Irresistível no returno, Goiás atropela o Vitória e vê o G-4 cada vez mais perto
O líder do returno do Brasileirão fez mais uma vítima na noite deste sábado. Jogando um futebol objetivo e aproveitando bem as chances de gol, o Goiás venceu o Vitória por 3 a 0, no Serra Dourada, e manteve a sua ascensão rumo ao G-4 da competição. Júlio César, o melhor em campo, marcou duas vezes e ainda deu o passe para o terceiro do Esmeraldino. Com o resultado, o time goiano emplaca uma incrível seqüência de cinco vitórias e chega a 42 pontos na tabela de classificação. Já o Rubro-Negro baiano, que chegou a figurar entre os líderes durante algumas rodadas, segue estacionado nos 40 pontos.

Tentando uma vaga no G-4 do Campeonato Brasileiro, Goiás e Vitória entraram em campo buscando o ataque desde o primeiro minuto da partida. Em franca ascensão, o Esmeraldino queria mais uma vitória jogando no Serra Dourada, enquanto o Rubro-Negro lutava contra a irregularidade que não lhe permitiu se manter mais tempo entre os líderes da competição. Apesar do ímpeto ofensivo das duas equipes, os lances de maior perigo demoraram a acontecer. Com as ambas as zagas muito bem postadas e organizadas, os atacantes tinham dificuldade na hora de armar as jogadas ofensivas e tentar os chutes para o gol, deixando o jogo sonolento.
A primeira boa jogada saiu apenas aos 26 minutos de bola rolando. Em rápida troca de passes pela esquerda, Felipe deixou Júlio César em boas condições para fazer o cruzamento. O lateral fez o centro buscando Iarley que fechava na segunda trave, mas o goleiro Viáfara saiu bem por baixo. O Vitória tentava responder, mas seguia esbarrando na pouca criatividade de seus armadores. Já o Esmeraldino, com apenas um atacante em campo, não conseguia fazer a ligação entre o meio e o ataque. Apesar da chuva e do gramado molhado, faltava mesmo era habilidade para os atletas de ambos os times criarem situações de gol.
Outro dos poucos bons momentos da primeira etapa aconteceu aos 35 minutos, graças a uma falha da zaga goiana. Após cobrança de escanteio, João Paulo se complicou e a bola ficou nos pés de Willians. O meia rubro-negro bateu colocado no canto direito de Harlei, que fez boa defesa. Porém, a resposta do time da casa foi fulminante, apenas três minutos depois. Após cruzamento pela direita, Vânderson cortou parcialmente e, na sobra, Júlio César acertou um belíssimo chute, de bate-pronto, sem chances para o goleiro Viáfara. Com o placar aberto o jogo melhorou, mas a vitória simples dos goianos se manteve até o intervalo.
Esmeraldino faz dois gols em seis minutos e liqüida a fatura
Na volta para a segunda etapa, com o gramado em melhores condições, a partida melhorou bastante. Logo aos dois minutos o Vitória quase chegou ao empate. Após cruzamento para a área, João Paulo tirou, mas a bola bateu em Leandro Domingues, quase indo para o gol de Harlei. Porém, mais uma vez, a resposta do Goiás foi mortal, dessa vez em dose dupla. Aos quatro minutos, Júlio César recebeu enfiada de bola de Iarley e tocou na saída de Viáfara, marcando o segundo dele. O Leão ainda tentava se reorganizar em campo, quando sofreu o terceiro. Aos seis, Júlio César, sempre ele, fez cruzamento pela esquerda, na cabeça de Paulo Baier, que ampliou para o Esmeraldino.
Com a grande vantagem no placar já construída, cabia ao time da casa administrar a partida. O Vitória, atordoado, tentava partir para o ataque, buscando uma reação que parecia impossível. No desespero, Vagner Mancini ainda colocou mais um atacante, Adriano, no lugar do lateral-direito Rafael. Apesar de pouco organizado, o Leão ainda teria boas chances de descontar. Aos 19, Marcelo Cordeiro arriscou de longe, obrigando Harlei a fazer boa defesa. O goleiro goiano ainda seria exigido novamente, por duas vezes, aos 29 minutos. Depois de espalmar o chute de Leandro Domingues o arqueiro ainda saiu nos pés de Marquinhos para evitar o gol no rebote.
Enquanto isso, o Goiás armava bons contra-ataques, pegando a defesa baiana completamente escancarada. Pouco antes da boa participação de Harlei, Paulo Baier arrancou sozinho em direção ao gol de Viáfara. No entanto, faltou fôlego ao meia que errou o passe que buscava o lateral-direito Vitor, que passava a toda velocidade pela direita. Do banco de reservas, ainda faltando dez minutos para o fim, Hélio dos Anjos avisava aos seus jogadores para diminuírem o ritmo. Mas novas chances apareceram. Aos 37, Iarley recebeu de Paulo Baier na marca do pênalti e fuzilou para o gol, mas camisa 1 do Vitória salvou. Daí em diante só restou esperar o apito final do juiz.
Confira a classificação do Brasileirão
Ficha técnica:
GOIÁS 3 x 0 VITÓRIA
GOIÁS
Harlei, Ernando, Rafael Marques e João Paulo;Vítor, Fahel (Fernando), Ramalho, Júlio César, Paulo Baier e Felipe (Thiago Feltri); Iarley (Lima).
Técnico: Helio dos Anjos
VITÓRIA
Viafara, Rafael (Adriano), Leonardo Silva, Marcelo Batatais e Marcelo Cordeiro; Vanderson, Marco Antônio, Willians e Leandro Domingues; Marquinhos Ramon) e Osmar (Robert).
Técnico: Vágner Mancini
Gols: Júlio César, aos 38 do primeiro tempo e aos 4 do segundo tempo; Paulo Baier, aos 6 do segundo tempo.
Cartões amarelos: Felipe, Fahel, Paulo Baier e Ramalho (Goiás); Marco Antônio e Leonardo Silva (Vitória)
Estádio: Serra Dourada. Data: 27/09/2008.
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (RJ/Fifa).
Auxiliares: Marco Aurélio dos Santos Pessanha (RJ) Alécio Aparecido Lezo (MS).
ATLÉTICO-MG 0X0 FIGUEIRENSE
Com a pior defesa do campeonato, Figueira segura o 0 a 0 com o Galo
O Figueirense tem a pior defesa do Brasileirão: já levou 55 gols. Mas ela funcionou contra o Atlético-MG no Mineirão, segurando o empate em 0 a 0 e conseguindo um ponto importante para o time na briga contra o rebaixamento. Esta foi a quinta vez em que os catarinenes não levaram gol no campeonato e o segundo jogo sob o comando do técnico Mário Sérgio.
O Atlético-MG, que ainda tem preocupações na parte de baixo da tabela de classificação, foi a 34 pontos (ainda em 12º lugar), contra 26 do Vasco, o primeiro entre os que seriam rebaixados hoje. O Figueirense foi a 29, mantendo-se na 15ª colocação. Na próxima rodada, os dois times jogam no sábado fora de casa. Os mineiros enfrentam o Palmeiras em São Paulo, às 16h, e os catarinenses encaram o Vasco no Rio de Janeiro, às 18h20m.
Bola na trave logo no começo
O Galo conseguiu acertar a trave logo no primeiro minuto, em uma cabeçada de Renan Oliveira após cruzamento de Marques. Apesar do susto, o Figueirense alcançou seu objetivo de cozinhar a partida, deixando-a em ritmo lento. E ameaçou duas vezes: num chute de longe de Marquinho e numa cabeçada de Bruno Sales que parou em boa defesa de Juninho.
O time mineiro dependia das jogadas pelas pontas, sobretudo com Marques. Foi ele quem teve nos seus pés a melhor chance do primeiro tempo. Recebeu sozinho na área, aos 28 minutos, mas ficou procurando um companheiro para quem pudesse tocar a bola, em vez de tentar a conclusão a gol. Arriscou o passe e errou feio.
Como Mariano tinha pouco sucesso nas investidas ao ataque, o Atlético procurava mais César Prates. Em sua melhor jogada, ele fez um cruzamento na cabeça de Lenilson, que, na pequena área, concluiu para fora.
Pet entra em campo, mas pouco faz
No segundo tempo, o técnico Marcelo Oliveira não esperou muito tempo para pôr Petkovic em campo. O meia entrou junto com Castillo nos lugares de Márcio Araújo e Lenilson, deixando o time com um esquema tático mais ofensivo.
Com dificuldade de entrar na área, o Atlético-MG passou a marcar a saída de bola adversária, em vez de esperar no campo de defesa, como no primeiro tempo. O Figueirense manteve o seu estilo, procurando tocar a bola no meio-campo e esperando o tempo passar. Marquinho, que voltou ao time após um mês e meio se recuperando de lesão, foi quem fez melhor esse papel.
O Galo demorou para assustar o Figueirense na segunda etapa. A primeira boa chance só veio aos 26 minutos. Elton, que acabara de entrar no lugar de Serginho, deu bom passe para Renan Oliveira, que encobriu o goleiro Wilson num cruzamento. Castillo ainda tentou cabecear, mas a bola foi para a linha de fundo.
Com Petkovic pouco inspirado, o Atlético-MG não soube superar a marcação do Figueirense e ouviu vaias da torcida. Mesmo sem correr muitos riscos, o técnico Mário Sérgio ainda reforçou o seu sistema defensivo aos 38 minutos, trocando Ramon por Jackson.
Ficha técnica:
ATLÉTICO-MG 0 x 0 FIGUEIRENSE
ATLÉTICO-MG
Juninho, Mariano, Leandro Almeida, Marcos e César Prates; Rafael Miranda, Márcio Araújo (Petkovic), Serginho (Elton) e Renan Oliveira; Lenilson (Castillo) e Marques.
Técnico: Marcelo Oliveira.
FIGUEIRENSE
Wilson, Alex, Gomes e Asprilla; Diogo, Magal, Cleiton Xavier, Marquinho e Alex Cazumba; Ramon (Jackson) e Bruno Santos (Wellington Amorim).
Técnico: Mário Sérgio.
Cartões amarelos: Rafael Miranda, Leandro Almeida (Atlético-MG);Cleiton Xavier, Gomes (Figueirense)
Estádio: Mineirão, em Belo Horizonte (MG). Data: 27/09/2008.
Árbitro: Djalma Beltrami (RJ).
Auxiliares: Hilton Moutinho (RJ) e Dibert Pedrosa (RJ).
Público: 19.738 pagantes. Renda: 102.652
FLAMENGO 2X1 SPORT
Com gol de Vandinho no fim, Fla bate o Sport de virada
Sob um forte temporal que castigou o Rio de Janeiro neste sábado, o Flamengo derrotou o Sport por 2 a 1 (assista aos gols) em uma virada espetacular, empurrado por mais de 40 mil torcedores. Curiosamente, assim como no primeiro turno do Brasileirão, na Ilha do Retiro, os cariocas venceram nos minutos finais. Desta vez, o herói foi o atacante Vandinho, que entrou no segundo tempo na vaga de Ibson. Mesmo com o resultado positivo, durante todo o jogo, o técnico Caio Júnior não foi poupado pelos torcedores, que o xingaram de burro, assim como os pedidos de "raça" durante grande parte da etapa final.
Com o resultado, o Rubro-Negro carioca permaneceu na quarta colocação, com 46 pontos. O Sport seguiu com 39 e ocupa o décimo lugar. Na próxima rodada, o Flamengo vai enfrentar o Náutico, no sábado, nos Aflitos. O Sport pega o Cruzeiro, na Ilha do Retiro, na quinta-feira.

O primeiro tempo começou embaixo de muita chuva. Os dois times erravam muitos passes no meio-campo, mas o Flamengo tinha um domínio territorial da partida. O primeiro lance que causou um certo frisson no Maracanã foi contra os donos da casa. Aos cinco minutos, Fábio Luciano recuou a bola errada e o goleiro Bruno precisou driblar o atacante Roger, do Sport.
O Sport foi quem criou o primeiro lance de perigo. Aos 13 minutos, Dutra avançou pela esquerda e chutou de fora da área. A bola desviou em Fábio Luciano e enganou o goleiro Bruno, que caiu para a direita e torceu para o lance não acabar dentro de sua rede. O Flamengo respondeu com Marcelinho Paraíba três minutos depois. O atacante cobrou falta da intermediária e Magrão defendeu.
Aos 24, o Sport perdeu uma ótima oportunidade de abrir o placar. Andrade cobrou falta do meio-campo e a bola sobrou para Roger, livre, na marca do pênalti. O atacante desviou de primeira e o goleiro Bruno só observou o lance, já batido. O bandeirinha marcou impedimento na jogada.
O Flamengo respondeu no lance seguinte, aos 28. Em uma jogada polêmica, o árbitro mineiro Ricardo Marques Ribeiro marcou falta fora da área, mas os jogadores do time rubro-negro reclamaram um pênalti. Na cobrança de Juan, a bola sobrou para Marcelinho Paraíba chutar. O goleiro Magrão, caído, salvou o Sport.
O Sport ainda teve outra oportunidade antes do término do primeiro tempo, aos 39 minutos. Enílton recebeu dentro da área, fez o pivô e rolou para Carlinhos Bala, que chutou forte. No meio do caminho, Roger, impedido, desviou e errou por pouco o gol de Bruno.

A paciência de Caio Júnior, do Flamengo, com o atacante Josiel acabou ainda no vestiário antes do retorno da equipe para a etapa final. O treinador optou por sacar o jogador e apostar na entrada de Obina. Logo aos dois minutos, Leo Moura cruzou na cabeça do Anjo Negro, que cabeceou para boa defesa de Magrão. No minuto seguinte, Marcelinho Paraíba aproveitou cruzamento de Juan e chutou. O zagueiro César tirou em cima da linha, salvando o Sport.
Os pernambucanos assustaram os cariocas em dois lances seguidos. Um aos quatro e o outro aos cinco. No primeiro, Roger dominou na entrada da área e chutou para grande defesa de Bruno. Na outra chance, o mesmo atacante dominou pelo lado direito da grande área e arriscou. A bola passou à esquerda do gol rubro-negro. Curiosamente, o goleiro Bruno voltou para a etapa final com uma camisa cinza em vez da amarela que utilizou no primeiro tempo.
E parece que a mudança deu azar. Aos nove minutos, o Sport abriu o marcador após uma falha bisonha do goleiro Bruno. O camisa 1 do Fla ficou no meio do caminho após cruzamento de Carlinhos Bala e Roger não perdoou. O atacante subiu sozinho e marcou de cabeça para os pernambucanos. Logo após o gol, a chuva voltou a apertar no Maracanã, atrapalhando o rendimento das duas equipes.
Após o gol do Sport e com a saída de Everton, machucado, para a entrada do argentino Sambueza, o Flamengo acordou. Aos 17, Marcelinho Paraíba ganhou na corrida e quase marcou após dividida com o goleiro Magrão. Em determinados momentos do jogo, o time carioca parecia desesperado com o resultado negativo. O zagueiro Ronaldo Angelim ficava mais tempo no ataque do que na zaga.
Aos 28, Caio Júnior optou pela saída de Ibson para a entrada de Vandinho. Os torcedores não perdoaram o treinador e xingaram o treinador de "burro". O meia, ao deixar o gramado, sequer olhou para o treinador, que bateu palmas para o seu comandado. Na arquibancada, os rubro-negros gritaram o nome do atleta.
No minuto seguinte, Ronaldo Angelim aproveitou cruzamento e cabeceou com força. Magrão defendeu com segurança no meio do gol. Aos 37, não teve jeito e o Flamengo empatou. Juan invadiu a área pelo lado esquerdo e tocou na saída do camisa 1 do Sport, que estava sem levar gols há 442 minutos. Sete minutos depois, Leo Moura cobrou escanteio e Vandinho escorou para decretar a virada.
Ficha técnica:
FLAMENGO 2 X 1 SPORT
FLAMENGO
Bruno; Jaílton, Fábio Luciano e Ronaldo Angelim; Leo Moura, Kleberson, Ibson (Vandinho), Everton (Sambueza) e Juan; Marcelinho Paraíba e Josiel (Obina).
Técnico: Caio Júnior
SPORT
Magrão; Igor, César e Durval; Carlinhos Bala, Andrade, Kássio (Fábio Gomes), Júnior Maranhão e Dutra; Roger (Fumagalli) e Enílton (Luciano Henrique).
Técnico: Nelsinho Baptista.
Gols: Roger, aos nove minutos, Juan, aos 37 minutos, Vandinho, aos 44 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Sambueza (Fla); Durval, Kássio, Andrade (Sport).
Estádio: Maracanã. Data: 27/09/2008.
Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (MG).
Auxiliares: Marcio Eustáquio (MG) e Wenderson Mozzer (MG).
Público: 40.812 pagantes. Renda: R$ 677.363,00