrança. Ele cobrou no estilo "à la Djalminha" e fez o quinto.
Ficha técnica:
FLAMENGO 5 x 0 CORITIBA
FLAMENGO
Bruno, Leo Moura, Jaílton, Ronaldo Angelim e Luizinho (Fernando); Aírton, Toró, Kleberson (Fierro) e Ibson;Marcelinho Paraíba (Maxi) e Obina. .
Técnico: Caio Júnior.
CORITIBA
Vanderlei; Tamandaré (Thiago Silvy), Maurício, Rodrigo Mancha e Felipe; Alê, Donizete (Marlos), Carlinhos Paraíba e Ricardinho; João Henrique e Keirrison.
Técnico: Dorival Júnior.
Gols: Leo Moura, aos 21, Obina, aos 36 minutos do primeiro tempo; Ibson, aos 32, Maxi, aos 34 minutos do segundo tempo.
Estádio: Maracanã. Data: 23/10/2008.
Árbitro: Carlos Eugênio Simon (Fifa-RS).
Auxiliares: Altemir Hausmann (Fifa-RS) e Jose Javel (RS).
Público: 28.648 pagantes (31.460 presentes)
SÃO PAULO 2X1 VITÓRIA
Sob 'dilúvio', São Paulo toma susto, mas vence o Vitória de virada no Morumbi
O São Paulo segue firme na briga pelo tri inédito do Brasileiro . O anfitrião chegou a tomar um susto, mas conseguiu se recuperar e venceu o Vitória por 2 a 1, de virada, na noite desta quinta-feira, no Morumbi (assista ao gol de Hugo). O jogo, que aconteceu debaixo de chuva forte, colocou o Tricolor provisoriamente na segunda posição. Ao Leão, restou lamentar a distância ainda maior de uma vaga na Libertadores.
Com o resultado, o time da casa tem agora 56 pontos, na segunda posição, mas pode ser ultrapassado por Palmeiras e Cruzeiro , que ainda jogam nesta rodada. O visitante tem 44 pontos, na décima colocação. Na próxima rodada, o Tricolor vai ao Rio enfrentar o Botafogo , e o Leão recebe o Flamengo no Barradão. Os dois jogos serão na quarta-feira.
Leão surpreende e Hernanes empata
Assim como o técnico Muricy Ramalho previa, o Vitória apostou na velocidade e não ficou atrás o tempo todo, como acontece geralmente com os visitantes no Morumbi. Mas a primeira chance clara foi do anfitrião. Aos quatro minutos, Miranda lançou Dagoberto que, sozinho, tentou acertar o canto direito de Viafara, mas saiu pela linha de fundo.
Se o São Paulo não aproveitou a chance, o Vitória sim. Aos 15 minutos, Marquinhos cobrou escanteio no primeiro pau e Leonardo Silva subiu mais do que todo mundo para acertar o gol de Rogério Ceni de cabeça. Os torcedores que foram ao Morumbi não acreditaram.
A chuva, que ameaçava cair forte desde o início da noite, cumpriu a previsão. E, no campo, o time da casa tentava empatar a qualquer custo, principalmente nas arrancadas de Dagoberto. Hugo teve uma grande chance aos 21, mas Viafara tirou de soco. Na sobra, Hernanes isolou.
O volante, aliás, era uma das principais armas do Tricolor para tentar evitar o prejuízo. Aos 23, ele bateu uma falta de longa distância e assustou o goleiro. Mas, aos 28, o jogador conseguiu o que queria. Em uma outra falta na intermediária, ele cobrou, contou com a ajuda da barreira, que se abriu, e empatou a partida. Alívio para a torcida no Morumbi.
Antes mesmo de Hernanes fazer o gol, a equipe do Vitória ainda teve uma boa oportunidade de ampliar com Wallace, que cabeceou após outra cobrança de escanteio de Marquinhos. Mas a bola passou pelo lado do gol. Depois do empate, o visitante tentou sair um pouco mais, mas o São Paulo já começava a dominar a partida.
Viafara ainda tomou um susto após uma cobrança de falta forte de Rodrigo. A bola bateu no peito do goleiro. Hugo tentou o rebote, mas estava impedido. E Dagoberto protagonizou o último bom lance do primeiro tempo, ao arrancar pela esquerda e chutar forte, para a defesa do goleiro do time baiano, aos 42. E a chuva só piorou nos minutos finais.
Virada e mais chuva forte
Logo no início do segundo tempo o São Paulo mostrou que voltava para o segundo tempo determinado a vencer a partida em casa. No primeiro minuto Zé Luis balançou a rede, de cabeça, mas o árbitro assinalou o impedimento.
Mas não demorou para que um lance semelhante acontecesse novamente, desta vez válido. Aos oito, após cobrança de falta de Jorge Wagner, Hugo partiu de trás e cabeceou livre para o gol de Viafara. Os jogadores do Vitória reclamaram impedimento, mas o gol foi legal. Hugo e Rodrigo foram comemorar ajoelhados sobre o escudo do Tricolor, diante da torcida.
Vendo que Hugo aparecia mais na frente, como um terceiro atacante, e precisando empatar, o técnico Vagner Mancini resolveu apostar na criatividade de Ramon no meio-campo. Mas Muricy também mudou. Consolidou Hugo no ataque e colocou Richarlyson para fechar o meio.
A entrada de Ramon foi uma boa opção para o Vitória, mas o time não conseguia passar pelo São Paulo, que recuou mais após o segundo gol. Mesmo mais cauteloso, o time da casa ainda teve oportunidade de ampliar. Aos 28, após Hernanes fazer fila na defesa do Leão, Hugo bateu forte e Viarafa precisou fazer uma defesa difícil.
O Vitória ameaçou, mas não conseguiu empatar a partida. Ceni, atento, fez defesas pontuais. O Tricolor tentava nos contra-ataques, principalmente com Hugo e Dagoberto. Mas também não chegou a ampliar. O torcedor queria mais, ficou nervoso com os minutos finais, mas saiu tranqüilo por ver que o time paulista está mais vivo do que nunca na luta pelo tri inédito.
Ficha técnica:
SÃO PAULO 2 x 1 VITÓRIA
SÃO PAULO
Rogério Ceni, Rodrigo, André Dias e Miranda; Zé Luis, Hernanes, Jean, Hugo e Jorge Wagner; Dagoberto e André Lima (Richarlyson).
Técnico: M. Ramalho.
VITÓRIA
Viafara; Marco Aurélio, Leonardo Silva, Anderson Martins e Marcelo Cordeiro; Vanderson, Marco Antônio (Ramon), Wallace e Jackson (Willians); Marquinhos e Rodrigão (Robert).
Técnico: Vagner Mancini.
Gols: Leonardo Silva, aos 15 minutos e Hernanes, aos 28 minutos do primeiro tempo; Hugo, aos oito minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Zé Luis, Richarlyson, Jean (São Paulo); Marcelo Cordeiro,Vanderson (Vitória).
Estádio: Morumbi. Data: 23/10/2008.
Árbitro: Heber Roberto Lopes (Fifa/PR).
Auxiliares: Aparecido Donizetti Santana (Fifa /PR) e Jose Carlos Dias Passos(PR). Público e renda: 17.111 pagantes/ R$ 320.795,00