quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Copa Sul Americana:Oitavas de Final

CIENCIANO (PER) 0X2 SAN LORENZO (ARG)
Sem muito esforço, San Lorenzo vence o Cienciano e está nas quartas de final



O San Lorenzo entrou em campo no estádio Garcilaso de la Vega podendo até perder. Mas o time argentino ignorou a vantagem e a altitude de Cuzco, derrotou o Cienciano por 2 a 0 com gols de Killy González e Rovira mesmo sem fazer grande esforço, e se classificou com tranquilidade para as quartas de final da Copa Sul-Americana.

Agora, o time de Diego Simeone, que havia vencido os peruanos por 3 a 0 na partida de ida, encara o River Plate-URU. A equipe uruguaia eliminou o Vitória com uma goleada de 4 a 1 em Montevidéu e um empate por 1 a 1 em Salvador.

O Cienciano até tentou pressionar no início da partida, mas desperdiçou boas chances e passou a dar espaço para o San Lorenzo, que aproveitou bem aos 35 minutos do primeiro tempo. O experiente Killy González tabelou com Aureliano Torres, avançou com liberdade e soltou a bomba. A bola ainda desviou e não deu chances para o goleiro Vegas.

O time peruano teve boa oportunidade para empatar aos dez minutos da segunda etapa. Killy González tocou com a mão na bola dentro da área e o árbitro Carlos Torres marcou o pênalti. No entanto, para revolta da torcida em Cuzco, o goleiro Migliore defendeu a cobrança de Cavallo.

Jogando a 3450 metros de altitude, o San Lorenzo passou a administrar o resultado, mas mesmo assim voltou a marcar, aos 39 minutos. Rovira recebeu na entrada da área, girou e acertou belo chute para fazer o segundo gol e definir a classificação argentina.


VITÓRIA (BRA) 1X1 RIVER PLATE (URU)
Vitória só marca no fim do jogo e está fora da Sul-Americana: 1 a 1 no Barradão



Deu até impressão de que poderia ser mais fácil do que se imaginava. Mas o Vitória fracassou. Parecia uma tarefa quase impossível vencer o River Plate do Uruguai por três gols de diferença - os baianos haviam perdido o primeiro jogo por 4 a 1, fora de casa. O time uruguaio, porém, entregou todo seu campo defensivo para os donos da casa, que perderam as contas das chances desperdiçadas. O River ajudou até nos contra-ataques, com cenas dignas de comédia pastelão. Mas o Vitória fez apenas um gol, levou o empate nos acréscimos, e foi eliminado da Copa Sul-Americana. Nas quartas de final, o River enfrentará o San Lorenzo.

Pressão baiana e bizarrices uruguaias

No primeiro tempo, o Vitória sufocou o River, que não passou do meio de campo nos 20 minutos iniciais. Willians perdeu uma chance, Neto Berola também, e Roger errou o gol depois de receber sozinho, quase na marca do pênalti. Uma pressão ao mesmo tempo animadora, pela fragilidade da zaga adversária, e preocupante, já que os gols perdidos certamente fariam falta.

Todo o time do Vitória subia em busca do placar, até que o River encaixou um contra-ataque. Puppo recebeu na área. Tensão para os baianos. Mas o atacante chutou longe. Pouco depois, outro contra-ataque, desta vez ainda mais bizarro. Andrezinho arrancou livre na direção de Gleguer, mas tocou com o calcanhar na bola, caiu com a mão na coxa e foi substituído. Na jogada seguinte, Puppo voltou a aprontar das suas, chutando para fora quase da linha da pequena área, sem zagueiro nenhum ao lado. Hilário, não fosse o fato de que já eram marcados 46 minutos do primeiro tempo, e o Vitória não havia chegado ao primeiro dos três gols que teria de alcançar.

River administra a vantagem

O segundo tempo mudou o cenário do jogo. Saíram os lances pitorescos, a pressão do Vitória já não era a mesma, e o River tocava a bola para fazer o tempo passar. Roger errou uma cabeçada, Apodi tentou de longe e...nada. Só aos 41 o placar foi aberto, com chute de longe de Elkerson. Tarde demais. Ainda houve tempo para Roger atrapalhar um chute de Robert. Melhor para o River, que conseguiu empatar nos acréscimos, com Córdoba driblando Gleguer.


Ficha técnica:
VITÓRIA 1 x 1 RIVER PLATE (URU)
VITÓRIA
Gleguer, Apodi, Fábio Ferreira, Wallace e Leandro; Vanderson, Magal (Leandrão), Leandro Domingues, Willian (Robert); Neto Berola (Elkerson) e Roger.
Técnico: Vagner Mancini.
RIVER PLATE (URU)
Luciano dos Santos, Diego Sosa, Ronaldo Conceição Sérgio Bica (Córdoba), Torrecilla, Gonzalo Porras, Jorge Rodríguez, Zambrana, Puppo (Juan Ferréz), Andrezinho (Klingender) e Sergio Souza
Técnico: Juan R. Carrasco.
Gol: Elkerson, aos 41 do segundo tempo e Córdoba, aos 48.
Cartões amarelos: Wallace, Roger (Vitória); Ronaldo Conceição (River)
Estádio: Barradão. Data: 30/09/2009.
Árbitro: Pablo Pozo (Chile).
Auxiliares: Patricio Basualto (Chile) e Francisco Mondría (Chile).


EMELEC (EQU) 2X1 BOTAFOGO (BRA)
Botafogo é derrotado pelo Emelec em Guaiaquil, mas segue na Sul-Americana



E o Botafogo da Copa Sul-Americana foi o mesmo do Campeonato Brasileiro. Ou quase. Na noite desta quarta-feira, no estádio George Capwell, em Guaiaquil, no Equador, o Alvinegro foi derrotado por 2 a 1 pelo Emelec, mas apesar de mais um resultado negativo garantiu classificação às quartas de final do torneio continental. Isso graças à vitória conquistada no Engenhão, onde vem sofrendo bastante no nacional. Em casa, o Alvinegro fez o placar de 2 a 0, e o gol fora de casa garantiu a vaga.

O adversário na próxima fase sai do confronto entre Goiás e Cerro Porteño, que se enfrentam nesta quinta-feira, às 19h15m, no Serra Dourada - o Esmeraldino precisa vencer o time paraguaio por três gols de diferença. E pelo Brasileirão o Botafogo volta a campo no próximo domingo, às 16h, fora de casa e exatamente contra a equipe goiana. O Glorioso, na zona de rebaixamento, precisa da vitória contra o terceiro colocado da competição para não piorar a sua situação. Dentro e fora do campo.

Ouça os gols do jogo na narração de Edson Mauro, da Rádio Globo/CBN

Classificação garantida com cinco minutos de partida

Se o time carioca esperava encontrar pela frente uma Bombonera, bastaram poucos minutos de jogo para perceber que a torcida do Emelec nem de longe lembra a do Boca Juniors. A pressão ficou apenas na promessa e na semelhança entre os estádios, e o gol logo no início também ajudou a esfriar os ânimos equatorianos. Aos cinco, após roubada de bola de Juninho, Lucio Flavio recebeu pela direita e cruzou. O goleiro Elizaga saiu muito mal do gol, e André Lima cabeceou para o fundo das redes. Precisando de quatro gols para avançar à próxima fase, os donos da casa bem que tentaram encurralar o time carioca no campo de defesa, mas ficaram apenas no ensaio.

Aos 13, Quiróz cobrou falta pela esquerda, Mina completou de cabeça para grande defesa de Jefferson, que espalmou no travessão. No rebote, Peirone furou de maneira bisonha na entrada da pequena área, desperdiçando boa oportunidade. Com a confortável vantagem em mãos e percebendo que o adversário estava pouco inspirado, os jogadores do Botafogo buscavam tocar a bola do meio para frente, mas sem se preocupar em ampliar o placar. À exceção de algumas descidas de Victor Simões pela esquerda, todas improdutivas, a equipe não chegava à área equatoriana.

Do outro lado, Peirone e Pérez, de bicicleta, mandaram para fora aos 22 e 31 minutos, respectivamente. Pouco depois, aos 35, o retrato das tentativas de ataque dos anfitriões. Após cobrança de escanteio, a bola sobrou para José Quiñonez chutar para o gol, mas ele acertou seu companheiro de time Mina, e a bola saiu pela linha de fundo. O primeiro tempo ainda teve um pouco de emoção, mas em forma de empurra-empurra e bate-boca. Juninho e Mina trombaram, mas o jogador do Emelec deu sequência à jogada, revoltando André Lima. Os dois discutiram, e o atacante brasileiro alegou ter sido agredido. O cartão amarelo foi para o zagueiro e capitão botafoguense.

Dupla 'Quiñonez y Quiñonez' expõe a fragilidade alvinegra



Depois de uma etapa inicial morna, o time carioca voltou e encontrou um Emelec totalmente diferente. E um filme recente - a eliminação para o River Plate, no Monumental de Nuñez, em 2007 - passou pela cabeça do alvinegro quando a equipe equatoriana virou a partida. Aos sete, Carlos Quiñonez tabelou com Mendoza, recebeu de calcanhar na área e chutou sem chances para Jefferson.

Cinco minutos depois, Raponi cobrou escanteio pela esquerda, e José Quiñonez cabeceou no ângulo direito. O goleiro alvinegro ainda voou para espalmar, mas a bola bateu no travessão e entrou. A vantagem no placar inflamou os torcedores, que passaram a cantar o tempo todo para incentivar o time, colocando finalmente um pouco de pressão nos jogadores do Botafogo.

A resposta adversária? Uma cobrança de falta de Juninho aos 14, facilmente defendida por Elizaga, e um chute muito ruim de Lucio Flavio aos 23. Entre uma tentativa ou outra de chegar ao campo de ataque, o Botafogo sofria uma verdadeira pressão aérea. Mas Jefferson, em noite inspirada e de sorte, ganhava todas pelo alto ou assistia às conclusões irem por cima do gol. A partir dos 30 minutos, os anfitriões passaram a dar mais espaço para o Alvinegro tocar a bola, mas os erros superavam as oportunidades criadas.

O jeito era tentar de fora da área, e André Lima quase fez um belo gol aos 34, quando recebeu de Fahel e chutou com categoria, mas para fora. Mesmo destino da bomba que Rodrigo Dantas soltou três minutos depois, rente à trave esquerda. Se não surtiu o efeito desejado, o mesmo valeu para o Emelec, que abusou dos cruzamentos para a área, mas sem sucesso. Méritos para o camisa 22 alvinegro. Mesmo derrotado, o Botafogo saiu de campo vitorioso (assista à análise de Luis Roberto e Júnior no vídeo acima).


EMELEC 2 x 1 BOTAFOGO
EMELEC
Elizaga, Carlos Quiñónez, Fleitas (Achillier), Mina e Aguirre; José Quiñónez (Delgado), Quiroz, Pérez (Mendoza) e Raponi; Rojas e Peirone
Técnico: Gabriel Perrone
BOTAFOGO
Jefferson, Emerson, Juninho e Wellington; Alessandro, Leandro Guerreiro, Léo Silva (Fahel), Lucio Flavio (Júnior) e Diego; Victor Simões (Rodrigo Dantas) e André Lima
Técnico: Victor Simões
Gols: André Lima, aos cinco minutos do primeiro tempo; Carlos Quiñonez, aos sete, e José Quiñonez, aos 12 minutos do segundo tempo
Cartões amarelos: Pérez, Fleitas e Mendoza (Emelec); Juninho (Botafogo)
Estádio: George Capwell, em Guaiaquil, no Equador.Data: 30/09/2009.
Árbitro: Victor Rivera (Peru).
Auxiliares: Luis Abadie e Cesar Escano (Peru).


UNIVERSIDAD DE CHILE (CHI) 1X0 INTERNACIONAL (BRA)
Campeão eliminado: Inter perde no Chile e está fora da Sul-Americana



No ano passado, o título da Sul-Americana foi o desafogo para o Inter em meio à campanha decepcionante no Brasileirão. Em 2009, a eliminação já no primeiro desafio da competição continental aumenta a exigência de triunfo no Nacional. O Colorado voltou a jogar mal, levou 1 a 0 do Universidad de Chile em Santiago nesta quarta-feira e se despediu precocemente do objetivo de ser bicampeão do torneio.

Foi o quinto jogo seguido sem vitória para o time gaúcho. No duelo de ida, as duas equipes haviam empatado por 1 a 1 no Beira-Rio. Mais preocupado com o Campeonato Brasileiro, o Inter preservou quatro titulares no Chile: Fabiano Eller, Kleber, Guiñazu e Taison. Os três últimos foram a campo no segundo tempo, mas não conseguiram dar melhor resultado ao Inter.

A delegação vermelha retorna a Porto Alegre pensando no Brasileirão. São três jogos sem vitória na competição. O próximo compromisso é domingo, às 18h30m, contra o Coritiba no Couto Pereira.

Primeiro tempo muito ruim do Inter

Se o Inter vinha mal nas partidas anteriores, conseguiu piorar no primeiro tempo do jogo contra o Universidad de Chile. Foi terrível. O meio-campo passou o tempo inteiro querendo se encontrar. Jamais conseguiu. Como consequência, o ataque se resumiu a algumas iniciativas de Marquinhos. Alecsandro esteve desaparecido. Na zaga, Índio e Sorondo pareciam ter acabado de se conhecer.

La U dominou o Colorado, não deu espaços, mostrou mais vontade e mereceu sair na frente na etapa inicial. O gol saiu aos 34 minutos. Montillo alçou a bola na área e Olivera cabeceou sozinho, como se o Inter não tivesse zaga. Índio e Sorondo ficaram plantados no chão. A bola rumou para o canto direito de Lauro, que nada pôde fazer.

O principal problema do Inter esteve na estruturação do meio. Com Maycon, Sandro e Glaydson, querer ter alguma saída de bola é pedir um milagre aos céus. Não foi por acaso que as chances de gol para o Colorado foram produto raro, quase inexistente.

Na prática, foi só uma. Em contra-ataque, Andrezinho avançou com a bola pela esquerda, envolveu os defensores e tocou por cima do goleiro Miguel Pinto. E aí nem a sorte ajudou os gaúchos. A bola bateu no travessão e saiu.

Segundo tempo

Tite precisou de mais de uma hora para perceber que precisava mexer no meio. Antes de colocar Guiñazu no lugar de Glaydson, ele colocou Kleber e Taison nas vagas de Marcelo Cordeiro e Marquinhos. O argentino só foi a campo aos 18 minutos do segundo tempo. Até ali, o máximo que o Colorado havia conseguido foi um chute perigoso de Taison.

Com as mudanças, o Inter ficou mais vibrante e se adiantou em campo. Nasceu uma esperança de empate. Mas faltou qualidade. A equipe gaúcha errou muito, especialmente nos cruzamentos – seja com Bolívar, seja com Sandro. A sorte é que La U diminuiu o ritmo e raramente ameaçou Lauro na etapa final.



Não faltou interesse do Inter na busca pelo empate e houve até um pênalti não marcado pelo árbitro quando Sorondo levou um chute na cabeça de um zagueiro adversário dentro da área do time chileno, aos 39 minutos (veja no vídeo ao lado). Mas conforme o tempo passava, mais o time vermelho se desesperava. E em vão. Encerrada a partida, resta ao Colorado buscar recuperação no Campeonato Brasileiro para não fechar o ano do centenário com apenas as taças do Gauchão e a Copa Suruga no armário.


Ficha técnica:
UNIVERSIDAD DE CHILE 1 x 0 INTERNACIONAL
UNIVERSIDAD DE CHILE
Miguel Pinto, González, Victorino, Olarra e Arias (Estrada); Contrera, Seymour, Rojas, Iturra (Díaz) e Montillo (Puch); Olivera.
Técnico: José Basualdo.
INTERNACIONAL
Lauro, Bolívar, Índio, Sorondo e Marcelo Cordeiro (Kleber); Maycon, Sandro, Glaydson (Guiñazu) e Andrezinho; Marquinhos (Taison) e Alecsandro.
Técnico: Tite.
Gol: Olivera, aos 37 minutos do primeiro tempo.
Cartões amarelos: Iturra, Arias e Díaz (Universidad de Chile); Sandro e Bolívar (Internacional).
Estádio: Santa Lucia. Data: 30/09/2009.
Árbitro: Carlos Amarilla (PAR).
Auxiliares: Emidgio Ruiz (PAR) e Nicolás Yegros (PAR).