Gana derrota Hungria e vai à final
Em uma partida bastante movimentada, principalmente no segundo tempo, Gana impôs seu maior talento e garantiu uma vaga na decisão do Mundial Sub-20 , ao bater a Hungria por 3 a 2. Na próxima sexta-feira, a seleção africana enfrentará o Brasil.
Esta é a terceira vez que Gana chega à final do torneio. E se o Brasil quiser impedir o primeiro título dos africanos, pode começar a prestar atenção em dois jogadores: Ayew e Adiyiah.
Brasil e Gana decidem o Mundial na sexta-feira, às 15h (de Brasília), com transmissão ao vivo do SporTV e do GLOBOESPORTE.COM, que também acompanhará a partida em Tempo Real
Ayew, número dez, meia e capitão do time, filho do ídolo Abedi Pelé, é o principal organizador das jogadas. Dos pés dele, normalmente a bola chega no outro grande nome do time, Adiyiah, centroavante, camisa 20, artilheiro do Mundial e autor dos dois gols da semifinal.
Os dois, aliás, foram responsáveis pelo primeiro gol de Gana, aos 9 minutos, com a ajuda preciosa do zagueiro húngaro Presinger. Depois de uma confusão na área, ele foi tentar recuar para o goleiro e fez lambança. A bola saiu curta demais, Ayew, esperto, roubou-a já driblando o goleiro e tocou para o gol vazio. Quase em cima da linha, Adiyiah completou: Gana 1 a 0.

O segundo gol saiu aos 30, quase tão fácil quanto o primeiro. O lateral Inkoom cruzou da direita, na cabeça de Adiyiah. Da risca da pequena área, à frente da marcação, ele só teve o trabalho de escorar no canto direito de Gulacsi. Gana 2 a 0 e o oitavo gol de Adiyiah, artilheiro do torneio.
Hungria irreconhecível
A Hungria nem de longe lembrava o time vibrante que bateu a Itália nas quartas de final. Com erros grosseiros de passe e domínio de bola, os europeus chegavam ao gol de Gana apenas com chutes de longe, sem muito perigo.
Com 62% de posse de bola, Gana dominava o primeiro tempo. Enquanto a Hungria deu apenas três chutes ao gol, Gana finalizou 14 vezes. Na última delas, aos 40 minutos, Adiyiah quase fez o terceiro dele no jogo. Mais uma vez, cruzamento da direita, Osei tentou dominar na entrada da área, mas acabou ajeitando para Adiyiah. De primeira, ele mandou para o gol e a bola passou à esquerda.
Em dois minutos no segundo tempo, a Hungria conseguiu fazer mais do que nos primeiros 45 de jogo. Gosztonyi recebeu lançamento longo na direita, entrou na área, bateu cruzado e a bola passou perto da trave direita de Gana.

O mesmo Gosztonyi cobrou falta da esquerda, aos seis, e Simon, no segundo pau, bateu de primeira, para boa defesa de Agyei.
Mas Gana esfriou o jogo e parecia convicta de que não precisava mais jogar. Mas aos 28, a Hungria mostrou que ainda estava no jogo.
Simon dominou na esquerda, quase na risca da área, e achou um espaço entre dois adversários para fazer o cruzamento. A bola veio rasteira, no pé de Futacs, e o atacante húngaro bateu no canto esquerdo do goleiro.
Aos 30, Simon, de novo pela esquerda, deixou o zagueiro sentado antes de rolar para Varga soltar um canudo da entrada da área. A bola foi tão forte que nem deu tempo do goleiro Agyei se mexer, mas, pra sorte dele, ela foi pra fora.
Dois minutos depois, Szabo teve mais uma chance para empatar, mas cabeceou com perigo pra fora. Mas aos 35, Gana praticamente matou o jogo. Quansah recebeu de Agyemang na área, ajeitou e mandou uma bomba, quase no ângulo direito do goleiro. A bola ainda bateu no travessão antes de entrar.
Três minutos depois, no entanto, Balajti deu sobrevida a Hungria ao receber lançamento na área e dominar já tirando o zagueiro da jogada. No movimento seguinte, tocou com categoria no canto do goleiro.
Embora pressionassem, os europeus não conseguiram furar a defesa africana e ainda viram, aos 45, o ganês Badu quase ampliar, com uma bomba de fora da área que acertou o travessão. No apito final, festa de Gana na capital egípcia.
BRASIL 1X0 COSTA RICA
Gol de Alan Kardec coloca o Brasil na final do Mundial Sub-20 contra Gana
Mesmo sem ser brilhante e criando pouco, o Brasil conseguiu passar pela Costa Rica por 1 a 0 nesta terça-feira, na semifinal do Mundial Sub-20, e se garantiu pela sétima vez na decisão do torneio. O rival será Gana, sexta-feira, às 15h (de Brasília).
O gol do alívio saiu do pé direito de Alan Kardec, aos 21 minutos do segundo tempo, e deixou a seleção a um passo do pentacampeonato mundial. Para isso, terá que vencer na final novamente Gana, que mais cedo bateu a Hungria por 3 a 2. Em 1993, o Brasil foi campeão sobre os africanos: 2 a 1.
É verdade que a Costa Rica, que perdeu no jogo de estreia para o Brasil por 5 a 0, entrou em campo com o intuito de se defender. Mas a seleção também não mostrava qualidade para ultrapassar a barreira de zagueiros. Faltava velocidade tanto na troca de passes quanto no deslocamento em campo. As três maiores fontes de talento do time - Alex Teixeira, Giuliano e Paulo Henrique Ganso - eram facilmente anuladas pelos adversários. Alex jogava muito afastado da área e ao se aproximar não acertava o passe.
Giuliano corria, mas pouco produzia. E Ganso, sumido, só criou um lance de perigo aos 42 minutos. Depois de belo drible em Madrigal, ele tocou para Giuliano na entrada da área. O meia ajeitou de primeira e Souza chutou com perigo à direita do gol.
A rigor, esta foi a melhor chance do Brasil no primeiro tempo. Já a Costa Rica, mesmo com menos posse de bola e chegando só em contra-ataques, quase marcou por duas vezes. Na primeira, aos 15 minutos, Guzman soltou uma bomba em cobrança de falta e Rafael fez uma defesa espetacular, voando no ângulo esquerdo para mandar para escanteio. Na segunda, aos 44, Urena e Martinez foram tabelando em velocidade e, da entrada da área, Urena bateu forte, no canto esquerdo, para outra boa defesa de Rafael.
E fora algumas bolas levantadas na área, nenhuma levando perigo ao gol da Costa Rica, a seleção não fez mais nada. Um 0 a 0 insosso no primeiro tempo, bem do jeito que a Costa Rica queria.

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No segundo tempo, o Brasil permaneceu com dificuldades na criação, mas mesmo assim conseguiu levar mais perigo. Aos 3 minutos, Ganso tabelou com Giuliano no bico da área e chutou forte, mas Alvarado, bem colocado, fez a defesa.
A Costa Rica respondeu aos 7, quando Varela mandou uma bomba que passou bem perto da trave direita de Rafael. No minuto seguinte, a primeira grande chance brasileira. Giuliano brigou, quase caiu, mas conseguiu passar pelo marcador. Avançou pela linha de fundo e cruzou rasteiro para o meio da área. Souza dominou já cortando o zagueiro e bateu cara a cara com Alvarado, mas o goleiro salvou o gol com a mão esquerda.
Aos 18, Giuliano fez ótima invertida de bola para Ganso. O meia carregou e serviu Alan Kardec, que na hora do chute, na meia-lua, foi travado pelo zagueiro.
Finalmente aos 22, saiu o gol brasileiro. Bertucci cruzou da esquerda, a bola raspou na cabeça de Alex Teixeira, quase na pequena área, e encontrou o pé direito de Alan Kardec. No segundo pau, mesmo com pouco ângulo, ele mandou uma bomba de primeira para tirar o Brasil do sufoco: 1 a 0.
O Brasil diminuiu o ritmo e criou poucas chances. A melhor delas, uma falta de longe cobrada por Souza, aos 38, que passou perto do travessão de Alvarado. A Costa Rica, mesmo perdendo, parecia conformada, satisfeita até, pela derrota por apenas um gol e pouco se abriu. Ainda assim, chegou a alguns centímetros do empate em falta cobrada por Guzman que passou rente à trave esquerda do gol brasileiro.
A atuação bem abaixo do que o Brasil pode produzir foi o suficiente para a vitória contra a Costa Rica. E tomara que o bom futebol tenha ficado guardado para sexta-feira, na decisão contra Gana.
Ficha técnica:
BRASIL 1 x 0 COSTA RICA
BRASIL
Rafael, Wellington Júnior, Dalton, Rafael Tolói, Diogo (Bruno Bertucci), Maylson (Renan), Souza, Paulo Henrique Ganso, Giuliano, Alex Teixeira (Boquita) e Alan Kardec.
Técnico: Rogério Lourenço.
COSTA RICA
Esteban Alvarado, José Mena, Roy Smith, Pedro Leal, Ricardo Blanco, Diego Madrigal, David Guzman, Daniel Varela, Diego Estrada (Allen Guevara), Josué Martinez e Marcos Urena.
Técnico: Ronald Gonzalez.
Gol: Alan Kardec, aos 21 do segundo tempo.
Cartões amarelos: Diogo, Maylson, Bruno Bertucci, Souza, Giuliano (BRA); José Mena, Pedro Leal, David Guzman, Daniel Varela, Roy Smith (COS).
Estádio: Cairo International Stadium, no Cairo (EGI). Data: 13/10/2009.
Árbitro: Alberto Undiano (ESP).