Na volta da ‘Bombonilha’, Sport despacha o Botafogo e ganha sobrevida
A “Bombonilha” está de volta. Com casa cheia e os torcedores munidos de apitos soprados de forma incansável a cada vez que os jogadores do Botafogo tocavam na bola, o Sport fez valer uma Ilha do Retiro que não vinha sendo tão temida e venceu o rival direto na luta contra o rebaixamento por 2 a 1, neste sábado, pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro. Fabiano e Wilson marcaram os gols que fizeram a torcida gritar “o Leão voltou”. Juninho fez o do Botafogo, em cobrança de falta.
Com o resultado, o time pernambucano chegou aos 20 pontos ganhos, mas não saiu da penúltima colocação. Logo acima, com 23, está o próprio Glorioso, que completou oito partidas sem vencer, sete sob o comando de Estavam Soares (três derrotas e cinco empates).
Na próxima rodada, o Sport vai até o Maracanã encarar o Flamengo, sábado, às 18h30m (de Brasília), enquanto o Botafogo tem pela frente mais um confronto direto na luta contra a degola: o clássico contra o Fluminense, domingo, às 18h30m, no Engenhão.
Confira a classificação atualizada do Campeonato Brasileiro
Sport avassalador: dois gols em sete minutos
No embalo do apitaço provocado pela torcida que compareceu em bom número à Ilha do Retiro, o Sport esteve a mil por hora nos sete primeiros minutos e trouxe para as mãos uma partida que tinha tudo para ser nervosa. Aproveitando-se dos espaços no lado direito da defesa do Botafogo, o Leão abriu de cara vantagem de 2 a 0 e passou a mandar em campo.
Logo no primeiro minuto, Dutra avançou em velocidade pela esquerda e cruzou para Luciano Henrique dominar mal e perder boa chance, livre na marca do pênalti. Mal dentro da área, o meia recuou e passou a fazer o que se espera dele: servir os companheiros.
Aos quatro, Alessandro vacilou na saída de bola, Luciano Henrique aproveitou o espaço nas costas do lateral e cruzou com perfeição para Fabiano, sem nenhuma marcação, escorar de cabeça no segundo pau e abrir o placar. O Botafogo não teve nem tempo para se recuperar do gol e já levou o segundo, três minutos depois.
Fazendo valer a péssima atuação do setor defensivo alvinegro, Luciano Henrique mais uma vez atacou de garçom e, com um lindo passe nas costas da zaga, encontrou Wilson com liberdade para concluir e contar com a colaboração de Flávio, que deixou a bola passar sob seu corpo, aos sete.
Mais vibrante e eficiente, o Sport ganhava quase todas as disputas de bola no meio-campo e empolgava o torcedor, que cantava “o Leão voltou”. À frente no placar, o time pernambucano se posicionou defensivamente e complicou ainda mais as ações de um pouco inspirado Botafogo.
Pautada na marcação, a partida passou a ter os lances de emoção restritos às bolas paradas. Aos 15, Dutra cobrou falta de muito longe e quase surpreendeu Flávio. A primeira boa chance dos cariocas aconteceu aos 21, quando Thiaguinho apareceu bem pela direita e rolou para Leandro Guerreiro chutar em cima de Magrão.
Cinco minutos depois, Thiaguinho mais uma vez levou perigo pela direita. Ele cruzou na medida, e Victor Simões cabeceou nas mãos do goleiro do Sport. Também na base da bola aérea, o Leão por pouco não ampliou aos 28. Dutra cobrou falta com veneno, mas Durval testou fraquinho.
Aos 33, milagre na Ilha do Retiro. Após cobrança de escanteio, André Lima fugiu da marcação e desviou no cantinho, de cabeça. Magrão voou e impediu o gol em cima da linha. Foi o início de uma pressão alvinegra, que não resultou em nada além de escanteios em seqüência.
- Dois gols no começo desmontam qualquer esquema – lamentou Estevam Soares na descida para o intervalo.
Botafogo reage, Sport cansa e se segura
Mais bem postado e disposto, o Botafogo voltou melhor para o segundo tempo. Aos quatro minutos, Jônatas acordou a equipe com um chute de fora da área e obrigou Magrão a fazer boa defesa. No lance seguinte, no entanto, o goleiro do Sport entregou.
Aos oito, Igor tropeçou e segurou Lucio Flavio, impedindo contra-ataque. Na cobrança da falta, Juninho soltou um petardo, Magrão foi mal no lance e viu a bola passar sob sua perna direita. A reação fez o Alvinegro impor uma verdadeira blitz no campo de ataque. Entretanto, a equipe roubava a bola, tocava de um lado para o outro e não criava nada.
Conclusão, só em chutes de fora da área, como o de Thiaguinho, aos 14, sem direção. Em vão, o Sport tentava segurar a bola no ataque e via o adversário tomar conta do meio-campo. Aos 22, Victor Simões cabeceou após bola alçada por Leandro Guerreiro, e Magrão fez a defesa.
Cansado, o Leão admitiu o mau momento e passou a se preocupar apenas em marcar. Quase todos atrás da linha da bola, os donos da casa deram as mãos ao torcedor, sempre barulhento, e se preocupavam apenas em chutar para longe qualquer lance de perigo.
A tática por pouco não foi por água abaixo aos 40. Lucio Flavio recebeu com espaço no bico da pequena área, demorou para concluir, driblou Juliano, mas caiu e Zé Antônio afastou o perigo. Foi o lance final da partida, que começou com apitaço e terminou aos gritos de "o Leão voltou".
Ficha técnica:
SPORT 2 x 1 BOTAFOGO
SPORT
Magrão, Élder Granja (Juliano), Durval, Igor e Dutra; Andrade, Sandro Goiano (Zé Antônio), Fabiano e Luciano Henrique (Isael); Wilson e Arce.
Técnico: Péricles Chamusca.
BOTAFOGO
Flávio, Alessandro, Juninho, Wellington e Thiaguinho (Eduardo); Leandro Guerreiro, Fahel (Ricardinho), Michael (Jônatas) e Lucio Flavio; Victor Simões e André Lima.
Técnico: Estavam Soares.
Gols: Fabiano, aos quatro, e Wilson, aos sete minutos do primeiro tempo. Juninho, aos 10 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Luciano Henrique, Dutra, Sandro Goiano, Igor, Isael e Andrade (Sport) Wellington, Juninho, Jônatas e Fahel (Botafogo)
Estádio: Ilha do Retiro, no Recife. Data: 05/09/2009.
Árbitro: Sálvio Spinola Fagundes Filho (Fifa/SP).
Auxiliares: Roberto Braatz (RJ) e Ednilson Corona (SP).
PALMEIRAS 2X1 BARUERI
Na reestreia, Vagner Love marca e ajuda Palmeiras a derrotar o difícil Barueri
Vagner Love vai dormir feliz neste sábado. Em sua estreia com a camisa do Palmeiras nesta segunda passagem, recebeu de presente de Obina um pênalti -duvidoso - para cobrar e marcou, na vitória por 2 a 1 sobre o Barueri, no Palestra Itália repleto de torcedores. O jogo, válido pela 23ª rodada do Brasileiro, manteve o dono da casa no topo da tabela e tranquilizou Muricy Ramalho, que viu seu time passar sufoco no primeiro tempo com o visitante melhor. Este ainda marcou no fim e pressionou muito, mas não conseguiu igualar o placar nos poucos minutos que restavam.
Com o resultado, o anfitrião segue na liderança da competição, com 44 pontos. O visitante tem 33 pontos e a oitava posição temporariamente. Na próxima rodada, o Alviverde encara o Vitória fora de casa no domingo (dia 13), e o Barueri recebe o Goiás no mesmo dia.
Homenagem a Pierre, erros e Love impedido
Pierre precisou operar o tornozelo esquerdo e não poderá mais disputar o Brasileiro deste ano. Mas não foi esquecido pelos companheiros do Palmeiras. Antes do jogo contra o Barueri, neste sábado, no Palestra Itália, os jogadores do Verdão entraram em campo vestindo camisas com mensagens em homenagem ao volante. Uma faixa com os dizeres "Força Pierre, a nação palmeirense está com você" também foi levada pelo grupo.
O estreante Vagner Love recebeu um cartão amarelo logo no primeiro minuto, por uma falta dura no adversário. E apareceu para levantar a torcida aos quatro, em tabela com Cleiton Xavier, só que estava em impedimento. Mas quem passou a dar trabalho foi o visitante. Bruno Ribeiro aproveitou uma bobeada da zaga palmeirense para ficar cara a cara com Marcos, mas chutou errado. Aos nove, Maurício, que também estava no lance anterior, cortou uma bola de cabeça para dentro da área. Ela caiu nos pés de Flavinho, que não soube aproveitar a chance.
Depois da liberdade dada ao Barueri e dos erros da defesa, o Verdão deu o troco a partir dos 15. Wendel dava opção pela direita, e os meias Cleiton Xavier e Diego Souza tentavam furar o bloqueio do adversário com tabelas. Love, vendo que a bola não chegava por causa do recuo do oponente, começou a buscar o jogo no meio.
Aos 34, Cleiton Xavier lançou a bola para o atacante que, de cabeça, balançou a rede e levantou a torcida. Mas a comemoração durou pouco, pois Love estava impedido. No minuto seguinte, ele apareceu novamente ao se esticar todo para tentar alcançar uma bola de Diego Souza. Não conseguiu, mas também estava impedido.
O Barueri, que teve as chances mais claras do primeiro tempo, deu um baita susto nos palmeirenses aos 38. Val Baiano recebeu um lançamento na cara do gol, mas chutou para fora a grande oportunidade. Mais uma vez a defesa do Verdão deixou o atacante livre. Com tudo errado, os jogadores saíram de campo insatisfeitos.
- Saio feliz por não termos sofrido gols neste primeiro tempo, pois se alguém tivesse que sair vencedor, deveria ser o Barueri - ressaltou Marcos.
Após pênalti duvidoso, Love marca no retorno
Muricy Ramalho não mexeu na equipe, mas os alviverdes voltaram determinados a não cometer os erros da primeira etapa. No entanto, quem teve a primeira boa chance foi o Barueri, com Flavinho, que chutou forte da ponta esquerda da área, assustando Marcos. Será que o visitante continuaria dominando o anfitrião?
Não, porque Diego Souza mudou o rumo da partida aos quatro minutos. Cleiton Xavier fez o lançamento longo com categoria e encontrou o meia avançado. De cabeça, o camisa 7 marcou para o Palmeiras, levantou a torcida e jogou um balde de água fria no Barueri.
Logo depois Love tentou o chute forte, que passou à esquerda de Renê. O Verdão, com outro ânimo, corria mais e usava a habilidade para pressionar a defesa do adversário. Aos nove, Marcão recebeu pela esquerda e encontrou espaço para chutar, mas a zaga cortou o que seria o segundo gol palmeirense. Aos 11, Souza soltou a bomba, mas a bola saiu por cima do travessão.
O Barueri acordou aos 16 minutos. Depois de tentar chegar ao gol palmeirense, o visitante ganhou um escanteio que não aconteceu. Após a cobrança, Daniel Marques ficou com a bola perto da área e chutou forte, para defesa importante de Marcos, que ficou com ela no chão.
Aos 23, o estreante voltou a ser o centro das atenções. Pela esquerda, o atacante iludiu o marcador, passou e cruzou rasteiro para a área. Obina dividiu o lance com Renê, e a bola foi para fora. A torcida novamente reverenciou o reforço, que logo retribuiu o carinho.

O Barueri ainda tentou reagir nos minutos finais da partida e deu muito trabalho para a defesa palmeirense. Conseguiu diminuir a diferença no placar aos 41 minutos. Marcos fez uma defesa quase impossível, mas Leandro Castan pegou o rebote e chutou por cima do goleiro. A partir daí, a pressão do Barueri foi ainda maior. Mas não resultou no empate. Love ainda saiu nos minutos finais e foi ovacionado pela torcida.
Ficha técnica:
PALMEIRAS 2 x 1 BARUERI
PALMEIRAS
Marcos, Wendel, Danilo, Maurício e Marcão; Edmílson, Souza, Cleiton Xavier e Diego Souza; Vagner Love (Jumar) e Obina.
Técnico: Muricy Ramalho.
BARUERI
Renê, Leandro Castan, André Luiz e Daniel Marques; Marcos Pimentel (Basílio), Ralf, Ewerton (Emiliano), Thiago Humberto e Bruno Ribeiro; Val Baiano e Flavinho (Otacílio Neto).
Técnico: Diego Cerri.
Gols: Diego Souza, aos quatro minutos, Vagner Love, aos 27 minutos, e Leandro Castan, aos 41 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Vagner Love, Marcão, Maurício, Edmílson, Diego Souza (Palmeiras); André Luiz, Leandro Castan, Otacílio Neto (Barueri).
Estádio: Palestra Itália, em São Paulo. Data: 05/09/2009.
Árbitro: Cléber Welington Abade.
Auxiliares: Nilson de Souza Monção (SP) e Marcelo Carvalho Van Gasse (SP).
Público e renda: 23.357 pagantes e R$ 994.111,24
GRÊMIO 1X1 VITÓRIA
Grêmio joga mal, empata com o Vitória no fim e garante um ano sem perder em casa
A invencibilidade do Grêmio no Olímpico quase ruiu neste sábado. Com atuação muito ruim, o Tricolor cedeu chances de gol ao Vitória, saiu perdendo e só buscou o empate de 1 a 1 aos 41 minutos do segundo tempo. Com a igualdade, o time gaúcho assegurou a marca de um ano sem perder diante da torcida. A data será comemorada só no dia 13, mas não haverá partida no Olímpico até lá. Os gols foram marcados por Neto Berola, para o Vitória, e Jonas, para o Grêmio.
O resultado distancia o Grêmio da luta pelo título nacional. A diferença para o Palmeiras, líder da disputa, subiu para 11 pontos – 44 contra 33. Para o Vitória, o gol levado no último minuto representa o desperdício da chance de consolidação na zona de classificação para a Sul-Americana. A equipe de Vagner Mancini subiu para 31 pontos. Os baianos fecham o sábado em 11º. Os gaúchos foram para oitavo.
As duas equipes voltam a campo no domingo. O Vitória recebe o líder Palmeiras. O Grêmio visita o Náutico nos Aflitos.
Vitória aproveita erros do Grêmio e larga na frente
A atuação do Grêmio no primeiro tempo esteve entre os piores momentos do time azul na temporada. Com uma equipe exageradamente modificada, o Tricolor presenteou o Vitória com repetidas chances de gol. A zaga gremista criou mais oportunidades para os baianos do que eles próprios. A ausência de Tcheco, mandado para a reserva por Autuori, surpreendeu a torcida e não fez bem ao time. Douglas Costa não foi um substituto no mesmo nível do capitão.
O Vitória, em contrapartida, mostrou solidez defensiva. Fábio Ferreira, escanteado no Grêmio antes de ir para Salvador, controlou o setor. A equipe de Vágner Mancini teve saída rápida nos contra-ataques, em trabalho facilitado pela defesa adversária, muito atrapalhada. Réver esteve irreconhecível. Errou quase tudo que tentou. O Vitória fez um gol e poderia ter feito outros.
O Tricolor começou melhor. Douglas Costa e Jonas arriscaram antes dos dez minutos, mas sem sucesso. Réver, em cabeceio aos 16 minutos, deu esperança à torcida. Logo depois, Souza iniciou a trama da melhor jogada. A bola passou por Rochemback, que emendou bom cruzamento na área. O desvio de Perea não foi aproveitado por Jonas.
E aí o Grêmio parou de atacar. E passou a errar muito. Réver, Adílson, Lúcio, Souza, todos falharam muito mais do que o habitual. Neto Berola teve duas chances vivas de gol, uma em erro de Souza, outra em bobeada de Adílson. E desperdiçou ambas. Na primeira, mandou por cima; na segunda, Mário Fernandes cortou em cima da linha.
Na terceira oportunidade do atacante rubro-negro, não teve jeito para o Grêmio. Foi, mais uma vez, em uma falha tricolor. Réver recuou mal, Neto aproveitou, avançou com a bola e tocou para a rede. O curioso é que o gol saiu no exato momento em que a torcida gritava o nome de Tcheco, pedindo a entrada do capitão.
Autuori recorre a Tcheco, e Grêmio empata
O Grêmio seguiu errando muito na largada do segundo tempo. O resultado foram duas bolas na trave esquerda de Marcelo Grohe. O primeiro lance ocorreu logo com 30 segundos. Leandro Domingues entrou livre na área e desviou do goleiro. A bola bateu na trave e voltou para o meia, que mandou um chute forte, todo torto, pela linha lateral. Depois, aos quatro minutos, Neto Berola mandou pancada no mesmo poste.
A torcida perdeu de vez a paciência. Autuori finalmente chamou Tcheco para jogo. Herrera entrou junto. Saíram Douglas Costa e Perea. O time cresceu, mas muito mais na base da pressão do que com organização. Chute rasteiro de Jonas aos 14 minutos, no cantinho, foi defendido por Viáfara com a ponta dos dedos. Logo depois, Fábio Ferreira desviou para trás e acertou o próprio travessão.
O Grêmio passou o resto do jogo no campo de ataque do Vitória. Com a vida facilitada pela expulsão de Magal, o Tricolor chegou lá. Aos 41 minutos, Tcheco cruzou da direita e Jonas mandou lindo chute, de primeira, para garantir a igualdade.
Ficha técnica:
GRÊMIO 1 x 1 VITÓRIA
GRÊMIO
Marcelo Grohe, Túlio (Joilson), Mário Fernandes, Réver e Lúcio; Adílson, Fábio Rochemback, Souza e Douglas Costa (Tcheco); Jonas e Perea (Herrera).
Técnico: Paulo Autuori.
VITÓRIA
Viáfara, Apodi, Fábio Ferreira, Wallace e Robson; Vanderson, Uelliton, Magal e Leandro Domingues (Marcos Aurélio); Neto Berola (Jackson) e Roger (Carlos Alberto).
Técnico: Vagner Mancini.
Gols: Neto Berola, aos 41 minutos do primeiro tempo; Jonas, aos 41 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Uelliton, Magal, Wallace e Vanderson (Vitória); Lúcio e Joilson (Grêmio).
Cartão vermelho: Magal (Vitória).
Estádio: Olímpico. Data: 05/09/2009.
Árbitro: Elmo Alves Resende Cunha.
Auxiliares: Carlos Berkenbrock (SC) e Márcio Eustáquio Santiago (MG).