Em estado de graça, Galo passa por cima do São Paulo e reassume a ponta
O jogo entre Atlético-MG e São Paulo, nesta quarta-feira, no Mineirão, nem havia começado e a torcida do Galo comemorava como se a equipe tivesse vencido uma final de campeonato. Bem, de certa forma, isso realmente aconteceu. A empolgação atleticana pela derrota do Cruzeiro para o Estudiantes na final da Taça Libertadores era tanta que o confronto do Galo contra o Tricolor foi como um segundo tempo de um jogo que começou no dia anterior. E nessa etapa final, o alvinegro mineiro deu as cartas. Sem dificuldades, diante de um São Paulo sem brilho, venceu por 2 a 0. E como o momento do Atlético é de êxtase, o time ainda voltou à liderança do Brasileirão, com 24 pontos. O São Paulo, em queda livre, está em 15º lugar, com 11.
O jogo apresentou o segundo maior público do Brasileirão até o momento: 54.214 pagantes. Atrás apenas de Flamengo 2 x 1 Atlético-PR, na quarta rodada, estreia de Adriano: 68.217.
O Atlético volta a campo no próximo domingo, às 16h, para enfrentar o Vitória, no Barradão. No mesmo dia e horário, o São Paulo disputa o clássico com o Santos no Morumbi.
Miranda cochila, e Tardelli marca
A empolgação das arquibancadas lotadas contagiou os jogadores dentro de campo, que sufocaram o São Paulo desde os primeiros segundos. Logo a um minuto, o zagueiro Miranda abusou da categoria. Talvez para não manchar sua reputação de jogador técnico com um chutão, ele tentou driblar Diego Tardelli. Dançou. O ex-são-paulino roubou a bola, invadiu a área e estufou a rede defendida por Denis com uma bomba de direita.
Apático, sem mobilidade, tocando a bola de lado sem conseguir aprofundar jogadas, o São Paulo dava sono. Dagoberto, muito longe de Borges, corria de um lado para o outro sem conseguir dominar a bola. Hugo e Jorge Wagner, que deveriam armar jogadas, erravam passes. O oposto do Atlético, que contrariava a batida retórica de que time com três zagueiros é defensivo.
A equipe de Celso Roth chegava com até cinco jogadores no ataque, como no lance em que Tardelli, com um toque medido na régua, achou Éder Luís na entrada da pequena área. Na hora H, porém, Júnior César deu um carrinho salvador e tirou a bola dos pés do camisa 11 do Galo.
O São Paulo levou perigo em apenas um lance, e mesmo assim com a ajuda dos atleticanos. Aos 34, Júnior César chutou cruzado. Werley tentou cortar e quase marcou contra. Aranha salvou.
Galo resolve o jogo
O Atlético voltou para a etapa final mantendo o ritmo inicial. Buscava sufocar o São Paulo. Logo aos sete minutos, o Galo ampliou numa linda jogada do meia Serginho. Ele avançou pela meia esquerda, ganhando na corrida de seus marcadores, tabelou com Éder Luís, invadiu a área e tocou no canto direito, na saída de Dênis.
Com a desvantagem, o técnico Ricardo Gomes, do São Paulo, fez mudanças tentando empurrar seu time para a frente. Richarlyson e Oscar entraram para tentar melhorar a armação da equipe (Hernanes, que entrou ainda no primeiro tempo na vaga de Hugo, que se machucou, não criou nada). As alterações levaram o São Paulo mais à frente, só que surgiram muitos espaços para o Atlético contra-atacar.
No entanto, apesar do jogo mais aberto, não houve muitas chances claras de gol. O Atlético passou a tocar a bola e a controlar o jogo, para delírio da torcida. O jogo terminou ao coro de "olé, olé".
Ficha técnica:
ATLÉTICO-MG 2 x 0 SÃO PAULO
ATLÉTICO-MG
Aranha, Werley, Welton Felipe e Alex Bruno; Carlos Alberto, Jonílson, Serginho (Marcos Rocha), Júnior (Evandro) e Thiago Feltri; Éder Luís (Alessandro) e Diego Tardelli.
Técnico: Celso Roth.
SÃO PAULO
Dênis, Zé Luís (Richarlyson), Miranda, Jean Rolt e Júnior César; Eduardo Costa, Jean, Jorge Wagner (Oscar) e Hugo (Hernanes); Dagoberto e Borges.
Técnico: Ricardo Gomes.
Gols: Diego Tardelli, 1 minuto do primeiro tempo; Serginho, aos 7 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Diego Tardelli (Atlético-MG), Jorge Wagner, Zé Luís, Borges (São Paulo).
Estádio: Mineirão. Data: 16/07/2009.
Árbitro: Leonardo Gaciba da Silva.
Auxiliares:Marcelo Bertanha Barison (RS) e Jose Antonio Chaves Franco Filho (RS) . Renda e público: R$ 756.818,00/54.214 pagantes,
CORINTHIANS 4X3 SPORT
Com dois gols de Ronaldo, Timão bate Sport e se aproxima do pelotão de frente
Tinha tudo para ser uma vitória tranquila, mas foi no sufoco. De qualquer maneira, o Corinthians conseguiu se aproximar do pelotão de frente do Campeonato Brasileiro com a vitória por 4 a 3 sobre o Sport nesta quinta-feira, no estádio do Pacaembu. O time pernambucano saiu na frente com Fabiano, mas Ronaldo brilhou, fez dois gols de cabeça e virou. Cristian ainda ampliou. Mas Vandinho não desistiu, foi às redes duas vezes e empatou. Só que o Timão acordou em campo, e Moradei assegurou o triunfo.
Agora com 17 pontos em 11 jogos, a equipe paulista aparece na sexta colocação, a dois pontos do quarto colocado, o Vitória, e a sete do líder, o Atlético-MG. O time pernambucano começa a se complicar na tabela de classificação. Com apenas 11 pontos, ocupa a 13ª posição, apenas um ponto à frente do Botafogo, primeiro time a compor o bloco da zona do rebaixamento.
Na próxima rodada do Campeonato Brasileiro, o Corinthians terá um desafio fora de casa, contra o Cruzeiro, vice-campeão da Taça Libertadores, em Belo Horizonte. O jogo está marcado para domingo, às 16h. No mesmo dia, só que às 18h30m, o Sport receberá a visita do Avaí, na Ilha do Retiro, no Recife.
Confira a classificação do Campeonato Brasileiro
Cabeça fenomenal
Os cinco primeiros minutos do duelo entre Corinthians e Sport foram muito ruins. Erros de passe, faltas desnecessárias e nenhuma chance clara de gol. O fraco futebol deixou os jogadores mais exaltados, e aos 6 minutos Sandro Goiano e Jorge Henrique se estranharam, trocaram empurrões e ouviram sermão do árbitro Carlos Eugênio Simon.
Chute a gol, apenas aos 8 minutos. E mesmo assim, nada demais. O corintiano Cristian arriscou de fora da área, a bola desviou em Igor e o goleiro Magrão defendeu tranquilamente. Aos 11, no entanto, o Timão por pouco não abriu o marcador. Ronaldo recebeu bom passe de Douglas, ajeitou e bateu de fora da área, tirando tinta da trave.
Só que o Sport foi mais eficiente quando chegou ao campo de ataque. Aos 12 minutos, após cruzamento de Élder Granja da direita, Fabiano apareceu para cabecear na grande área e colocar a equipe pernambucana em vantagem. Em vez de desanimar o Corinthians, a desvantagem acordou o time paulista. E a pressão começou.
Aos 15, em cobrança de falta de Chicão, Magrão foi obrigado a espalmar por cima do gol. No lance seguinte, após escanteio, Jorge Henrique desviou, e Ronaldo completou da pequena área. Magrão fez linda defesa. Mais tarde, aos 20, foi a vez de Chicão atuar de armador. O zagueiro lançou Dentinho, que chutou rasteiro. O goleiro pegou.
A postura ofensiva do Timão surtiu resultado aos 27 minutos. E do jeito que a Fiel mais gosta: gol de Ronaldo. Dentinho deixou a bola escapar perto da grande área e ela sobrou para André Santos. O lateral fez excelente jogada pela esquerda e cruzou para o Fenômeno marcar de cabeça. Magrão ainda tocou na bola, mas não evitou.
O empate animou ainda mais o Corinthians, que por pouco não chegou à virada aos 32 minutos. Cristian cobrou falta de longe, o goleiro do Sport deu rebote, mas nenhum atacante conseguiu completar para o gol vazio. Dois minutos depois, porém, Ronaldo brilhou novamente. Diogo cruzou da direita, e o camisa 9 cabeceou com estilo: 2 a 1.
Reação do Sport
O Sport iniciou o segundo tempo esboçando uma pressão ao Corinthians. Mas ela não foi adiante. Logo aos 4 minutos, os donos da casa ampliaram. Cristian arriscou de fora da área, a bola desviou no zagueiro Durval e enganou o goleiro Magrão. Aos 8, Ronaldo quase marca de novo. Na falta, Cristian rolou para o atacante, que bateu pelo alto.
Em situação cada vez mais complicada na partida, o Leão foi para o ataque desesperadamente. E por pouco não diminuiu. Aos 10 minutos, após cruzamento da direita, a bola chegou a Dutra na esquerda da grande área. O lateral bateu forte, mas Felipe desviou. A bola ainda bateu na trave, assustando os corintianos.
Apesar do susto, o jogo continuou sob domínio absoluto do Timão. Só que dois jogadores, por faltas desnecessárias, levaram o terceiro cartão amarelo: o meia Douglas e o atacante Dentinho. Eles não jogam no próximo domingo, contra o Cruzeiro, no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte.
Aos poucos, então, o Sport foi encontrando espaços. Até que conseguiu o segundo gol aos 18 minutos. Após cruzamento rasteiro de Dutra da esquerda, Vandinho, oportunista, tocou para o fundo do gol de Felipe. Aos 20, muita reclamação dos corintianos. Morais avançou para área e caiu. Os jogadores alvinegros pediram pênalti.
Não demorou, aliás, para o time pernambucano chegar ao empate. A equipe rubro-negra manteve a postura ofensiva e igualou o marcador aos 22, novamente com Vandinho. Após chute forte de Hamilton, o goleiro Felipe deu rebote, Guto não aproveitou, mas na sequência Vandinho completou: 3 a 3.
Melhor em campo depois do terceiro gol, o Sport teve a chance de virar a partida, mas aos 33 minutos ficou em desvantagem no número de jogadores. Guto foi expulso por falta dura. O técnico Leão e Sandro Goiano reclamaram bastante. O Timão nem ligou e voltou a ficar na frente com gol de Moradei, aos 34, em belo chute de longe.
Só que o jogo ainda reservava mais emoção. Aos 46 minutos, o Sport teve ótima chance de igualar novamente. Vandinho cobrou falta com força. Felipe espalmou e garantiu os três pontos.
Ficha técnica:
CORINTHIANS 4 x 3 SPORT
CORINTHIANS
Felipe, Diogo (Moradei), Chicão, Diego e André Santos; Cristian, Jucilei (Marcelinho) e Douglas; Jorge Henrique, Dentinho (Morais) e Ronaldo.
Técnico: Mano Menezes.
SPORT
Magrão, Igor, Juliano e Durval; Élder Granja (Dude), Hamilton, Sandro Goiano, Fabiano, Luciano Henrique (Vandinho) e Dutra; Guto.
Técnico: Emerson Leão.
Gols: Fabiano, aos 12, Ronaldo, aos 27, e aos 34 minutos do primeiro tempo; Cristian, aos 4, Vandinho, aos 18 e aos 22, e Moradei, aos 34 minutos do segundo tempo
Cartões amarelos: Ronaldo, Dentinho, Douglas (C); Guto, Sandro Goiano, Hamilton, Vandinho (S).
Cartão vermelho: Guto (S).
Público: 22.756 pagantes. Renda: R$ 755.466,50
Estádio: Pacaembu, em São Paulo (SP). Data: 16/07/2009.
Árbitro: Carlos Eugênio Simon (Fifa/RS).
Auxiliares: Carlos Berkenbrock (Fifa/SC) e Marcia Bezerra Lopes Caetano (RO).
NÁUTICO 1X1 VITÓRIA
Náutico desperdiça boas chances de virar o jogo, e empata com o Vitória
Após fazer um péssimo primeiro tempo e sair atrás no placar, na noite desta quinta-feira, o Náutico reagiu e arrancou o empate por 1 a 1 com o Vitória, nos Aflitos, em partida válida pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro. O resultado, no entanto, foi frustrante para o bom público que compareceu ao estádio para ver a estreia de Geninho e o Timbu perder chances claras de virar o jogo, na etapa final. Em uma delas, aos 47 do segundo tempo, Gladstone, debaixo das traves, fez o mais difícil e mandou a bola para longe da meta baiana.
Se não conseguiu manter o embalo da goleada sobre o Santos, o time do técnico Paulo Cesar Carpegiani ao menos volta para casa com a vaga no G-4 assegurada e o artilheiro isolado da competição: Roger, que marcou para a equipe rubro-negra e chegou ao oitavo gol. O Alvirrubro igualou o placar com Gilmar, de pênalti.
Com o resultado, o Leão baiano chegou a 20 pontos e manteve a quarta posição da tabela. O Timbu é o lanterna, com nove.
As equipes voltam a atuar no domingo. O Vitória recebe o líder Atlético-MG, às 16h, enquanto o Náutico pega o Barueri, fora de casa, às 18h30m.
Roger abre o placar

O Timbu buscou a reação, mas esbarrou nas próprias limitações técnicas. Aos 16, Aílton arriscou de fora da área, mas errou o alvo, e a bola saiu à esquerda de Viafara.
Por pouco o Vitória não ampliou aos 33. Leandro cobrou falta pela direita, e, no desvio de Anderson Martins, a bola tocou o travessão antes de sair.
Os donos da casa não conseguiam chegar com a bola até a área adversária e exageravam nas tentativas de longa distância, mas a falta de pontaria alvirrubra manteve o placar favorável aos visitantes.
Reação e desperdício
O Náutico voltou para a segunda etapa com duas alterações: Sidny na vaga de Douglas Maia e Anderson Lessa no lugar do vaiado Márcio Barros. A equipe do técnico Geninho demonstrava disposição para reagir, mas seguia impedida pelas próprias limitações. Aos 15, Galiardo fez boa jogada, limpou a defesa, mas chutou fraco, e Viafara ficou com a bola.
Mas, aos 17, a sorte recifense começou a mudar. Anderson Martins fez falta dura em Aílton, na entrada da área. Gilmar cobrou por cima da barreira e quase empatou. Viafara mergulhou para fazer bela defesa. Na sequência, Wallace entrou com violência em Anderson Lessa, dentro da área baiana, e o árbitro Paulo Cesar Oliveira assinalou pênalti e expulsou o zagueiro do Vitória. Com direito a paradinha, Gilmar bateu alto no lado direito do camisa 1 rubro-negro e empatou, aos 21.
Com um a mais em campo, os recifenses aumentaram a pressão. Mas foi o Vitória que quase marcou o segundo aos 39. Leandro Domingues driblou dentro da área e tocou rasteiro, mas acertou a trave.
Aos 40, Galiardo desperdiçou chance incrível de balançar as redes para o Timbu, quando girou dentro da área e, de frente para o gol, chutou muito mal e mandou a bola para longe. O goleiro Eduardo ainda foi obrigado a trabalhar, aos 43, em chute cruzado de Leandro Domingues.
Ainda houve tempo para que Gladstone jogasse fora a chance de tirar o Timbu da lanterna. Em cruzamento da esquerda, o zagueiro apareceu por trás da defesa baiana, mas desviou por cima do travessão do goleiro Viafara. Um ponto precioso, mas com sabor amargo para quem está na última colocação.
Ficha técnica:
NÁUTICO 1 x 1 VITÓRIA
NÁUTICO
Eduardo, Vagner Silva, Gladstone, Galiardo e Douglas Maia (Sidny); Johnny, Aílton, Carlinhos Bala e Anderson Santana; Márcio Barros (Anderson Lessa) (Kuki) e Gilmar.
Técnico: Geninho.
VITÓRIA
Viafara, Adriano (Gil), Wallace, Victor Ramos e Anderson Martins; Carlos Alberto, Magal, Leandro Domingues (Bida) e Leandro; Willian (Jackson) e Roger.
Técnico: Carpegiani.
Gols: Roger, aos 11 minutos do primeiro tempo; Gilmar, aos 21 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Anderson Santana, Carlinhos Bala, Johnny, Gladstone (Náutico). Willian, Wallace, Victor Ramos, Anderson Martins (Vitória).
Cartão vermelho: Wallace (Vitória).
Estádio: Aflitos. Data: 16/07/2009.
Árbitro: Paulo César Oliveira.
Auxiliares: Ivaney Alves de Lima (SE) e Manuel Marcio Bezerra Torres (CE).