Arisco, Wellington Silva comanda vitória sem graça do Flu sobre o Tigres
O Fluminense nem precisou mostrar as garras para despachar o Tigres por 3 a 0 nesta quinta-feira, no Engenhão, pela segunda rodada da Taça Rio. O mais arisco em campo foi o menino Wellington Silva, que com mais uma boa atuação, protagonizou os lances mais empolgantes da vitória, como o do gol de Everton. Fred, de cabeça, e Conca, de falta, completaram o placar.
O estádio praticamente vazio, mesmo com rodada dupla (o Botafogo venceu o Duque de Caxias no jogo das 21h50m), ajudou a dar contornos de treino ao confronto, que recolocou o Tricolor na liderança do Grupo A. O Flu tem os mesmos seis pontos de Flamengo, Boavista e Olaria, mas leva vantagem no saldo de gols: sete contra cinco, dois e dois, respectivamente. Por outro lado, o Tigres agoniza. Sem pontos no segundo turno, é o vice-lanterna na classificação geral, à frente apenas do Americano.
No próximo domingo, o Fluminense tem o Botafogo pela frente, domingo, às 19h30m (de Brasília), no Maracanã, no primeiro clássico da Taça Rio. Já o Tigres encara o Duque de Caxias, no mesmo dia, às 17h, no Marrentão.
Wellington Silva aponta os caminhos para vitória
Diante de um "tigre" com as garras nada afiadas, o Fluminense começou inofensivo mas, como um legítimo felino, esperou a hora certa para dar o bote e garantir a vitória já na primeira etapa. Sem sofrer sequer um arranhão, o Tricolor abriu 2 a 0 com facilidade nos 45 minutos iniciais.

Com amplo domínio territorial, o Flu não conseguia encontrar a trilha para o gol. O atalho, no entanto, atendia pelo nome de Wellington Silva. Escalado no ataque ao lado de Fred, o jovem de 17 anos recuou para armar o jogo e melhorou consideravelmente o futebol da equipe. Aos sete minutos, ele fez boa jogada individual, deixou Oziel para trás, mas chutou mal.
Dois minutos depois, o garoto se viu marcado por três adversários e ainda assim descolou um lindo passe para Fred. O atacante tentou servir Conca e foi desarmado. A animação de Wellington Silva, no entanto, não contagiava o time, até então displicente. O panorama se alterou somente aos 18, quando o Tigres finalmente rugiu.

O Tricolor viu que era hora de pressionar. Aos 19, Wellington Silva deixou Conca na cara do gol. Em vez de finalizar, o meia tentou servir Fred, mas errou o passe. Um minuto depois, porém, o argentino cobrou escanteio na pequena área, e Fred subiu sozinho para cabecear e abrir o placar. Quarto gol dele no Estadual. Os três anteriores foram em cobranças de pênalti.
Aos 25, Conca tentou o tiro direto em falta de muito longe. A bola tinha endereço certo, mas Rodolfo voou e fez a defesa. Dez minutos depois, o goleiro do Tigres apareceu bem novamente. Após tabela com Fred, Mariano emendou forte cruzado e parou no rival. Foi quando Wellington Silva resolveu dar o ar da graça novamente.
Aos 39, o garoto recebeu, observou os companheiros e deu um lindo passe para Fred, por trás da zaga. O camisa 9 não foi fominha e serviu Everton que, livre na pequena área e sem goleiro, apenas escorou para ampliar e fechar o placar do primeiro tempo.
Tigres pressiona, Cuca muda esquema, e Conca marca
No volta para o segundo tempo, o Tigres se mostrou mais ousado e partiu para o ataque. Aos quatro, Luiz Henrique encheu o pé de longe para boa defesa de Rafael. Para variar, o lampejo de bom futebol do Tricolor foi de Wellington Silva, que gingou na frente da marcação e bateu forte no meio do gol, aos 12.

Abusado, o Tigres acuava o Flu. Aos 19, Luiz Henrique deu um chapéu em Julio Cesar e tocou para Jefinho, que chutou para fora. Preocupado, Cuca resolveu mudar o esquema, trocou Diogo por Digão e pôs a equipe no 3-5-2. Em seguida, tirou o xodó Wellington Silva e colocou Maicon em campo.
E o “Bolt” das Laranjeiras fez o Flu acordar. Aos 27, ele serviu Mariano no segundo pau, mas o lateral isolou. Em seguida, o camisa 2 acertou bom passe para Fred que, da marca do pênalti, concluiu para fora. E assim, sem pontaria, o Tricolor desperdiçou mais duas boas oportunidades, aos 31 e 32, com Julio Cesar e Conca, respectivamente.
Nervoso, Digão foi expulso aos 35 após dois cartões amarelos por carrinhos perigosos. Com um a menos, Conca chamou o jogo para si e quase fez o terceiro aos 40, chutando forte dentro da área para grande defesa de Rodolfo. Dois minutos depois, no entanto, o goleiro falhou. O próprio Conca cobrou falta do bico direito da área, a bola passou no meio da zaga e enganou o arqueiro: 3 a 0, placar final.
Ficha técnica:
TIGRES 0 x 3 FLUMINENSE
TIGRES
Rodolpho, Oziel, Paulo César, Zé Carlos, Celico (Edinho), Denis, Daniel Martins, Luiz Henrique, Leandro Chaves (Geovanni), Jefinho e Danilo Silva (Gilberto).
Técnico: Sorato.
FLUMINENSE
Rafael; Mariano, Leandro Euzébio, Cássio e Julio César (Marquinho); Diogo (Digão), Diguinho, Everton e Conca; Wellington Silva (Maicon) e Fred.
Técnico: Cuca.
Gols: Fred, aos 21, e Everton, aos 39 minutos do primeiro tempo. Conca, aos 42 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Oziel, Luiz Henrique, Edinho e Daniel Martins (Tigres) Julio César, Digão e Everton (Flu).
Cartão vermelho: Digão (Fluminense).
Estádio: Engenhão. Data: 04/03/2010.
Árbitro:Antônio Frederico Schneider.
Auxiliares: Ediney Guerreiro Mascarenhas e Marco Aurélio dos Santos.
AMÉRICA 2X1 AMERICANO
De virada, América vence o Americano e faz seus primeiros pontos na Taça Rio
O América conquistou seus três primeiros pontos no segundo turno do Campeonato Carioca na tarde desta quinta-feira, no estádio Edson Passos. Depois de começar perdendo, a equipe comandada pelo técnico Gabriel Vieira mostrou um bom poder de reação e virou o placar com uma bela apresentação no segundo tempo. Os gols da vitória foram marcados por Jones, Ciro e Claudemir. Leandro Gomes fez para o time de Campos.
Com o resultado, o Americano segue seriamente ameaçado de rebaixamento, na lanterna do Grupo A, com apenas três pontos no somatório dos dois turnos.
FRIBURGUENSE 1X2 OLARIA
Olaria vence o Friburguense por 2 a 1 e incomoda os grandes no Grupo A
Na outra partida das 17h, o Olaria conseguiu um importante resultado e venceu o Friburguense fora de casa, também de virada, por 2 a 1. Cacá e Araruama fizeram os gols da vitória. Hércules descontou. O time da capital chegou aos seis pontos no Grupo A.
BOTAFOGO 2X1 DUQUE DE CAXIAS
Em dia de festa para Joel, dupla de ataque garante vitória do Botafogo sobre o Duque
Em dia de festa para o “papai”, os filhos não decepcionaram e deram a ele mais uma vitória como presente. Na noite em que completou cem partidas no comando do Botafogo, Joel Santana ganhou a vitória por 2 a 1, de virada, sobre o Duque de Caxias, nesta quinta-feira, no Engenhão, pela segunda rodada da Taça Rio (assista aos gols no vídeo ao lado) - não foi uma exibição de gala, mas manteve o aproveitamento de 100% do treinador no Estadual. Estiveram ausentes, no entanto, muitos convidados para a festa. Mesmo com rodada dupla - o Fluminense bateu o Tigres por 3 a 0 na preliminar - apenas 2.248 torcedores pagaram ingresso.
Com dois gols de pênaltis, Herrera foi o artilheiro da noite - o argentino ainda desperdiçou um, o segundo, mas teve personalidade para assumir a responsabilidade de cobrar o terceiro. O jovem Caio, no entanto, também roubou a cena. O talismã alvinegro, substituto de Loco Abreu, deu um show de habilidade no segundo tempo, sofreu dois dos três pênaltis bem marcados pelo árbitro Phatrice Wallace e provocou a expulsão de Mayaro. Marcelo, no início do jogo, abriu o placar para os visitantes.
Com o resultado, o Botafogo assumiu a liderança do Grupo B do segundo turno. O Glorioso chegou aos mesmos seis pontos do Vasco e tem os mesmos três gols de saldo, mas leva vantagem no ataque mais positivo: 5 a 4. Já o Duque de Caxias, com três pontos, é o penúltimo do Grupo A.
Empate na primeira etapa, mas com domínio alvinegro
Mesmo com o prestígio nas alturas, o salão de festas para a comemoração do centésimo jogo de Joel Santana no comando do Botafogo estava vazio. Para piorar, o convidado não estava preocupado em dar um presente de grego. Fechadinho na defesa e eficiente nos contra-ataques, o Duque de Caxias assustou já nos minutos iniciais.
Se o primeiro lance de perigo foi do Glorioso, após cruzamento de Herrera para Marcelo Cordeirom que chegou atrasado, o golpe certeiro foi do time da Baixada. Aos nove, Leandro Teixeira avançou com liberdade pelo meio e arriscou de longe. Jefferson saltou e fez excelente defesa, mandando a escanteio. Na sequência, porém, os visitantes abriram o placar em lance inusitado. Após a cobrança do tiro de canto, Tinoco dividiu pelo alto com Leandro Guerreiro, o restante da zaga alvinegra ficou parado, e Marcelo desviou com o biquinho da chuteira, por cima do camisa 1 alvinegro, para fazer o gol.
Era o que o time da Baixada queria para se fechar ainda mais na defesa para tentar impedir o bombardeio do Botafogo. Aos 13, Marcelo Cordeiro cobrou falta, a zaga do Duque tentou fazer linha de impedimento, e Herrera, livre, cabeceou na trave. Um minuto depois, o lateral-esquerdo novamente apareceu bem. Ele tentou fazer um golaço por cobertura, mas errou o alvo.
O Alvinegro não desistia. Aos 18, Lucio Flavio limpou a jogada na entrada da área e chutou fraco para a defesa de Getúlio Vargas. Seis minutos depois, foi a vez de Fábio Ferreira atacar de lateral pela direita e cruzar bonito. Marlon voou e, com um leve toque, impediu a conclusão de Caio.

Rodando a bola de um lado para o outro, a equipe de Joel Santana se mantinha no ataque, e a recompensa chegou aos 37. Herrera foi mais veloz que Tinoco, que perdeu o tempo da bola ao tentar cortar o cruzamento e derrubou o argentino. Pênalti cobrado com força pelo camisa 17 no canto direito de Getúlio Vargas: 1 a 1.
Com a igualdade, o Botafogo seguiu no campo ofensivo. Lucio Flavio, que completava 200 partidas com o manto alvinegro, por isso usava uma camisa personalizada, tentava organizar as jogadas pelos dois lados do campo, servindo à dupla de ataque. Aos 43, Herrera cruzou para Caio no segundo pau, mas o talismã cabeceou por cima do gol. Destaque da primeira etapa, o argentino apareceu bem mais uma vez no último minuto da primeira etapa, quando desviou de letra cruzamento da esquerda e quase marcou um gol de placa.
Caio é o destaque do segundo tempo
A avalanche alvinegra continuou intensa na segunda etapa. Pouco efetivo nos 45 minutos iniciais, Caio, resolveu chamar o jogo para si. Logo no segundo minuto, o jovem invadiu a área e foi derrubado por Marlon. Mais um pênalti marcado. Como na primeira vez, Herrera assumiu a cobrança, mas desta vez não foi feliz. Isolou ao cobrar por cima do gol.
Nada que não pudesse ser resolvido por... Caio. Endiabrado, ele recebeu no mano a mano com Mayaro aos oito, invadiu a área e foi deslocado. Terceiro pênalti para o Botafogo. Sem mostrar abatimento, Herrera pegou a bola, colocou na marca e cobrou com precisão, marcando o seu quinto gol no Carioca.

Em desvantagem, o Duque de Caxias finalmente voltou a buscar o ataque. Entretanto, as jogadas de perigo ficaram restritas aos chutes de longe. Aos 11, Júnior arriscou em cobrança de falta, e Jefferson defendeu firme no meio do gol. Também em jogada de bola parada, Wellington, após escanteio, quase ampliou aos 20, com uma cabeçada que tirou tinta da trave.
Depois de encarar 12 horas de viagem de Berna, onde o Uruguai derrotou a Suíça por 3 a 1 em amistoso internacional, na tarde de quarta-feira, Loco Abreu deixou de esquentar o banco e foi para o jogo, entrando no lugar de Eduardo. Mas era Caio que monopolizava as atenções no gramado do Engenhão. Aos 29, ele recebeu de Somália, invadiu a área e tentou encobrir Getúlio Vargas, que fez a defesa. Em seguida, Marcelo Cordeiro e Fahel também desperdiçaram boas oportunidades na frente do goleiro.
Aos 33, Caio deixou Mayaro na saudade no meio-campo e recebeu falta dura do volante, que foi expulso. A pancada não intimidou o talismã, que fez linda jogada individual no minuto seguinte, deixou a zaga rival para trás, mas tocou por cima do gol. Seria um belíssimo gol. Sem outra opção, o Duque de Caxias resolveu se mandar para o ataque, pressionou na base da bola aérea, mas não conseguiu impedir mais uma noite de festa de Joel Santana no comando do Glorioso.
Ficha Técnica:
BOTAFOGO 2X1 DUQUE DE CAXIAS
BOTAFOGO
Jefferson, Wellington, Fábio Ferreira e Fahel; Jancarlos (Somália), Leandro Guerreiro, Eduardo (Loco Abreu), Lucio Flavio (Sandro Silva) e Marcelo Cordeiro; Caio e Herrera.
Técnico: Joel Santana.
DUQUE DE CAXIAS
Getulio Vargas, Dudu, Marlon, Tinoco e Gleidson; Leandro Teixeira, Mayaro, Maurinho (Wander) e Marcelo (Marcos Antônio); Junior e Faioli (Marquinho).
Técnico: Álvaro Miranda.
Gols: Marcelo, aos dez, e Herrera, aos 39 minutos do primeiro tempo; Herrera, aos oito minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Leandro Guerreiro e Lucio Flavio (Botafogo); Marlon, Tinoco, Gleidson, Leandro Teixeira, Mayaro e Faioli (Duque de Caxias).
Cartão vermelho: Mayaro (Duque de Caxias).
Estádio: Engenhão. Data: 04/03/2010.
Árbitro: Pathrice Wallace Correa Maia (RJ).
Auxiliares: Leonan Cardoso Beirute (RJ) e Luiz Claudio Regazone (RJ).