Brasiliense bate o Vila Nova na Boca do Jacaré e se livra do rebaixamento
A angústia do torcedor candango chegou ao fim neste sábado, no complemento da última rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. Na Boca do Jacaré, o Brasiliense bateu o Vila Nova por 2 a 1, chegou aos 48 pontos e se livrou do rebaixamento para a Terceira Divisão. Iranildo, de pênalti, e Chimba, de cabeça, anotaram os gols do Jacaré. Ray descontou para a equipe goiana.
Confira a classificação final da Série B do Campeonato Brasileiro
No Serejão, o Vila Nova é quem tinha mais a posse de bola e tomava a iniciativa de atacar. Porém, o Brasiliense respondia nos contra-ataques. Aos 33, Julio César recebeu em velocidade, invadiu a área e foi derrubado por Edson Borges. Iranildo bateu o pênalti com categoria, no canto do jovem goleiro Everton, inaugurando o placar para o Jacaré.
Contudo, não deu muito tempo para comemorar. Aos 36, após bate-rebate na área, Ray aproveitou a sobra e chutou cruzado, deslocando o arqueiro e empatando para o Vila. A equipe goiana teve mais uma excelente chance de virar o jogo, ainda no primeiro tempo, mas Coquinho, jogando contra a sua própria meta, finalizou no travessão.
Na etapa complementar, o Brasiliense voltou com uma postura mais ofensiva, deixando o Vila Nova acuado. Ricardinho e Chimba substituíram Fábio Júnior e Coquinho respectivamente, melhorando a movimentação no ataque do Jacaré. Aos 18, Iranildo cobrou o escanteio na cabeça de Chimba, que colocou novamente a equipe candanga em vantagem.
Em desvantagem, o técnico do Vila apostou na entrada de Edinaldo. Mas aos 25, Claudinho Baiano fez falta violenta em Rodriguinho e foi expulso, prejudicando ainda mais o time goiano. Com o resultado desejado nas mãos, o Jacaré permaneceu em cima do Vila, que apenas cumpria tabela.
IPATINGA 2X0 VASCO
Na despedida da Série B e do técnico Dorival Jr., Vasco perde para o Ipatinga
O sábado no Ipatingão foi de despedidas para o Vasco. O time fez sua última partida na Série B para cumprir tabela. Campeão, contando as horas para a volta à Série A, entrou com um time misto diante do Ipatinga, que brigava para permanecer na segunda divisão e saiu comemorando com a vitória por 2 a 0, gols de Amilton e Thiago Mathias (de pênalti), no segundo tempo. O fraco jogo marcou os últimos momentos no clube do técnico Dorival Júnior, que anunciou na sexta-feira sua saída do comando cruzmaltino.
Ainda sem destino, Dorival Júnior deixa o Vasco com derrota (a segunda consecutiva), mas também com o título e campanha impecável: 76 pontos ganhos, com 22 vitórias, dez empates e seis derrotas nas 38 partidas disputadas pela Série B. Além de Dorival, o Vasco deve perder também o atacante Elton, artilheiro da competição com 17 gols ao lado de Rafael Coelho, do Figueirense. Outros jogadores, observados nesta partida, devem compor a barca que será anunciada nos próximos dias com vistas à reformulação do elenco para a temporada de 2010.
Mesmo com o resultado ruim, a torcida vascaína sente alívio e desejo de 'até nunca mais' à Série B. Na próxima semana, o presidente Roberto Dinamite e a diretoria devem escolher o novo treinador, que terá sua lista de prioridades para reforços e dispensas. O clube sonha com um 2010 de conquistas, sem sustos.
Terça-feira, o Vasco deve acertar a permanência do volante Nilton, uma das prioridades. Alguns jogadores testados na partida deste sábado, se dependerem da atuação, estão com os dias contados. Como os zagueiros Dedé e Rafael Morisco, o meia Magno e o volante Mateus. Os atacantes Adriano e Robinho correm risco.
Ouça os gols do jogo pela Rádio Globo narrados por Edson Mauro
Primeiro tempo ruim
O zero a zero do primeiro tempo foi justíssimo. Numa partida arrastada, sobrou sonolência e faltou emoção e lances bonitos para animar quem se aventurou a ir ao Ipatingão. O time da casa, que entrou interessado na vitória para livrar de vez as chances de ser rebaixado para a Série C, desde o início repetiu os erros que o levaram à campanha ruim na Série B: falta de criatividade, toques laterais em excesso, sem qualquer objetividade, erros nos passes, poucos chutes a gol, defesa vulnerável.
Mesmo com o título já conquistado na Série B, um time misto e o clima de despedida, principalmente do técnico Dorival Júnior, o Vasco ao menos tentou assustar. Logo aos três minutos, o lateral Fágner roubou uma bola no meio-campo, avançou pela direita, tabelou com Adriano e bateu cruzado, para fora. Aos nove, em centro da esquerda, Fumagalli pulou mais alto que a defesa do time mineiro e testou para o chão. A bola ainda quicou antes de o goleiro João Carlos fazer grande defesa, apesar de o lance, bonito, não valer mais - havia sido marcada falta na jogada.
O primeiro lance do Ipatinga que se possa dizer bem tramado - com ressalvas - ocorreu aos 13 minutos, justamente pelos dois jogadores mais esforçados e velozes. Começou pela esquerda, com Marinho Donizete, e foi concluída por Diego Silva, que pela direita, após jogada individual, bateu cruzado para fora.
A partir dos 25 minutos, quando o time do Ipatinga ficou sabendo do gol do Guarani na partida contra o Juventude, a partida ficou ainda mais arrastada. Com a vitória parcial do Bugre, a equipe mineira nem dependia mais de vitória ou empate para permanecer na Série B - não teria mais como ser ultrapassada pelo Juventude. Isso foi o suficiente para a ensaiada velocidade virar total marasmo.
O Vasco seguia com seu time misto procurando mostrar serviço para o próximo treinador do clube, que poderia já estar assistindo à partida. Os laterais Fágner e Pará queriam jogo e se esforçavam em fazer boas jogadas ofensivas pelas laterais. Pelo meio, Fumagalli e Alex Teixeira procuravam municiar, sem sucesso, o atacante Elton, que brigava para se isolar na artilharia do campeonato e se separar de Rafael Coelho, também com 17 gols.
O time só voltou a chutar a gol aos 36 minutos, quando Nilton cobrou uma falta com relativa força, mas nas mãos de João Carlos. A melhor jogada da equipe foi individual de Alex Teixeira, aos 43, quando entrou driblando e foi derrubado por Max, que fez falta dura e levou cartão amarelo.
- Estamos tristes pela saída do Dorival. Queremos muito vencer essa última partida e dedicá-la a ele, por tudo que passamos aqui juntos no Vasco. E também para a torcida, que está nos apoiando aqui também - afirmou o volante Nilton na volta para o segundo tempo,
Gols do Tigre
Com Jefferson no lugar de Fumagalli no Vasco, Evandro no de Reina e Amilton no de Márcio Diogo, no Ipatinga, o segundo tempo começou com 25 minutos de intervalo - o clube mineiro e o Juventude travavam duelo de atrasos para um levar vantagem de saber o resultado do outro. E depois de o segundo gol do Guarani no Brinco de Ouro ser anunciado, o Ipatinga teve outra alegria. Aos 13 minutos, Amílton aproveitou a bobeada de Rafael Morisco, roubou a bola pela direita e bateu sem defesa para Tiago: 1 a 0.
Dorival Jr. mexeu no Vasco: pôs Robinho no lugar de Adriano, e o atacante, que luta para se manter no clube em 2010, cobrou falta rente ao travessão aos 22 minutos. Três minutos depois, Magno, outro que está sendo observado, cometeu pênalti infantil em Amilton. Thiago Mathias cobrou com categoria, sem defesa para Thiago, e fez 2 a 0 para o Ipatinga aos 27 minutos, garantindo a permanência do Tigre na Série B independentemente do resultado de Guarani x Juventude.
No fim do jogo, Elton ainda tentou marcar o gol que o isolaria na artilharia, mas sem sucesso. De qualquer forma, já havia feito a sua parte na competição.
Ficha técnica:
IPATINGA 2 x 0 VASCO
IPATINGA
João Carlos, Alessandro Lopes, Max e Thiago Mathias; Alex Silva, Max Carrasco, Fernando Miguel (Luciano Sorriso), Reina e Marinho Donizete; Diego Silva e Amílton (Márcio Diogo).
Técnico: Flávio Lopes.
VASCO
Tiago, Fágner, Dedé, Rafael Morisco e Pará; Nilton, Mateus (Magno), Alex Teixeira e Fumagalli (Jefferson) ; Adriano (Robinho) e Elton.
Técnico: Dorival Júnior.
Gols: No segundo tempo, Amilton, aos 13 minutos, e Thiago Mathias, de pênalti, aos 27.
Cartões amarelos: Max e Fernando Miguel (Ipatinga) e Dedé e Elton (Vasco).
Estádio: Ipatingão, em Ipatinga (MG). Data: 28/11/2009.
Árbitro: Rodrigo Martins Cintra (SP).
Auxiliares: João Bourgalber Nobre Chaves (SP) e Celso Barbosa de Oliveira (SP).
GUARANI 2X1 JUVENTUDE
Com vitória em casa, Guarani rebaixa o Juventude e é vice-campeão da Série B
Com a vaga na Primeira Divisão em 2010 assegurada por antecipação, o Guarani venceu o Juventude por 2 a 1, neste sábado, no Brinco de Ouro da Princesa, pela 38ª rodada da Série B do Brasileirão, e, além de conquistar o vice-campeonato da competição, confirmou o rebaixamento da equipe gaúcha. Gláuber e Adriano Gabiru marcaram para o Bugre. O Ju descontou com Douglas.O time comandado pelo técnico Vadão termina o campeonato com 69 pontos, sete atrás do campeão Vasco e apenas um à frente do terceiro colocado Ceará. O clube de Caxias do Sul, com 44, chega ao fim na 17ª posição.
Aos 10 da primeira etapa, Gláuber aproveitou a bola cruzada na área e abriu o placar para os campineiros. Em posição duvidosa, Adriano Gabiru recebeu na meia-lua e tocou na saída do goleiro Juninho, aos dois do segundo tempo. Em situação desesperadora, os visitantes partiram para o ataque, e, aos 18, após cobrança de escanteio, Douglas desviou para o fundo das redes e diminuiu.
Com o apito final do árbitro Alício Pena Júnior, a festa nas arquibancadas e dentro de campo pelo retorno do Bugre à elite do futebol brasileiro contrastava com a decepção de jogadores e torcedores do Juventude.
CEARÁ 0X0 AMÉRICA - RN
Empate tira o vice-campeonato do Ceará, e América-RN se salva do rebaixamento
O empate de 0 a 0 no estádio Castelão, na tarde deste sábado em Fortaleza, tirou o vice-campeonato da Série B das mãos do Ceará. Em compensação, o resultado ajudou a manter o América-RN na Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro.
As duas equipes entraram em campo em situações bem diferentes. Na segunda colocação da tabela, os cearenses já tinham comemorado o acesso para a Série A. Restava ao Vovô brigar pela taça de vice – o Vasco foi o campeão. Já o América, em 14º lugar, ainda lutava contra o rebaixamento – entre Juventude, Ipatinga, América e Brasiliense, um time iria cair.
Longe do lotado Castelão (foram quase 55 mil torcedores), outra partida era fundamental para as pretensões de Ceará e América: o duelo de Campinas, no interior paulista, entre Guarani e Juventude. Quando o Bugre abriu vantagem sobre os gaúchos, o clube potiguar começou a respirar aliviado. Perdendo, o Juventude é quem iria para a Terceira Divisão. Em compensação, os três pontos que o Guarani estava somando faziam a equipe de São Paulo ultrapassar o Ceará na parte de cima.
E foi o Ceará, que jogou com um uniforme comemorativo pela volta à elite do futebol brasileiro, quem mais buscou o gol. No primeiro tempo, foram várias chances, mas nenhuma tão clara. Wellington Amorim, em tabela com Motta, arriscou e Rodolpho defendeu. Motta também tentou em chute de longe e numa cabeçada que foi para fora.
ARTILHARIA: como ficou a briga dos goleadores da Segundona
O América, que até então só se defendia, foi criar a primeira boa oportunidade aos 10 minutos do segundo tempo, com Ricardo Oliveira. A essa altura o Guarani vencia por 2 a 0, o que nem forçaria o time do Rio Grande do Norte a buscar o gol. Em Campinas, o Juventude ainda descontou para 2 a 1, mas não escapou a degola.
Com o fim do jogo em Fortaleza, o América ainda teve de esperar mais dez minutos até Guarani x Juventude também acabar para comemorar a permanência na Série B. O Ceará, com as combinações, acabou em terceiro lugar.
DESPEDIDA DE WAGNER TARDELLI. OU QUASE...
A partida pode ter marcado a despedida do árbitro Wagner Tardelli. Aos 45 anos, o juiz, que atua pela Federação Catarinense, vai se aposentar. Caso não seja sorteado para a última rodada da Série A, no próximo fim de semana, o jogo entre Ceará e América foi o seu último.
- Ou encerrei hoje ou encerrarei na outra semana. Depende de o meu nome aparecer no sorteio e de ser sorteado para alguma das dez partidas. Foram 23 anos de carreira e só tenho a agradecer, principalmente às federações do Rio de Janeiro e Santa Catarina e à CBF. O futebol me ajudou muito - completou Tardelli, que guardou a bola do jogo como recordação.
