Estudiantes joga o suficiente, vence o Defensor e avança às semifinais
O Estudiantes nem precisou se esforçar para avançar às semifinais da Taça Libertadores. Por terem vencido a partida de ida contra o Defensor, em Montevidéu, por 1 a 0, os argentinos entraram no Estádio Ciudad de La Plata já com boa vantagem, e jogaram apenas o suficiente para repetir o placar, com gol de Benítez.
O Estudiantes terá pela frente outro uruguaio, o Nacional, que eliminou o Palmeiras na última quarta-feira. Dessa vez, no entanto, o jogo de volta será no Estádio Centenário, com data ainda a ser definida pela Conmebol, já que os uruguaios são donos de melhor campanha.
Com cerca de 25 mil pessoas lotando e fazendo um belo espetáculo no Estádio Ciudad de La Plata, os argentinos foram para cima desde o minuto inicial. E contaram com uma ajuda dos rivais para abrirem o placar logo aos 13 minutos. O lateral Pablo Pintos rebateu cruzamento para o meio da área e Benítez, livre, mandou para o fundo das redes.
Com uma das mãos na classificação, o Estudiantes ainda tentou ampliar, mas esbarrou no preciosismo de seus atacantes. O Defensor ameaçou o goleiro Andujar em poucas ocasiões, mas àquela altura precisava de dois gols e viu o sonho de alcançar as semifinais pela primeira vez ir para o ar. A festa, com direito a foguetório antes do apito final, foi mesmo da equipe do experiente Verón, única representante restante da Argentina na Libertadores.

SÃO PAULO (BRA) 0X2 CRUZEIRO (BRA)
Cruzeiro segura pressão, cala o Morumbi e elimina o São Paulo com sobras: 2 a 0
A noite ficou mais azul nesta quinta-feira. O Cruzeiro construiu uma muralha para impedir o São Paulo de marcar o gol que precisava, segurou o anfitrião e, em um Morumbi com mais de 50 mil tricolores, ainda balançou a rede duas vezes, ficando com a vaga para as semifinais da Taça Libertadores com a vitória por 2 a 0 (assista aos melhores momentos da partida no vídeo ao lado). O time mineiro, que havia vencido por 2 a 1 no Mineirão, festejou a classificação para a penúltima fase da competição, o que não acontecia desde 1997, quando o clube foi campeão. Do lado tricolor, tristeza e silêncio se revezaram com revolta e muitas vaias.
Ouça os gols com a narração de Osvaldo Reis, da Rádio Globo
O Cruzeiro agora enfrenta outro brasileiro, o Grêmio , que se garantiu nas semifinais ao passar pelo Caracas - empatou em 1 a 1 fora de casa, e o placar sem gols no Olímpico ratificou a classificação. A primeira partida será em Belo Horizonte, no dia 24, e o jogo da volta está programado para a semana seguinte, provavelmente no dia 2 de julho, no Olímpico - o Tricolor gaúcho tem a vantagem de sempre decidir em casa por ter feito a melhor campanha entre todas as equipes na primeira fase.
Cruzeiro se fecha, e São Paulo pressiona, mas expulsão prejudica
A torcida do São Paulo comportou-se como em uma verdadeira decisão. Quando o time entrou em campo, muita festa. A presença de Rogério Ceni atrás de um dos gols durante o Hino Nacional foi o suficiente para que o nome do goleiro fosse ouvido por todos os cantos. O técnico Muricy Ramalho também foi ovacionado pelos torcedores, que fecharam as homenagens lembrando de Telê Santana - treinador bicampeão da Libertadores e do Mundial (1992/93). Os cruzeirenses eram minoria, mas tentavam incentivar o time em meio ao barulho feito pelos são-paulinos.
Assim que a bola rolou, o Tricolor foi para cima, já que precisava de uma vitória simples para ficar com a vaga. Sabendo que não poderia levar gols, Muricy optou por Richarlyson fazendo a função de zagueiro, e Hernanes foi para o banco. Fabrício, com lesão muscular, foi o desfalque de última hora da Raposa.
O São Paulo preparou uma blitz logo de início. No abafa, não deixava o Cruzeiro jogar e mantinha Fábio atento o tempo todo. Mas não concluía. Marlos, estreando na Libertadores, mostrava muita vontade, mas parava na marcação. Kléber, fazendo e recebendo faltas, era o alvo da torcida tricolor. O atacante, aliás, era o único mais adiantado, já que o time mineiro estava todo fechado.
Apesar de jogar atrás, o Cruzeiro conseguiu concluir duas vezes com Wellington Paulista, ainda que sem muito perigo para Denis. O São Paulo seguia apertando, mas errava passes e já deixava o adversário tentar algo. Aos 26, Kléber arriscou um chute rasteiro de fora da área, obrigando Denis a fazer boa defesa.
Aos 29, o melhor momento do Tricolor até então. Marlos desceu pela direita, driblou dois defensores após receber um lançamento de Denis e cruzou para a área. A zaga tirou de cabeça, e a bola sobrou para Junior Cesar, que chutou para cima. Não acertou o gol, mas levantou os torcedores.
Aos 32 minutos, impaciente por não ver o gol sair, a torcida pediu Dagoberto. Eduardo Costa tomou cartão amarelo, e o time mineiro aproveitou uma calmaria tricolor para atacar. Mas também não acertou a pontaria. O ímpeto dos anfitriões era menor do que no início, mas ainda existia. Junior Cesar chutou rasteiro para a área, e Borges ainda tocou na bola, que saiu pela linha de fundo.
Marlos e Zé Luis eram os principais responsáveis pela criação. Washington também saiu um pouco da área, tentando buscar a jogada. Mas quando o time parecia melhor levou um balde de água fria: Eduardo Costa fez falta dura em Jonathan e tomou o segundo amarelo, sendo expulso. O Tricolor terminou o primeiro tempo com um homem a menos e sem o gol da classificação. E o Cruzeiro foi para o vestiário com parte da missão de não sofrer gol cumprida.
- Estamos com um a menos e vamos ter de correr mais. Agora é abafa e coração - resumiu Borges, na saída do gramado.
Dagoberto entra, mas Cruzeiro é quem marca duas vezes
Assim que o São Paulo surgiu no túnel, Dagoberto entrou correndo como titular e chamando a torcida, que logo respondeu, gritando o nome do atacante. Washington foi sacado. Hernanes também entrou, na vaga de Junior Cesar. O ânimo da equipe foi renovado, mas do outro lado a muralha do Cruzeiro permanecia erguida.

Aos 18, Marlos recebeu em ótima condição pela esquerda, mas demorou para ajeitar para a perna boa e perdeu o ângulo. No cruzamento, tentou achar Borges, mas não conseguiu. O Cruzeiro aproveitava os erros de passe do adversário, tentando achar um gol.
E conseguiu calar o Morumbi aos 21 minutos. Henrique, pela direita, soltou uma bomba certeira no gol de Denis. A torcida cruzeirense conseguiu ser ouvida pela primeira vez no estádio. Logo depois do lance, os são-paulinos ainda ensaiaram um gesto de apoio, mas tímido. Tentaram novamente alguns minutos depois.
Adilson tirou Wagner, que vinha de lesão, e colocou Jancarlos. Jonathan passou para o meio, mas logo depois sentiu dores e saiu. Thiago Heleno reforçou a defesa. Animado, o Cruzeiro passou até a arriscar mais. Aos 30, Kléber recebeu na entrada da área pela direita, bateu cruzado, e a bola passou perto da trave de Denis.
Como última cartada, Muricy colocou mais um atacante em campo. André Lima entrou no lugar de Zé Luis. Mas o Cruzeiro, tranquilo, administrava o jogo tentando manter a posse de bola. As chances do São Paulo eram cada vez mais escassas.
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A situação ficou pior para os são-paulinos: aos 35, Bernardo chutou em direção ao gol, e André Dias tocou a bola com a mão. Já tinha amarelo, foi expulso, e o árbitro marcou pênalti a favor do Cruzeiro. Kléber bateu no alto, sem chances para Denis. Com o 2 a 0 estava sacramentada a classificação. Enquanto os torcedores lamentavam, Ceni e Washington deixaram o Morumbi - o Coração Valente ficou no seu carro até o fim do jogo, voltando em seguida para se juntar aos companheiros.
Renato Silva ainda fez uma falta violenta em Kléber, aos 39, mas escapou de ser advertido. Wellington Paulista não gostou do lance. O clima esquentou, mas logo foi desfeito pela arbitragem. A torcida do São Paulo, que apoiou por quase todo o jogo, passou a gritar "time sem vergonha", poupando Muricy, que recebeu apoio no fim. Mas a festa, com o apito do árbitro, foi cruzeirense.
SÃO PAULO 0 x 2 CRUZEIRO
SÃO PAULO
Denis, André Dias, Renato Silva e Richarlyson; Zé Luis (André Lima), Eduardo Costa, Jean, Marlos e Junior Cesar (Hernanes); Borges e Washington (Dagoberto)
Técnico: Muricy Ramalho
CRUZEIRO
Fábio, Jonathan (Thiago Heleno), Leonardo Silva, Léo Fortunato e Gérson Magrão; Elicarlos (Bernardo), Henrique, Marquinhos Paraná e Wagner (Jancarlos); Kléber e Wellington Paulista
Técnico: Adilson Batista
Gols: Henrique, aos 21, e Kléber, aos 36 minutos do segundo tempo
Cartões amarelos: Eduardo Costa, André Dias e Borges (São Paulo); Fábio, Wagner, Kléber, Jonathan e Gérson Magrão (Cruzeiro)
Cartão vermelho: Eduardo Costa e André Dias (São Paulo)
Estádio: Morumbi. Data: 18/06/2009
Árbitro: Sergio Pezzota (ARG)
Auxiliares: Roberto Reta e Diego Romero (ARG)
Público: 52.809 pagantes
Renda: R$ 1.731.580