Com time modificado, Brasil passeia em vitória fácil sobre os Estados Unidos
Sem o sufoco da estreia e dominando a partida desde o início, a seleção brasileira venceu os Estados Unidos por 3 a 0, nesta quinta-feira, no estádio Lofus Versfeld, em Pretória, na África do Sul, e praticamente garantiu a classificação para a semifinal da Copa das Confederações. Maicon, Ramires, Miranda e André Santos entraram bem na equipe, deixando Dunga com aquele tipo de dúvida que é boa para qualquer técnico. O lateral chegou a balançar as redes, e o meia teve atuação de destaque, participando decisivamente de dois dos três gols. Robinho e Felipe Melo completaram o placar.
GALERIA DE FOTOS: confira as imagens da vitória brasileira
Com seis pontos, o Brasil lidera o Grupo B. O Egito, que derrotou a Itália por 1 a 0 em Joanesburgo, e a própria equipe europeia dividem a segunda colocação com três pontos.
Na rodada final do grupo, domingo, Brasil e Itália se enfrentam em Pretória, enquanto EUA e Egito jogam em Joanesburgo (os dois jogos serão realizados às 15h30, horário de Brasília). A seleção brasileira pode até perder por um gol que ainda assim se classifica, independentemente do resultado de EUA x Egito. Para ficar fora, o time de Dunga, que hoje tem saldo uma saldo positivo de quatro gols, teria de perder por dois de diferença para Itália (que tem saldo de um gol pró) e, ainda, os egípcios (saldo zero) precisariam vencer os americanos por, ao menos, três tentos de diferença.

No próximo domingo, a seleção brasileira enfrenta a Itália, às 15h30 (de Brasília), novamente no estádio Lufus Versfeld para decidir o primeiro lugar no Grupo B. Se garantir a liderança, o Brasil encara o segundo lugar do Grupo A, que atualmente é a África do Sul, comandada por Joel Santana.
Com o resultado, a seleção igualou a maior vitória em cima dos americanos. Em 1992, a seleção também havia vencido os Estados Unidos por 3 a 0, em um amistoso disputado em Fortaleza.
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Dunga resolveu poupar quatro titulares por causa do desgaste físico. O zagueiro Juan, os laterais Daniel Alves e Kleber e o meia Elano ficaram no banco. Miranda, Maicon, André Santos e Ramires entraram no time. E a vitória brasileira foi construída com a participação decisiva dos 'reservas', o que mostra que o grupo é forte. Maicon fez um gol e deu o passe para o outro. E Ramires participou da jogada do terceiro gol e deu o passe para Robinho marcar o segundo.
Desde o início, a seleção pressionou. Principalmente pelo lado direito com as subidas de Maicon. Na bola parada, que vem sendo a grande arma brasileira nas últimas partidas, a equipe chegou logo ao primeiro gol. Aos sete minutos, Maicon bateu falta pela direita e Felipe Melo apareceu bem na segunda trave para cabecear para o gol, sem chance para o goleiro Tim Howard, que ficou no meio do caminho. Brasil 1 a 0. Foi o segundo gol do volante em sete jogos. Na comemoração, Dunga e Jorginho se abraçaram e vibraram muito no banco de reserva.
A festa nas dependências do estádio ganhou em animação. Pouco menos de 40 mil torcedores (39.617) compareceram ao Loftus Versfeld, a maioria deles apoiando a seleção brasileira, que permaneceu no ataque mesmo com a vantagem. Robinho errou um chute dentro da área e perdeu a chance do segundo. Kaká fez boa jogada pela esquerda e na hora de cruzar para Luís Fabiano, um americano chegou para travar o lance.
Mas o segundo gol saiu aos 20 minutos em um rápido contra-ataque. Kaká viu muito bem a arrancada de Ramires pelo meio e tocou. O meia avançou por mais de 30 metros e quando chegou na entrada da área, ele rolou para Robinho. Na cara do goleiro americano, o atacante chutou firme para balançar a rede. Na comemoração, o atacante voltou a colocar o dedo na boca fazendo o gesto da chupeta em homenagem ao filho Robson Júnior. Foi o 15º gol do atacante após a Copa de 2006 pela seleção. Ele é o artilheiro da "Era Dunga".

O Fabuloso, que queria marcar para homenagear a filha Giovanna, tentou novamente aos 36 minutos. O atacante recebeu bom passe pela direita, entrou na área e chutou cruzado. Mas o goleiro Tim Howard defendeu firme. A seleção dominava a partida. Gilberto Silva tocou para Maicon na direita e correu para a área. Veio o cruzamento e o volante cabeceou por cima do travessão. E o primeiro tempo terminou 2 a 0. Com a seleção brasileira finalizando 11 vezes e os americanos apenas duas.
Dunga não mudou o time para o segundo tempo. E os Estados Unidos começaram assustando com uma boa jogada de Altidore, que entrou na área, mas chutou por cima do gol de Júlio César. Mas a defesa estava sólida, com Miranda fazendo um bom papel ao lado de Lúcio e André Santos jogando como um terceiro zagueiro e apoiando muito pouco.
A seleção logo respondeu com Robinho. O atacante tentou um chute colocado no ângulo esquerdo foi bem defendido pelo goleiro Tim Howard. Logo depois, Kaká dominou na entrada da área, limpou o lance e chutou. Howard espalmou e evitou o terceiro gol.

Com a partida decidida, Dunga resolveu tirar Kaká aos 24 minutos para poupá-lo e colocou Júlio Baptista. O camisa 10 foi ovacionado, principalmente com o barulho das vuvuzelas. Outro que saiu foi o atacante Luís Fabiano para a entrada de Nilmar. Pouco depois foi a vez do capitão Lúcio sair para a entrada de Luisão. Gilberto Silva passou a ser o capitão da seleção. Nos minutos finais, a equipe de Dunga tocou a bola para o lado e administrou o resultado, esperando o apito final.
Ficha técnica:
BRASIL 3 x 0 ESTADOS UNIDOS
BRASIL
Julio César, Maicon, Lúcio (Luisão), Miranda e André Santos; Gilberto Silva, Felipe Melo, Ramires, Kaká (Julio Baptista), Robinho; Luís Fabiano (Nilmar).
Técnico: Dunga
ESTADOS UNIDOS
Howard; Spector, Onyewu, DeMerit e Bornstein; Dempsey, Bradley, Kljestan, Beasley (Casey) e Landon Donovan; Altidore (Feilhaber)
Técnico: Bob Bradley
Gols: Felipe Melo, aos sete, e Robinho, aos 20 minutos do primeiro tempo; Maicon, aos 17 minutos do segundo tempo
Cartões amarelos: Onyewu (Estados Unidos)
Cartão vermelho: Kljestan (Estados Unidos)
Estádio: Loftus Versfeld, em Pretória, África do Sul Data:18/06/2009.
Árbitro: Massimo Busacca (SUI).
Auxiliares: Mathias Arnett (SUI) e Francesco Buragina (SUI).
EGITO 1X0 ITÁLIA
Egito derrota a favorita Itália e adia a classificação do Brasil
Itália e Egito fizeram um daqueles jogos impossíveis de se contar apenas com números. Os campeões mundiais chutaram mais a gol, tiveram mais posse de bola, obrigaram o goleiro El Hadary a fazer grandes defesas e, mesmo assim, saíram do estádio Ellis Park, em Joanesburgo, com a primeira derrota na Copa das Confederações . O Egito, mais eficiente, fez 1 a 0, gol de Homos, e levou a decisão dos classificados do Grupo B para a última rodada. O triunfo impediu que o Brasil se garantisse nas semifinais por antecipação.
Com o resultado, Itália e Egito somam três pontos, contra seis do Brasil e zero dos Estados Unidos. Na rodada final do grupo, domingo, Brasil e Itália se enfrentam em Pretória, enquanto EUA e Egito jogam em Joanesburgo. A seleção brasileira pode até perder por um gol que ainda assim se classifica, independentemente do resultado de EUA x Egito. Para ficar fora, o time de Dunga, que hoje tem saldo de gols 4, teria de perder por dois gols de diferença da Itália (hoje saldo 1) e, ainda, os egípcios (saldo zero) precisariam vencer os americanos por ao menos três gols de diferença.
Itália falha nas finalizações
Com mais posse de bola, a Itália dominava o primeiro tempo, mas errava muito nas finalizações. Foram nove chutes a gol, mas apenas dois obrigaram o goleiro El Hadary a trabalhar. Primeiro aos 23 minutos, em bomba de Iaquinta de fora da área que o goleiro defendeu em dois tempos com dificuldade. E aos 25, o egípcio precisou voar para espalmar para fora o belo chute de Rossi. Mesmo com três atacantes, a Itália praticamente só ameaçava com chutes de longe.

Já o Egito tentava incomodar principalmente com as jogadas pela direita de Fathi. Mas fosse pelo alto ou por baixo, Cannavaro, de volta após lesão, mostrava a segurança habitual de quem já tem mais de 100 jogos pela seleção no currículo. Só aos 38, os campeões africanos conseguiram realmente levar perigo. Após boa jogada de Zidan e Aboutrika, Rabbou recebeu já dentro da área, mas demorou a concluir e permitiu o corte da zaga.
Gol egípcio surge em escanteio
Um minuto depois, Rabbou foi mais rápido e acertou grande chute, obrigando Buffon a mandar para escanteio. Na cobrança, a bola passou por De Rossi e encontrou a testa de Homos, que mandou com estilo no canto direito de Buffon. Egito 1 a 0.

A Itália manteve seus três atacantes para o segundo tempo e aos oito minutos quase veio o empate. Quagliarella fez grande lançamento para Iaquinta, que conseguiu dominar livre, na marca do pênalti, mas na hora da conclusão foi abafado por El Hadary. Aos 17, Pirlo cobrou falta com muito perigo, a um palmo da trave esquerda de El Hadary.
O técnico Marcello Lippi colocou Montolivo, Pepe e Luca Toni e a patida ficou ainda mais aberta. O Egito saia rápido nos contra-ataques, aproveitando o campo aberto, mas não conseguia finalizar. E a Itália seguia perdendo chances. Aos 23, Pepe cruzou da direita e a bola atravessou toda a área, sem que Luca Toni e Iaquinta a alcançassem. Cinco minutos depois, Montolivo perdeu uma das chances mais claras do jogo. De cara para o gol, mandou em cima de El Hadary.
Aos 31, Cannavaro perdeu a bola na intermediária e Aboutrika mandou um canudo sobre o gol de Buffon. No minuto seguinte, foi a vez da Itália assustar. Pirlo cruzou e Iaquinta pegou de primeira, na entrada da pequena área, para defesa espetacular de El Hadary em cima da linha.
Até Buffon vai para a área tentar o empate
E aos 40, Iaquinta tentou cruzar e ia fazendo um golaço. Ia, não fosse a sorte ter escolhido o Egito na noite desta quinta-feira. E a bola do italiano, caprichosamente, acertou a trave. Pirlo, de falta, ainda tentou o empate pouco antes do fim, mas o tirou saiu por cima do gol. O último suspiro italiano foi nos acréscimos, em cobrança de escanteio. Até o goleiro Buffon foi para a área egípcia tentar o empate, mas os africanos se seguraram e conseguiram uma vitória histórica.
Ficha técnica:
EGITO 1 x 0 ITÁLIA
EGITO
El Hadary, Hani Said, Ahmed Said, Gomaa e Moawad (Faraq); Fathi (Ahmed Hassan), Abd Rabbou, Shawky e Homos; Zidan (Eid) e Aboutrika.
Técnico: Hassan Shehata.
ITÁLIA
Buffon, Zambrotta, Chiellini, Cannavaro e Grosso; Gattuso (Montolivo), De Rossi, Pirlo e Giuseppe Rossi (Luca Toni); Quagliarella (Pepe) e Iaquinta.
Técnico: Marcello Lippi.
Gol: Homos, aos 40 minutos do primeiro tempo.
Cartões amarelos: Eid, El Hadary e Gomaa (EGI).
Estádio: Ellis Park, Joanesburgo. Data: 18/06/2009.
Árbitro: Martin Hansson (SUE).
Auxiliares: Henrik Andren (SUE) e Fredrik Nilsson (SUE).