Victor para ataque do Flamengo, Bruno falha, e Grêmio goleia no Olímpico
Na dança das cadeiras da tabela de classificação do Campeonato Brasileiro, o Grêmio deu um “chega pra lá” no Flamengo para fechar o primeiro turno em um lugar mais confortável, com boa vista para a zona de classificação para a Libertadores da América. O Tricolor aproveitou a força do Olímpico, onde não perde há quase um ano, e goleou o Rubro-Negro por 4 a 1. Os gols dos gaúchos foram marcados por Perea, Réver e Jonas, duas vezes, mas quem brilhou mesmo foi o goleiro Victor. Everton fez para os cariocas.
Com o resultado, o Grêmio subiu na tabela, ultrapassando o próprio Flamengo. A equipe de Paulo Autuori subiu para 28 pontos, na sétima colocação. O time de Andrade, estacionado nos 27, caiu para décimo.
As duas equipes voltam a campo no meio da semana. Na quarta-feira, o Grêmio visita o Santos, na Vila Belmiro. Na quinta, o Flamengo recebe o Cruzeiro, no Mineirão.
Milagres de Victor, Adriano garçom e Perea renascido
Cada aplauso que o goleiro Victor recebeu ao sair de campo no primeiro tempo foi justificado. Por culpa dele, Adriano deixou de ser artilheiro para virar garçom. O Imperador rubro-negro bem que tentou fazer o que mais sabe, mas balançar a rede tricolor se tornou uma tarefa quase sobre-humana nos 45 minutos iniciais. O ídolo gremista fechou o gol. Só não pegou uma. E faltou pouco para agarrar até essa.
O Flamengo foi melhor no primeiro tempo. A superioridade carioca foi resultado direto do rendimento das duas equipes no meio-de-campo. No lado tricolor, Túlio não funcionou como auxiliar de Douglas Costa na articulação e Réver, como primeiro volante, não teve a mesma eficiência de quando é zagueiro. No Rubro-Negro, Fierro foi apenas regular, mas Lenon jogou como se fosse titular do Flamengo há décadas. Willians incomodou Douglas Costa o tempo todo. Com boas saídas também pelas laterais, o time de Andrade impediu o Grêmio de anular o acesso a Adriano. E aí esteve um problema dos grandes para a equipe gaúcha.
O Grêmio saiu na frente em um momento comovente para os tricolores. Aos 15 minutos, Jadilson cruzou da esquerda e Perea, de cabeça, fez 1 a 0. O colombiano não marcava um gol desde agosto do ano passado. Ele passou a temporada lesionado, quase esquecido. No momento em que viu a bola entrar no gol de Bruno, o jogador saiu correndo feito criança. Era o renascimento dele. Não foi por acaso que quase todos os jogadores do Grêmio correram para abraçar o gringo.
A vantagem azul durou dez minutos. Aos 25, o Flamengo empatou em linda assistência de Adriano. Cercado pela zaga tricolor, o centroavante rolou para Everton, na esquerda. O chute cruzado desviou nas mãos do goleiro Victor. A bola rumou mansa para dentro do gol, quase em câmera lenta. O Fla alcançava uma igualdade que só não virou vantagem no primeiro tempo porque Victor, a partir dali, pegou todas.
Aos 33 minutos, a bola chegaria no pé de Adriano e o Flamengo viraria o jogo se Victor não antevisse a jogada e abafasse o cruzamento. Aos 35, teve muito gremista fechando os olhos para não ver a concretização de um lance que tinha cara de festa rubro-negra. O Imperador passou fácil pela zaga gremista e ficou cara a cara com Victor. Era o centroavante contra o goleiro. E o goleiro ganhou. Milagre.
O lance do gol de Everton não foi o único momento de garçom de Adriano. Com 42 minutos, o camisa 9 deu passe de primeira, daqueles que só os craques fazem, para Emerson. O Sheik entrou livre para marcar. E Victor pegou mais uma.
A torcida gremista resmungou da arbitragem. Pediu toque de Ronaldo Angelim dentro da área e reclamou de faltas não-marcadas. Réver, de cabeça, quase marcou aos 41 minutos. A bola passou muito perto da trave de Bruno.
Bruno e pênaltis derrubam o Fla
Bruno tentou imitar Victor no segundo tempo. Com o Grêmio no abafa, o goleiro flamenguista também fez defesas de cair o queixo. Aos quatro minutos, abafou a boa jogada de Jonas. O lance rendeu escanteio, que terminou em cabeceio forte de Rafael Marques. Bruno espalmou.
Mas não se pode pegar todas, como também aconteceu com Victor no primeiro tempo. Aos 12 minutos, o zagueiro/volante Réver tabelou com Douglas Costa, avançou com dribles e mandou a pancada. A bola passou por baixo de Bruno para colocar o Grêmio novamente em vantagem. Uma falha e tanto.
O Grêmio tentou seguir no ataque para evitar a pressão do Flamengo, mas foi impossível impedir novas chances para o adversário. Victor voltou a brilhar. Pegou uma pancada de Adriano e um chute colocado de Emerson. No ataque, o Tricolor ainda conseguiu fazer o terceiro. Perea foi derrubado por Aírton aos 35 minutos. Pênalti. A torcida gritou o nome de Victor antes e depois de Jonas cobrar e fazer. Um minuto depois, David derrubou Joílson dentro da área. Outro pênalti e novo pedido para o camisa 1 ir ao ataque. Não foi. Jonas bateu forte no centro do gol e fez o quarto. Em um jogo com cinco gols e boas alternativas ofensivas, o craque vestiu luvas.
Ficha técnica:
GRÊMIO 4 x 1 FLAMENGO
GRÊMIO
Victor, Mário Fernandes, Léo, Rafael Marques e Jadilson (Bruno Collaço); Réver, Adílson, Túlio e Douglas Costa (Joílson); Jonas e Perea (Maylson).
Técnico: Paulo Autuori.
FLAMENGO
Bruno, David, Aírton e Ronaldo Angelim; Everton Silva (Denis Marques), Lenon, Willians, Fierro (Camacho) e Everton; Emerson e Adriano.
Técnico: Andrade.
Gols: Perea, aos 15, Everton, aos 25 minutos do primeiro tempo; Rever, aos 11, Jonas, 36, Jonas, aos 42 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Joílson, Túlio, Jonas (Grêmio); Willians, Adriano, David (Flamengo)
Estádio: Olímpico, em Poro Alegre. Data: 16/08/2009.
Árbitro: Paulo César Oliveira (Fifa/SP)
Auxiliares: Marcelo Carvalho Van Gasse (SP) e Carlos Berkenbrock (SC)
SPORT 1X2 SÃO PAULO
Gol de Hugo nos acréscimos leva o São Paulo de volta ao G-4 do Brasileirão
O São Paulo voltou ao G-4 do Campeonato Brasileiro. Jogando na Ilha do Retiro, no Recife, a equipe comandada por Ricardo Gomes, mesmo sem mostrar o bom futebol das últimas partidas e sem dois zagueiros, expulsos, venceu o Sport por 2 a 1, na Ilha do Retiro. A vitória veio de maneira dramática, com um gol marcado por Hugo, aos 48 do segundo tempo.O time foi beneficiado pela derrota do Atlético-MG para o Corinthians para voltar ao grupo das melhores equipes da competição.
Foi a sexta vitória consecutiva do Tricolor e a sétima nas últimas nove partidas disputadas. Com o resultado, a equipe foi aos 33 pontos na tabela de classificação e assumiu a quarta posição. O time tem o mesmo número de pontos do Internacional, terceiro colocado, mas os gaúchos levam vantagem por terem uma vitória a mais. Já o Sport segue na lanterna do Brasileirão, com apenas 13 pontos conquistados em 19 rodadas.
CONFIRA A CLASSIFICAÇÃO DO CAMPEONATO BRASILEIRO
Os dois times voltarão a campo no meio da semana. Na quarta-feira, o Tricolor receberá a visita do Fluminense no estádio do Morumbi. No mesmo dia, o Sport vai enfrentar o Barueri, na casa do adversário.
Domínio são-paulino
Mesmo com a fraca campanha da equipe no Campeonato Brasileiro, a torcida do Sport fez a sua parte e compareceu em grande número na Ilha do Retiro. E, quando a bola rolou, a equipe comandada por Péricles Chamusca tomou a iniciativa da partida. Com mudanças na equipe e no esquema tático (saiu o 4-4-2 e entrou o 3-5-2), a equipe chegou duas vezes ao gol de Denis nos primeiros dez minutos, ambas com o atacante Wilson.
Mas foi só. A partir do momento em que o São Paulo começou a controlar a posse de bola, o time pernambucano se retraiu em campo. Aos 16, aconteceu a primeira chegada do Tricolor com Hernanes, que recebeu de Washington e bateu rasteiro, para firme defesa de Magrão. No minuto seguinte, Borges recebeu de Washington e, na entrada da área, girou e bateu de pé esquerdo. A bola desviou em Durval e foi para a linha de fundo.
A esta altura da partida, só um time jogava. O São Paulo tinha liberdade para tocar a bola no meio-campo e também usava muito as laterais, principalmente a esquerda, onde a dupla Jorge Wagner e Junior Cesar se destacava. Aos 20, o gol só não saiu porque Magrão fez bela defesa em chute da entrada da área de Hernanes, após passe açucarado de Borges.
Mas, quatro minutos depois, não teve jeito, e o Tricolor abriu o marcador. Junior Cesar puxou contra-ataque pela esquerda, avançou pelo meio e tocou para Hernanes na direita. O camisa 10 fez belo lançamento para Borges que, de cabeça, ajeitou para Washington que, cara a cara com Magrão na pequena área, bateu de pé direito, no canto esquerdo da meta pernambucana. Foi o sétimo gol do camisa 9 são-paulino no Brasileirão e o 24º na temporada.
Com a vantagem adversária no marcador, a torcida do Sport definitivamente perdeu a paciência. E o time, dentro de campo, não acertou mais nada. O lateral-direito Moacir mostrava iniciativa no apoio, mas tropeçava nas próprias pernas. No ataque, o garoto Ciro, sozinho, não conseguia passar pela forte marcação adversária. E o São Paulo, tranquilamente, tocava a bola e, quando ia ao ataque, era mais perigoso.
Aos 31, no último lance de perigo da partida, Adrián González, que fazia a sua estreia pelo Tricolor, roubou a bola de Durval dentro da área mas, na acabou adiantando a bola e permitiu o corte salvador de Magrão. No final do primeiro tempo, a torcida do Sport vaiou demais os seus jogadores.
Domínio pernambucano
Insatisfeito com o desempenho de sua equipe, o técnico Péricles Chamusca fez duas alterações no intervalo. Ele sacou os inoperantes Juliano e Fumagalli e colocou Fabiano e Luciano Henrique. O time melhorou sensivelmente e rapidamente equilibrou a partida. Do outro lado, o São Paulo recomeçou a partida de maneira mais defensiva, buscando um contra-ataque para tentar definir a partida.
A torcida sentiu o crescimento da equipe e passou a cantar nas arquibancadas. Nos primeiros dez minutos, o time chegou por duas vezes com perigo, em jogadas pela ponta esquerda, mas falhou no último toque, permitindo o corte da zaga são-paulina. Aos 13, Andrade chutou de fora da área e Denis defendeu em dois tempos.
Percebendo a melhora rival, Ricardo Gomes resolveu mexer no São Paulo, sacando Adrián González e colocando Zé Luis no seu lugar. Isso para melhorar a marcação na lateral-direita, já que Dutra começou a dar trabalho no apoio pela lateral. Aos 16, ele arriscou de fora da área e Denis espalmou pela linha de fundo.
Nova mudança
Ricardo Gomes, preocupado com a queda da equipe, resolveu mexer novamente no time e no esquema tático. Ele tirou Borges e colocou Hugo. Com isso, o time saiu do 3-5-2 e passou para o 3-6-1, somente com Washington isolado no ataque. A ideia era voltar a equilibrar as coisas no meio-campo, já que a bola não saía dos pés dos jogadores do Sport.
Aos 25, as coisas se complicaram ainda mais para o Tricolor, já que Miranda, que tinha cartão amarelo, fez falta em Wilson e foi bem expulso pelo juiz Sandro Meira Ricci. Péricles Chamusca, então, partiu para o tudo ou nada, colocando o atacante Lincom na vaga do zagueiro Igor. E o São Paulo, a esta altura da partida, se defendia como podia. O time já não tinha a mesma organização em campo.
Aos 30, o Sport, por muito pouco, não empatou a partida. Moacir cruzou da direita, Denis falhou, Wilson cabeceou, e Zé Luis, quase na linha, conseguiu afastar o perigo, para desespero do torcedor pernambucano.
Emoção no final
Nos últimos dez minutos, o jogo, que estava morno, ganhou em dramaticidade. Aos 35, o São Paulo teve a chance para matar a partida com Washington, que recebeu cruzamento de Hernanes e, de primeira, bateu de pé direito e acertou a trave direita de Magrão. Logo depois, foi a vez do Sport ficar com dez homens, já que Wilson simulou um pênalti e foi bem expulso pela arbitragem.
Três minutos depois, o São Paulo voltou a ficar com um homem a menos. Renato Silva fez falta em Ciro, e, como já tinha cartão amarelo, recebeu o vermelho de maneira correta. E, com dois zagueiros a menos, ficou muito complicado segurar a vantagem. Aos 39, após cobrança de escanteio da direita de Luciano Henrique, César cabeceou para o meio da área, e Fabiano, sozinho, tocou no canto esquerdo de Denis. Festa na Ilha do Retiro.
O jogo parecia decidido. Mas o São Paulo, na base da superação, teve um último gás e, quando o jogo já estava nos descontos, conseguiu o que ninguém esperava. Junior Cesar fez bela jogada, escapou pelo meio, foi para a direita, passou por Moacir e fez um cruzamento primoroso para Hugo que, de cabeça, tocou no canto direito de Magrão. Vitória garantida e volta ao G-4. E no fim, a torcida comemorou e gritou "o campeão voltou, o campeão voltou".
Ficha técnica:
SPORT 1 x 2 SÃO PAULO
SPORT
Magrão; César, Igor (Lincom) e Durval; Moacir, Andrade, Juliano (Fabiano), Fumagalli (Luciano Henrique) e Dutra; Ciro e Wilson.
Técnico: Péricles Chamusca.
SÃO PAULO
Denis; Renato Silva, André Dias e Miranda; Adrián González (Zé Luis), Hernanes, Richarlyson, Jorge Wagner e Junior Cesar; Borges (Hugo) e Washington (Wellington).
Técnico: Ricardo Gomes.
Gols: Washington, aos 24min do 1º tempo. Fabiano, aos 39min e Hugo, aos 48min do 2º tempo.
Cartões amarelos: Adrián González (São Paulo).
Cartão vermelho: Wilson (Sport) e Renato Silva e Miranda (São Paulo)
Estádio: Ilha do Retiro. Data: 16/08/2009.
Árbitro: Sandro Meira Ricci (DF).
Auxiliares: Enio Ferreira de Carvalho (DF) e João Antônio Sousa Paulo Neto (DF)
FLUMINENSE 1X3 CORITIBA
Cheio de gás, Marcelinho Paraíba acaba com o Flu e tira o Coritiba do Z-4

Um dos poupados no duelo pela competição continental, Marcelinho Paraíba esbanjou disposição e marcou dois dos três gols da vitória coxa-branca - o outro foi de Marcos Aurélio, já no fim da partida. Kieza descontou. Com o resultado, o Coritiba pulou para a 16ª colocação, com 19 pontos, enquanto o Flu, ainda com 15, permanece na vice-lanterna.
Na próxima rodada, o Fluminense vai até o Morumbi encarar o São Paulo, quarta-feira, às 21h50m (de Brasília). No mesmo dia e no mesmo horário, o Coxa recebe o líder Palmeiras, no Couto Pereira.
Mais objetivo, Coxa domina e abre o placar
Se motivar o elenco era o objetivo da diretoria do Coritiba ao trocar René Simões por Ney Franco, a estratégia foi bem-sucedida. Como se estivesse no Couto Pereira, o Coxa ignorou o Maracanã e se mandou para cima do Fluminense já nos minutos iniciais da estreia do treinador. Diante de um adversário nitidamente preocupado em não errar, o time paranaense abusou da velocidade, e com três minutos de bola rolando tinha desperdiçado duas boas oportunidades.
Enquanto o lateral-esquerdo Augusto era atendido pelo departamento médico do Flu fora de campo, a dupla Márcio Gabriel-Marcelinho Paraíba aproveitou o espaço pelo setor. Aos dois minutos, o meia serviu Bruno Batata, que chutou mal e errou o alvo. No minuto seguinte foi a vez de o lateral cruzar rasteiro para Marcelinho Paraíba, que não alcançou a bola na pequena área.
Acuado, o Fluminense errava muitos passes na defesa, e a disposição ofensiva de Roni e Conca não surtiu efeito. Aos 11 minutos, a timidez tricolor foi castigada. Novamente em jogada pelo lado direito, Pedro Ken cruzou na medida para Marcelinho Paraíba escorar com liberdade no segundo pau e vencer Fernando Henrique.
Dono do jogo, o Coxa assustou também aos 15 e aos 18. Primeiro, Marcio Gabriel chutou por cima do gol de fora da área. Em seguida, foi a vez de Pedro Ken e Marcelinho tabelarem com rapidez. O ex-rubro-negro serviu Bruno Batata, que bateu colocado mas parou no goleiro tricolor.
A primeira conclusão do Fluminense aconteceu somente aos 19. Conca encontrou Kieza livre pela direita, o atacante colocou a bola na área, e Pereira jogou a bola no travessão, quase marcando contra. O lance acordou a equipe, que, apesar de continuar burocrática, pelo menos mantinha a bola em seus pés.
Aos 27, Renato tentou deixar o Tricolor mais ofensivo e trocou o muito vaiado Wellington Monteiro por Carlos Eduardo. Mais velozes, os cariocas por pouco não empataram quatro minutos depois. Após belo lançamento de Roni, Kieza dominou no peito e emendou bonito. Caprichosamente, a bola beijou a trave direita de Edson Bastos.
Mais efetivo no campo ofensivo, o Flu seguia esbarrando nos próprios erros de passe, enquanto o Coritiba, preocupado em não correr riscos, abdicou do ataque para apostar nos contragolpes organizados por Carlinhos Paraíba, Marcelinho e Pedro Ken.
Melhor para os visitantes, que seguraram um rival desesperado e desorganizado e foram para o vestiário em vantagem no placar.
- Estamos ansiosos e jogando com desespero. Precisamos manter a tranquilidade – desabafou o tricolor Ruy no intervalo.
Marcelinho Paraíba afunda o Tricolor
Precisando vencer por dois gols de diferença para terminar o primeiro turno fora da zona de rebaixamento, o Fluminense voltou para o segundo tempo com três atacantes. Alan entrou na vaga de Augusto e se juntou a Roni e Kieza. Alteração que tornou a equipe mais ofensiva na teoria, mas na prática deixou ainda mais exposta a deficiente zaga tricolor.
E os efeitos da alteração foram totalmente opostos aos pretendidos por Renato Gaúcho. Logo aos cinco minutos, Leandro Donizete apareceu com liberdade pela esquerda, mas concluiu em cima da zaga. Dois minutos depois, um suspiro tricolor: Conca cobrou falta na área, Alan se embolou com Jéci, pediu pênalti, mas acabou ganhando cartão amarelo da arbitragem.
Aos 10, o prenúncio do desastre. Marcelinho Paraíba recebeu no mano-a-mano com Luiz Alberto, gingou para o meio e chutou para fora. O duelo se repetiu quatro minutos depois, e o atacante do Coritiba não perdoou. Após entortar o capitão tricolor, ele dividiu com Fernando Henrique e ficou com a bola limpinha para empurrar para o gol vazio: 2 a 0 Coritiba.
Completamente desorganizado e sem forças para reagir, o Fluminense agonizava com a bola no pé sem criatividade, diante de um rival perigoso no contra-ataque. Aos 24, Marcelinho Paraíba rolou para Carlinhos na esquerda. O meia emendou com força para grande defesa de Fernando Henrique. Ainda assim, o goleiro foi “homenageado” com gritos de frangueiro.
A inoperância tricolor fez com que o Coritiba relaxasse, e foi nesse cochilo que o Fluminense ganhou sobrevida: após chutão da defesa, Kieza disputou com a zaga, levou a melhor, invadiu a área e chutou cruzado para diminuir, aos .
O gol incendiou os cerca de 18 mil tricolores que estiveram no Maracanã e levou a equipe para o abafa. Na base do chuveirinho, o Fluminense empurrou o Coritiba para dentro da área e pressionou. Aos 38, a melhor chance: após cruzamento da esquerda, Edson Bastos falhou, e Ruy dominou livre no bico da pequena área. O lateral-direito dominou, ajeitou o corpo e chutou para fora.
Foi a última boa oportunidade dos cariocas, que ainda sofreram o terceiro gol aos 47, com Marcos Aurélio, após cruzamento de Pedro Ken. Festa coxa-branca em uma tarde onde os tricolores comemoraram apenas os quatro gols do Grêmio sobre o Flamengo, anunciados pelo sistema de som do estádio.
Ficha técnica:
FLUMINENSE 1 x 3 CORITIBA
FLUMINENSE
Fernando Henrique, Ruy, Luiz Alberto, Edcarlos e Augusto (Alan); Wellington Monteiro (Carlos Eduardo), Diogo, Marquinho (Maicon) e Conca; Roni e Kieza
Técnico: Renato Gaúcho.
CORITIBA
Edson Bastos, Márcio Gabriel, Pereira, Jéci e Douglas Silva; Jailton (Guaru), Pedro Ken, Leandro Donizete e Carlinhos Paraíba; Marcelinho Paraíba e Bruno Batata (Marcos Aurélio).
Técnico: Ney Franco.
Gols: Marcelinho Paraíba, aos 11 minutos do primeiro tempo e aos 14 do segundo tempo, e Kieza, aos 31 minutos, e Marcos Aurélio, aos 48.
Cartões amarelos: Roni, Edcarlos e Alan Fluminense), Jéci, Carlinhos Paraíba, Pedro Ken e Edson Bastos (Coritiba).
Estádio: Maracanã. Data: 16/08/2009.
Árbitro: Franscisco Carlos Nascimento.
Auxiliares: Ticiana de Lucena Falcão Martins (AL) e Pedro Jorge Santos de Araujo (AL).
CORINTHIANS 2X0 ATLÉTICO - MG
Com Ronaldo na torcida, Corinthians volta a vencer e tira o Atlético-MG do G-4
Sob os olhares de Ronaldo, ainda fora por conta da operação na mão esquerda e da lipoaspiração, o Corinthians, enfim, voltou a vencer no Campeonato Brasileiro. Na tarde deste domingo, com o craque na arquibancada do estádio do Pacaembu, o Timão voltou a jogar bem e venceu o Atlético-MG por 2 a 0, pela última rodada do primeiro turno. Feliz, a Fiel cantou novamente o já tradicional “o Coringão voltou”.
O triunfo acaba com um jejum de cinco jogos da equipe do Parque São Jorge. Nos últimos duelos tinham sido três derrotas (Palmeiras, Náutico e Flamengo) e dois empates (Santo André e Avaí). Agora com 28 pontos, o Timão sobe da 11ª colocação para a oitava. Mas essa situação pode mudar depois dos dois jogos das 18h30m.
Para o Atlético, que jogou com nove desfalques (seis titulares e três reservas), o tropeço na capital paulista faz a equipe de Belo Horizonte cair três posições e deixar o G-4. Saiu da vice-liderança para a quinta colocação, com 32. Só que o Galo tem um jogo a menos em relação aos rivais, porque ainda tem de encarar o Internacional.
Na próxima rodada, a primeira do segundo turno do Brasileirão, o Corinthians vai a Porto Alegre, onde enfrenta o Internacional, no Beira-Rio, quarta-feira, às 21h50m. É a primeira vez que o time paulista retorna ao estádio onde foi campeão da Copa do Brasil. Já o Atlético-MG joga na quinta-feira, contra o Avaí, às 21h, no Mineirão.
Sem Dentão, Dentinho resolve
Aproveitando o fato de o Atlético-MG estar com um time cheio de desfalques, o Corinthians foi logo para cima do rival. No primeiro minuto, teve chance em cobrança de falta de Chicão, que desviou na zaga e saiu pela linha de fundo. Aos três minutos, ótima chance para o Galo em chute de Tardelli. O gol só não saiu porque Edu salvou em cima da linha.
Tchô deu bom lançamento para Éder Luís. O atacante, na cara do gol, foi interceptado pelo goleiro Felipe. No rebote, porém, Diego Tardelli chutou rasteiro. Foi então que o volante corintiano apareceu para tirar o perigo. Um vacilo do Timão aos oito permitiu ainda ao Galo assustar. Jucilei perdeu a bola, e Éder Luís bateu de fora da área.
Aos poucos, porém, o Corinthians retomou o domínio do jogo. Prova disso foi a boa jogada criada aos nove minutos. Dentinho avançou pelo meio e tocou para Boquita na direita. Ele cruzou na cabeça de Henrique, que desviou por cima do gol. Aos 21 minutos, uma baixa no clube paulista. Edu, machucado, deu lugar a Moradei.
Um minuto depois, o Timão aproveitou a apatia do time mineiro e até chegou a marcar, mas o gol não valeu. Dentinho chutou cruzado, Bruno espalmou, e Henrique, fazendo falta no goleiro, desviou de cabeça. Aos 24, Dentinho mais uma vez apareceu bem na área, mas tocou fraco na saída de Bruno, perdendo ótima chance.
De tanto insistir, o jovem corintiano enfim marcou aos 25 minutos. Dentinho recebeu a bola na esquerda, ajeitou e chutou colocado. O desvio em Werley enganou Bruno. Mais tarde, aos 34, Bruno, machucado, daria lugar a Edson. Em vantagem no placar, o Timão apenas administrou a posse de bola, e Felipe pouco trabalhou.
Corinthians volta a ser Timão
Somente o Atlético voltou com mudança para a etapa final. Celso Roth sacou Tchô e colocou o zagueiro Marcos. A alteração chamou o Corinthians para o campo de ataque, e a pressão foi grande em cima do Galo. Logo no primeiro minuto, Boquita deu ótimo passe para Moradei. Mas o volante, na cara do gol, chutou para fora.
No minuto seguinte, a postura ofensiva do Timão no começo do segundo tempo se mostrou eficiente. Após falha de Thiago Cardoso, Boquita recebeu passe na direita da grande área e acertou, com categoria, o ângulo direito do goleiro Edson: 2 a 0. Dois minutos depois, Elias ainda teve chance de ampliar, mas mandou para fora.
Mal em campo e com desvantagem de dois gols, o Galo viu sua situação ficar ainda pior aos 12 minutos. Renan levou cartão vermelho depois de fazer falta por trás em Elias. O corintiano avançava no contra-ataque. O Timão, então, continuou a pressão. Aos 17, após cruzamento de Jorge Henrique, Henrique cabeceou para defesa de Edson.
A boa atuação do Corinthians, especialmente no começo do segundo tempo, fez o torcedor ficar empolgado. Afinal, desde a saída de peças como André Santos, Cristian e Douglas, vendidos, e Ronaldo, machucado, o Timão não jogava tão bem. Pior para o Galo, que, desfalcado, se complicou na partida e teve queda na tabela do Nacional.
Com o jogo totalmente dominado, o Timão passou a controlar mais a posse de bola e diminuiu o ímpeto ofensivo. Principalmente porque o Atlético-MG pouco fez para levar perigo ao gol de Felipe, que quase não trabalhou neste segundo tempo. Voltou a atacar forte apenas nos minutos finais da partida.
Ficha técnica:
CORINTHIANS 2 x 0 ATLÉTICO - MG
CORINTHIANS
Felipe; Jucilei, Chicão, William (Jean) e Diego; Edu (Moradei), Elias e Boquita (Marcinho); Jorge Henrique, Henrique e Dentinho.
Técnico: Mano Menezes.
ATLÉTICO - MG
Bruno (Edson); Werley, Alex Bruno e Thiago Cardoso; Marcos Rocha, Renan, Tchô (Marcos), Júnior (Rafael) e Thiago Feltri; Éder Luís e Diego Tardelli.
Técnico: Celso Roth.
Gols: Dentinho, aos 25 minutos do primeiro tempo; Boquita, aos 5 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Tchô, Alex Bruno, Marcos Rocha (Atlético); Diego (Corinthians). Cartão vermelho: Renan (Atlético).
Público: 19.773 pagantes. Renda: R$ 602.707,00.
Estádio: Pacaembu, em São Paulo. Data: 16/08/2009.
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (Fifa/RS).
Auxiliares: Marcelo Bertanha Barison (RS) e Paulo Ricardo Silva Conceição (RS).
GOIÁS 3X2 VITÓRIA
Goiás arranca triunfo sobre o Vitória no minuto final e é vice-líder do Brasileiro
Após abrir boa vantagem no primeiro tempo, o Goiás quase pôs tudo a perder, mas conseguiu derrotar o Vitória por 3 a 2, no Serra Dourada, neste domingo, pela 19ª rodada do Brasileirão. Com o resultado, o time esmeraldino, que marcou duas vezes na etapa inicial, com Felipe Menezes e Fernando, chegou à vice-liderança provisória da competição, com 35 pontos. A reação do time rubro-negro, que segue com 25 pontos, na décima posição, começou no primeiro tempo, com Leandro Domingues, e Neto Berola, na segunda metade do confronto. Mas, depois de estarem muito perto de virar a partida, os baianos foram castigados com a cabeçada certeira do lateral Júlio César, no último minuto da partida.
Apesar do tropeço, o Vitória, que não vence há cinco rodadas, demonstrou uma nova postura, na reestreia do técnico Vagner Mancini no comando da equipe.
O time baiano volta a campo na quarta-feira, quando recebe o Atlético-PR no Barradão. Já o Goiás enfrenta o Náutico nos Aflitos, na quinta-feira.
Goiás sai na frente, mas Vitória não se entrega
Em início de jogo marcado pela cautela dos dois times, o Vitória apareceu melhor. Já aos dois minutos, Roger fez boa jogada pela direita, invadiu a área, mas se atrapalhou e desperdiçou a chance de abrir o placar. O Leão voltou a levar perigo aos 15, em chute de Leandro Domingues defendido por Harlei.
Mas o Goiás não demorou a acordar. Aos 25, Léo Lima tabelou com Iarley, recebeu na área, mas bateu por cima do gol. O time esmeraldino insistiu e, aos 26, o próprio Léo Lima viu Felipe Menezes invadindo a área pela direita, fez o passe e viu o camisa 10 tocar entre a trave e o goleiro Gléguer para abrir o placar.
Embalado, pelo primeiro gol, os donos da casa ampliaram aos 31. Iarley invadiu a área pela esquerda, driblou a zaga e tocou para Fernando, que vinha de trás, marcar o segundo.
Ao invés de se abater, os visitantes correram atrás do prejuízo. Aos 33, Leandro Domingues ganhou a disputa pela bola na entrada da área goiana e, na saída de Harlei, mandou por cobertura para o fundo das redes.
O empate poderia ter saído aos 36. Jackson recebeu belo passe de Leandro Domingues, dentro da área, mas chutou muito mal e isolou. Na sequência, Felipe Menezes arriscou de fora da área e quase pegou Gléguer de surpresa, mas a bola saiu raspando na trave direita do camisa 12 rubro-negro.
Apesar da desvantagem no placar, o Vitória ficou com um jogador a mais em campo aos 44, depois que Ramalho, que já havia sido advertido com o cartão amarelo, interrompeu o contra-ataque baiano com falta e acabou expulso.
Reação do Vitória esbarra em gol no último minuto
A equipe do técnico Hélio dos Anjos voltou dos vestiários com o volante Gomes no lugar de Felipe Menezes. Mesmo desfalcado, o Esmeraldino teve a primeira boa chance da segunda etapa. Aos cinco, Leandro Euzébio recebeu cruzamento na pequena área, de frente para o gol, mas não teve domínio e jogou fora boa chance de definir a partida. Aos dez, foi a vez de o Rubro-Negro devolver o favor, e, após bola alçada por Leandro Domingues, Roger cabeceou para fora, apesar de ter o gol aberto para empatar.
Percebendo o cansaço de alguns de seus jogadores, o técnico Vagner Mancini pôs Carlos Alberto no lugar de Gil, e Neto Berola na vaga de Willian.
As trocas surtiram efeito aos 13. Neto Berola avançou pelo meio e arriscou de fora da área. Harlei pulou para defender, mas a bola ainda bateu na trave direita do goleiro esmeraldino antes de entrar.
O Vitória sentiu que os três pontos estavam ao seu alcance, e os jogadores aumentaram a pressão. Aos 24, Neto Berola recebeu dentro da área, mas chutou fraco em cima de Harlei. O autor do segundo gol baiano desperdiçou nova chance aos 28, quando cabeceou pela linha de fundo, a centímetros da trave. Aos 29, o goleiro Harlei mostrou serviço e fez bela defesa em chute forte de Roger.
Mas o time Rubro-Negro acabou sofrendo dois golpes nos momentos finais da partida. Após tentar cavar um pênalti, Leandro Domingues foi expulso de campo. Aos 45, em um dos poucos ataques dos goianos no segundo tempo, Júlio César recebeu cruzamento na área e, de cabeça, pôs o time à frente no placar novamente. Sem que houvesse tempo para uma nova reação, o Vitória amargou seu quinto jogo sem vencer.
Ficha técnica:
GOIÁS 3 x 2 VITÓRIA
GOIÁS
Harlei, Valmir Lucas, Ernando e Leandro Euzébio; Vitor, Fernando (Felipe), Ramalho, Felipe Menezes (Gomes), Léo Lima (Douglas) e Júlio César; Iarley.
Técnico: Hélio dos Anjos.
VITÓRIA
Gléguer, Apodi, Anderson Martins, Wallace e Leandro; Magal, Gil (Carlos Alberto), Willian (Neto Berola), Leandro Domingues e Jackson; Roger (Leandrão).
Técnico: Vagner Mancini.
Gols: Felipe Menezes, aos 26, Fernando, aos 31, e Leandro Domingues, aos 36 minutos do primeiro tempo; Neto Berola, aos 13, e Júlio César, aos 45 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Ramalho, Iarley (Goiás); Wallace, Anderson Martins, Gil, Neto Berola (Vitória).
Cartão vermelho: Ramalho (Goiás); Leandro Domingues(Vitória).
Estádio: Serra Dourada. Data: 16/08/2009.
Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira.
Auxiliares: Carlos Augusto Nogueira Júnior (SP) e Vicente Romano Neto (ES).
ATLÉTICO - PR 3X0 BARUERI
Paulo Baier brilha, e Atlético-PR emplaca a ‘quadra’ sobre o Barueri
Em grande atuação de Paulo Baier, o Atlético-PR não teve dificuldades para alcançar sua quarta vitória consecutiva no Brasileirão. A vítima da vez foi o Barueri, do interino Diego Cerri, que caiu por 3 a 0, na noite deste domingo, na Arena da Baixada, pela última rodada do primeiro turno. O experiente meia marcou os dois primeiros gols e sofreu o pênalti cobrado com categoria por Marcinho (assista aos melhores momentos).
Com o resultado, o Furacão, de Antônio Lopes, se manteve na 13ª colocação, com 24 pontos, mas agora a seis da zona de rebaixamento. Já a Abelha, que havia vencido os dois últimos jogos, mostrou sentir a falta de Fernandinho no ataque e Estevam Soares no banco de reservas, mas também continuou estagnada, na nona colocação, com 28 pontos, a cinco do G-4.
Na estreia do returno, o Rubro-Negro visita o Vitória, no Barradão, quarta, às 19h30m, enquanto o Barueri recebe o Sport, no mesmo dia, às 21h.
Márcio Azevedo e Paulo Baier: dupla infernal
O Atlético-PR anunciou desde o primeiro minuto por onde iria atacar. Era pela esquerda, com o lateral Márcio Azevedo, principal peça ofensiva rubro-negra. Veloz, ele foi acionado, escapou da marcação e levou perigo ao chutar cruzado.
Outra tradicional arma do Furacão também foi bastante utilizada na primeira etapa: a bola parada. Aos 11, graças a uma falta sofrida por Márcio Azevedo, Paulo Baier teve sua primeira oportunidade. O experiente meia optou por cruzar na cabeça de Chicão, que mandou por cima do gol de Renê. A cena se repetiu aos 15 minutos, dessa vez com a defesa do goleiro do Barueri.
De tanto martelar, o Atlético-PR chegou ao primeiro gol aos 20 minutos. Da intermediária, Márcio Azevedo serviu o estreante Zulu pelo alto, que não dominou nem concluiu. A bola sobrou para Paulo Baier, que apenas aguardou o tempo certo para chutar rasteiro e abrir o placar.
Pouco participativo, o meia Marcinho apareceu aos 23, quando aproveitou bom passe de Zulu, escapou da marcação e bateu de fora da área, com força, mas em cima de Renê. O goleiro, no entanto, teve bastante trabalho aos 33 minutos. Wesley, em rara jogada pela direita, cruzou à meia-altura para Paulo Baier, que obrigou Renê a fazer boa defesa com a mão esquerda.
Mas aos 35 não teve jeito. Em nova falta sofrida por Márcio Azevedo e cobrada com perfeição por Baier, no ângulo direito, o Furacão aumentou o placar. Sem sequer ser ameaçado, o goleiro Neto quase se complicou aos 45. Após bola recuada, ele chutou com força, mas sem qualquer categoria em cima de Otacílio Neto, que não conseguiu aproveitar. A felicidade da torcida com a atuação era tamanha que Neto foi aplaudido.
Vitória definida sem esforço
O Barueri até ensaiou uma mudança de postura no início da segunda etapa. Com menos de um minuto, Marcos Pimentel avançou na grande área e chutou. Neto fez sua primeira defesa no jogo. E foi só.
Com amplo domínio, o Furacão resolveu definir a parada. E nem demorou muito. Aos 11, Marcinho lançou Paulo Baier, em condição ilegal, que tocou por cima de Renê. Gol anulado por Carlos Eugênio Simon. Aos 13, foi a vez de Wesley fazer o papel de garçom. O ala-direito deu belo passe para Baier, melhor em campo, que só driblou Renê antes de ser derrubado. Pênalti e expulsão do goleiro da Abelha. Após pausa de dois minutos, Marcinho cobrou com categoria no canto esquerdo e deslocou o substituto Márcio.
Com o jogo em mãos, o Furacão apenas administrou o resultado. A melhor chance até o fim veio com Marcinho, aos 26. Livre na grande área, o meia chutou por cima do gol após cruzamento de Wallyson. Àquela altura, pouco importava o placar para a torcida, que gritava "olé", satisfeita com a quarta vitória consecutiva.
Ficha técnica:
ATLÉTICO - PR 3 x 0 BARUERI
ATLÉTICO - PR
Neto, Nei, Chico e Manoel (Renan); Wesley, Valencia, Rafael Miranda (Raul), Paulo Baier e Márcio Azevedo; Marcinho e Zulu (Wallyson).
Técnico: Antônio Lopes.
BARUERI
Renê, Leandro Castán, Daniel Marques e Xandão; Marcos Pimentel (João Vitor), Ralf, Ewerton, Thiago Humberto e Márcio Careca; Otacílio Neto (Márcio) e Val Baiano.
Técnico: Diego Cerri.
Gols: Paulo Baier, aos 20 e 35 minutos do primeiro tempo; Marcinho, aos 15 minutos do segundo tempo
Cartões amarelos: Manoel (Atlético-PR); Ewerton, Thiago Humberto (Barueri).
Cartão vermelho: Renê (Barueri).
Estádio: Arena da Baixada. Data: 16/08/2009.
Árbitro: Carlos Eugênio Simon (Fifa-RS).
Auxiliares: Altemir Hausmann (Fifa-RS) e José Javel Silveira (RS).
CRUZEIRO 0X0 SANTOS
Cruzeiro e Santos ficam na mesma com empate sem gols no Mineirão

Houve também empate no duelo de atacantes. O 'Gladiador' Kléber, apagadíssimo na primeira etapa, melhorou na segunda mas apareceu mais nos embates que teve com a zaga santista do que nas boas jogadas que costuma fazer. O 'Wolverine' Kléber Pereira foi mais percebido pelo torcedor, mas nas chances que desperdiçou ao longo da partida. Quem brilhou mais foram os goleiros Fábio, no primeiro tempo, e Felipe, no segundo.
Os dois times mostraram também que precisam melhorar muito se quiserem brigar por algo relevante. Na próxima partida, no início do returno, o Cruzeiro vai ao Maracanã para enfrentar o Flamengo, quinta-feira. Antes, o Santos, na quarta, receberá o Grêmio na Vila Belmiro.
Jogo amarrado
Um jogo estudado, de muita briga no meio-campo, marcação, poucos espaços para criar, passes errados. Assim começou e terminou o primeiro tempo de Cruzeiro x Santos. Com Gilberto de volta ao Mineirão, desta vez vestindo a camisa 10. o time mineiro buscava mais espaços para criar. Na nova função, o jogador aparecia ora pela direita, ora pela esquerda, na tentativa de furar o forte bloqueio defensivo armado pelo técnico Vanderlei Luxemburgo. Numa das jogadas, aos 16 minutos, levantou a torcida ao tentar jogada individual pela esquerda após tabela com Kléber, mas não conseguiu dar continuidade à jogada.
O lance foi um bom resumo da primeira etapa. Tanto Gilberto como a equipe celeste esbarravam no forte bloqueio santista, que marcava bem Kléber e Wellington Paulista e procurava neutralizar as jogadas aéreas do adversário. Além disso, o meio-campo começava a ganhar o duelo das bolas roubadas.
Rodrigo Mancha, Germano e Rodrigo Souto, que vestia a camisa 150 em homenagem ao número de jogos completados pelo clube, mostravam disposição incomum. E foi num contra-ataque aos 20 minutos que o Santos deu seu primeiro bote. Paulo Henrique centrou pela direita para Kléber Pereira, que de cabeça tentou encobrir Fábio, mas mandou para fora.
Fábio aparece
Mas o sufoco mesmo ocorreu dois minutos depois. Pará fez jogada típica de ponta pela esquerda. Driblou Jonathan com um elástico, foi à linha de fundo e centrou na cabeça de Kléber Pereira. Fábio fez defesa sensacional e espalmou. No rebote, Madson tocou para a chegada do camisa 9 santista, mas o goleiro ainda foi de carrinho tirar a bola dos pés do atacante, que estava pronto para marcar. A bola saiu da defesa, mas voltou no minuto seguinte pelo lado direito. E Madson cruzou para Rodrigo Souto cabecear para fora.
Passado o susto, time do Cruzeiro procurou se acalmar e botar a bola no chão. Mas tinha Marquinhos Paraná pouco inspirado e os laterais bem marcados, o que dificultou e muito a vida de Kléber e Wellington Paulista na frente. Só Gilberto aparecia bem individualmente. Numa das jogadas no fim da primeira etapa, caiu pela esquerda e deu um centro que mais pareceu um chute, obrigando Felipe a fazer a única boa defesa.
- Está muito difícil arrumar espaços, tá tudo muito fechado lá na frente. Mas eu acho que no segundo tempo o Vanderlei vai abrir mais o time dele, aí poderemos criar situações - resumiu bem Kléber, o Gladiador, que pouco apareceu na partida.
Cresce a emoção
Kléber acertou na previsão. O Santos, realmente, saiu mais para o jogo. O meio-campo se adiantou, para ficar mais próximo do ataque. Foi aí que o jogo ficou mais emocionante, com predomínio do Cruzeiro, que logo conseguiu criar a primeira grande jogada. Após bola roubada por Kléber e boa troca de passes, Jonathan, mais aberto pela direita, mandou uma bomba pelo alto que obrigou o goleiro Felipe a espalmar para escanteio.
O Peixe, mais adiantado, marcando a saída de bola do adversário, se aproveitou de uma falha da zaga celeste e quase abriu o placar aos 20. Kléber Pereira fez tabela com Paulo Henrique e bateu na saída de Fábio, que fez mais uma bela defesa. Já com Soares no lugar de Gilberto, que cansou, a Raposa respondeu à altura no minuto seguinte: Rodrigo Mancha rebateu mal uma bola na zaga santista, e ela sobrou limpa para Wellington Paulista, que bateu com violência. Felipe, mais uma vez, fez grande defesa.
Vanderlei Luxemburgo trocou Madson, veloz mas pouco eficiente, por Neymar. O Cruzeiro continuou no ataque. Wellington Paulista desperdiçou outra chance nas mãos de Felipe. Soares perdeu outras duas, aos 30 e 32, a segunda numa cabeçada que passou bem perto do gol.
O treinador santista tentou melhorar o Peixe, com Robson no lugar de Germano e Triguinho no de George Lucas (deslocando Pará para a lateral direita). Adilson Batista já tinha feito algo semelhante antes, ao trocar Jonathan por Gil, deslocando Diego Renan também para a direita. Com Kléber levando pancada de todos os lados e o Cruzeiro desperdiçando mais duas chances, o jogo não saiu do 0 a 0.
Ficha técnica:
CRUZEIRO 0 x 0 SANTOS
CRUZEIRO
Fábio, Jonathan (Gil), Leonardo Silva, Thiago Heleno e Diego Renan; Fabrício, Marquinhos Paraná, Fabinho (Dudu) e Gilberto (Soares); Kléber e Wellington Paulista
Técnico: Adilston Batista
SANTOS
Felipe, George Lucas (Triguinho), Fabão, Eli Sabiá e Pará; Rodrigo Mancha, Germano (Robson), Rodrigo Souto e Paulo Henrique Lima; Madson (Neymar) e Kléber Pereira.
Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
Cartões amarelos: George Lucas, Rodrigo Mancha, Pará e Fabão (Santos).
Estádio: Mineirão. Data: 16/08/2009.
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique.
Auxiliares: Wagner de Almeida Santos (RJ) e Jackson Lourenço Massarra dos Santos (BA).