quarta-feira, 17 de junho de 2009

Taça Libertadores:Quartas de Final

NACIONAL (URU) 0X0 PALMEIRAS (BRA)
Palmeiras não supera o Nacional e está eliminado da Taça Libertadores

Fim do sonho do bicampeonato. Apesar de muita luta, o Palmeiras ficou no 0 a 0 com o Nacional nesta quarta-feira, em Montevidéu, e está eliminado da Libertadores. Como empatou por 1 a 1 no jogo de ida, no Palestra Itália, a equipe brasileira precisava ao menos repetir este resultado para levar a partida para os pênaltis. Os uruguaios, desta forma, se classificam para a semifinal da competição por causa do gol marcado fora de casa. Aos palmeirenses ficou ainda a sensação de que a história poderia ter sido diferente se o árbitro não tivesse ignorado um pênalti ainda no primeiro tempo.

Na próxima fase, o Nacional terá pela frente o vencedor do confronto entre Estudiantes-ARG e Defensor-URU, que se enfrentam nesta quinta. No jogo de ida, os argentinos venceram por 1 a 0 fora de casa e estão com a vantagem.

Bola no travessão e pênalti não marcado

Apesar da pressão da torcida local, que lotou o Centenário para empurrar o Nacional, os jogadores palmeirenses não se acuaram no campo de defesa. Nos primeiros minutos da partida, as duas equipes erraram muitos passes e o jogo ficou preso no meio de campo. A primeira boa oportunidade foi dos brasileiros, aos oito minutos: Cleiton Xavier bateu escanteio da esquerda e quase fez gol olímpico. O goleiro Muñoz chegou a desviar a bola, que bateu no travessão e ficou bobeando dentro da área, mas nenhum palmeirense conseguiu aproveitar o rebote.



Com dificuldades para penetrar na defesa adversária, o Nacional passou a apostar nos chutes de longa distância para abrir o placar. O mais perigoso aconteceu aos 16 minutos: Dominguez mandou uma bomba em cobrança de falta e Marcos, no centro do gol, espalmou para o lado. Aos 24 minutos, foi a vez de Romero subir ao ataque e, com um chute forte, assustar os palmeirenses. A bola, no entanto, subiu demais.

Mais efetivo com os avanços pelas laterais, o Palmeiras chegou perto do gol aos 30 minutos. Diego Souza recebeu bom passe dentro da área e finalizou, Keirrison desviou a bola, que foi por cima do gol com o goleiro Muñoz já batido. Dois minutos depois, os uruguaios reclamaram que a bola bateu na mão de um defensor alviverde após um bate-rebate na área, mas o árbitro não viu irregularidade e mandou o lance seguir.

Aos 43, foi a vez de os brasileiros reclamarem, e pelo mesmo motivo. Armero desceu pela esquerda e fez o cruzamento, cortado com a mão por Coates, do Nacional. O árbitro assinalou somente o escanteio. Revolta geral na equipe alviverde.

Obina perde grande chance perto do fim

O Palmeiras voltou do vestiário com a pressão ainda maior para tentar chegar ao primeiro gol, mas encontrou um jogo amarrado, cheio de faltas e poucas oportunidades. O tempo corria e os brasileiros só conseguiam entrar na área adversária com bolas aéreas, o que facilitava a vida dos defensores do time uruguaio. Vendo a dificuldade da sua equipe, Luxemburgo aumentou o poder ofensivo com as entradas de Ortigoza e Obina nos lugares de Willians e Marcão.

O primeiro lance de real perigo do Palmeiras aconteceu somente aos 25 minutos, justamente com os jogadores que entraram no segundo tempo. Ortigoza tocou boa bola para Obina dentro da área, o atacante girou e bateu, mas o chute saiu torto, à esquerda do gol de Muñoz.

Jogando sem se expor muito, o Nacional quase não fez o goleiro Marcos trabalhar. Em raro lance de ataque bem trabalhado, aos 30 minutos, Lodeiro recebeu um cruzamento da direita e, da entrada da área, mandou uma bomba. A bola, no entanto, subiu demais. O lance de mais perigo do Palmeiras aconteceu aos 39. Ortigoza desceu pela esquerda e cruzou na medida para Obina, que desviou de cabeça na pequena área e a bola passou rente à trave do Nacional.

No minuto seguinte, os uruguaios se aproveitaram bem do desespero alviverde e puxaram um rápido contra-ataque. Garcia ficou de frente para Marcos e tocou na saída do goleiro, mas a bola saiu mansamente à esquerda do gol. Ainda havia tempo para mais emoção. Aos 45, Cleiton Xavier tentou encobrir o goleiro, que havia saído errado. O arqueiro do Nacional, no entanto, se recuperou e fez a defesa. Aos 46, após cruzamento para a área, o goleiro Marcos foi tentar o gol e quase se torna o herói da classificação após tentativa de cabeça.

Ficha técnica:
NACIONAL 0 x 0 PALMEIRAS
NACIONAL
Muñoz, Romero, Victorino, Coates e Dominguez; Matias Rodriguez, Arismendi, Oscar Morales e Lodeiro; Medina (Angel Morales) e Biscayzacú (Garcia).
Técnico: Gerardo Pelusso.
PALMEIRAS
Marcos, Maurício Ramos, Danilo e Marcão (Obina); Wendel, Pierre, Cleiton Xavier, Diego Souza e Armero; Willians (Ortigoza) e Keirrison.
Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
Cartões amarelos: Medina, Lodeiro (NAC); Diego Souza, Mauricio Ramos (PAL).
Estádio: Centenário, Montevidéu. Data: 17/06/2009.
Árbitro: Carlos Vera (Equador).
Auxiliares: Juan Cedeño e Luis Alvarado (ambos equatorianos).


GRÊMIO (BRA) 0X0 CARACAS (VEN)
Grêmio fica no 0 a 0 com o Caracas e vai às semifinais da Libertadores



Pouco importa que ainda falte aquela atuação de encher os olhos, que persistam algumas desconfianças e que empatar por 0 a 0 em casa contra um time da Venezuela não seja exatamente animador. Tudo isso fica para depois. O que vale mesmo é que o 0 a 0 com o Caracas na noite desta quarta-feira, no Olímpico, colocou o Grêmio nas semifinais da Taça Libertadores da América. Faltam quatro jogos para, se tudo der certo para os tricolores, o time gaúcho ser tricampeão do principal torneio do continente.

Na estreia do 4-4-2 na Libertadores, o time de Paulo Autuori controlou o jogo e criou repetidas chances de gol, mas desperdiçou todas, especialmente com Maxi López. Na defesa, alguns sustos – um deles, no fim do jogo, de apavorar.
O adversário do Grêmio nas semifinais será o São Paulo ou o Cruzeiro. As duas equipes jogam nesta quinta-feira no Morumbi. O time gaúcho visitará quem passar já na semana que vem, ou em Belo Horizonte, ou na capital paulista. Antes, tem Campeonato Brasileiro. No sábado, o Tricolor recebe o Goiás pela sétima rodada.

Faltou o gol

Com um pouco mais de precisão nas conclusões, o Grêmio teria balançado a rede venezuelana no primeiro tempo. Não faltaram chances. Maxi López tentou de tudo que é jeito: em chute cruzado, em cabeceio, até por cobertura. E nada de a bola entrar. Os 45 minutos iniciais foram de dominação tricolor, mas de pouca inspiração. E o time de Paulo Autuori ainda levou alguns sustos.

A superioridade tricolor foi uma questão inclusive matemática. Só nos primeiros 12 minutos, o Grêmio criou quatro oportunidades vivas de gol. Souza, em bonito voleio, quase abriu o placar logo com dois minutos. Na sequência, Maxi apareceu três vezes. O problema é que ele não encontrou o gol. O cabeceio morreu no goleiro, o chute cruzado acertou a rede por fora e o toque por cobertura, após bobeada da zaga em recuo curto, passou por cima.

Aí o Caracas resolveu passear pelo campo de ataque. Lucena viraria herói nacional se o goleiro Marcelo Grohe não voasse bonito para tirar a bola do ângulo com a ponta dos dedos. Quase. Gómez também arriscou de longe, e o goleiro novamente trabalhou. O chute ficou nos braços do gremista, bem posicionado no meio do gol.

Com o 0 a 0 garantindo a classificação, o Grêmio não viu necessidade de colocar a língua de fora. Atacou com calma, na manha, cozinhando o oponente, que marcava forte no campo de ataque, mas deixava espaços atrás. Tcheco, dentro da área, desperdiçou a melhor chance da etapa inicial. Ele bateu de primeira, com a perna canhota, por cima do gol. Maxi, de novo, mandou chute cruzado aos 28. Vega espalmou.

Como vem acontecendo sistematicamente na Libertadores, o Grêmio jogou o suficiente para controlar o adversário no primeiro tempo, mas não teve aquela atuação capaz de convencer os torcedores de que o título está encaminhado. O time ainda errou muito nos cruzamentos, especialmente com Fábio Santos, e se mostrou lento na transição ao ataque.

Sem gol no Olímpico, a torcida do Grêmio teve como alento vibrar com a desgraça do rival. Quando Jorge Henrique colocou o Corinthians na frente do Inter no Pacaembu, pela final da Copa do Brasil, o Olímpico teve o momento de maior vibração no primeiro tempo.

Torcida delira com gol de... Ronaldo

O segundo tempo começou no mesmo tom da etapa inicial. O Grêmio seguiu dominando. O Caracas, temeroso de ceder espaços fatais ao time brasileiro, só atacou com prudência.

Tcheco, com 40 segundos de período complementar, mandou chute perigoso e quase fez o gol. A bola viajou no céu do Olímpico e caiu repentinamente. Quase entrou. A partir daí, o Grêmio fez uma ronda na área venezuelana, mas não conseguiu criar chances até Herrera ir a campo no lugar de um apagado Alex Mineiro, aos 15 minutos. O argentino aprontou correria na direita e mandou na cabeça do compatriota Maxi López, que cabeceou rente à trave direita de Vega. Faltou pouco. De novo.

E aconteceria mais uma vez, novamente com Herrera, novamente em cruzamento da direita, mas desta vez com Souza. O meia apareceu feito centroavante para desviar do goleiro, que rezou para todos os santos e foi atendido. A bola saiu.

Com o passar do tempo, o Caracas tentou avançar em campo para se aproximar do gol. Não deu certo. Acabou criando buracos defensivos que o Grêmio só não aproveitou porque realmente não era a noite de Maxi. Aos 33 minutos, Souza deu passe precioso para Herrera, que deixou La Barbie de frente para o gol. E ele errou de novo.

Aos 39 minutos, o time de Paulo Autuori por pouco não perdeu a vaga. Castellín, quase dentro do gol, cabeceou para fora. Um dos maiores sustos que o Olímpico já viveu. A bola não entrou por milagre.

A torcida do Grêmio não conseguiu comemorar um gol de seu time. Mas ficou feliz da vida ao vibrar com mais um do Corinthians contra o Inter. Se Maxi não fez no Olímpico, Ronaldo marcou no Pacaembu. E os gremistas foram para casa duplamente felizes.

Ficha técnica:
GRÊMIO 0 x 0 CARACAS
GRÊMIO
Marcelo Grohe, Ruy, Léo, Réver e Fábio Santos; Túlio, Adilson, Souza e Tcheco; Alex Mineiro (Herrera) e Maxi López.
Técnico: Paulo Autuori.
CARACAS
Vega, Romero, Barone, Rey e Alejandro Cichero; Vera, Darío Figueroa (Guerra), Lucena e Jesús Gomez (Prieto); Rentería (Valoyes) e Castellín.
Técnico: Noel Sanvicente.
Cartões amarelos: Rentería, Figueroa, Gómez, Castellín (Caracas); Souza (Grêmio).
Público: 40.127 pagantes. Renda: R$ 821.862,00
Estádio: Olímpico. Data: 17/06/2009.
Árbitro: Carlos Torres (PAR).
Auxiliares: Rodney Aquino (PAR) e César Franco (PAR).