Grêmio pressiona o tempo todo, perde um caminhão de gols e fica no zero

Vencer é pouco. O Grêmio poderia ter goleado o Universidad de Chile na noite desta quarta-feira, no Olímpico. A estreia do Tricolor na Libertadores da América foi um massacre do início ao fim do jogo. E uma tremenda injustiça. Com mil e uma chances de gol e dois pênaltis reclamados, o time de Celso Roth não conseguiu balançar a rede adversária. Ficou em um 0 a 0 com gosto de castigo.
O resultado não é nada bom. O Grêmio larga com uma derrapada, divide a segunda colocação do Grupo 7 com o próprio Universidad e agora parte para dois jogos fora de casa, impedido de ficar sem pontos nas viagens. O primeiro é o Boyacá Chicó, da Colômbia, no dia 11. Depois, o Aurora, da Bolívia, dia 25.
Antes, tem Campeonato Gaúcho. Na sexta-feira, provavelmente com reservas, o Tricolor recebe o Veranópolis pela semifinal do primeiro turno.
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Nove chances, nada de gol
Sobraram chances, faltou o gol. O Grêmio amarrou o Universidad de Chile no campo de defesa e atacou o adversário o tempo todo na etapa inicial. O time de Celso Roth teve nove chances reais de gol nos primeiros 45 minutos. E a bola teimou em não entrar.
Foi “La U” quem começou atacando. O Grêmio parecia zonzo na largada do jogo. Teve erros sequenciais de passes e quase levou o gol logo com um minuto de jogo. Díaz bateu escanteio, González desviou de cabeça e Olarra, na segunda trave, não conseguiu concluir. Foi a primeira e única chance dos chilenos na metade inicial da partida. A partir daí, foi Grêmio e mais Grêmio.
Dos seis aos 13 minutos, o Tricolor bombardeou o Universidad. Cinco chances de gol, uma atrás da outra, fizeram o torcedor olhar para o céu com aquela cara de quem pede uma explicação divina para a bola insistir em não entrar. O Grêmio começou martelando com Réver, livre na segunda trave, que cabeceou sobre o gol. Ele próprio teve chance semelhante na sequência, novamente sem sucesso.
Aos 11, um lance lindo. Jadilson, a surpresa do time, acionou Tcheco na esquerda. O capitão mandou no peito de Jonas, que deixou a bola preparada para o chute de Souza. Foi uma patada do meio-campista, mas por cima. Quase.
Tudo passou por Souza no Grêmio, mas Jadilson também pintou bem na esquerda. Foi ele quem lançou a bola para Jonas desviar de cabeça e obrigar o goleiro Pinto a fazer uma defesa incrível, em uma aula de reflexo. E o camisa 1 de “La U” repetiu a dose mais tarde, desta vez em cabeceio de Alex Mineiro. Não fosse o goleiro, o Grêmio teria largado na frente.
O goleiro e também a trave. No fim do período, Souza, sempre ele, dominou pelo meio, mirou o canto esquerdo de Pinto e mandou o chute. A bola estourou no poste, em um resumo do que foi o primeiro tempo: pressão, bafo na nuca e nada de gol.
Segue o bombardeio
Água mole em pedra dura tanto bate até que não acontece nada. O Grêmio seguiu com uma pressão incrível no segundo tempo. Teve novas chances, algumas ainda mais claras do que as do período anterior, mas não tinha jeito. A bola parecia chilena. Ela não queria entrar de jeito nenhum.
No primeiro minuto, Rafael Marques perdeu gol feito de cabeça. Deveria ter feito, mas cabeceou um pouquinho torto, para fora. Logo depois, ele teve outra chance. Foi um lance que beirou o sobrenatural.
O zagueiro concluiu no rumo certo. A bola migrava para o fundo do gol, mas a defesa chilena cortou sobre a linha. No rebote, Réver parou em defesa incrível do goleiro. O bate-rebate prosseguiu até a arbitragem parar a jogada por ver falta em Pinto.
Não foi tudo. Antes, Souza tinha mandado uma bomba no travessão. Depois, Alex Mineiro desperdiçou outra chance. Ele recebeu na área, driblou o goleiro e mandou em diagonal para o gol. A bola rolou lentamente, quase preguiçosa, até Contreras cortar.
Não tinha jeito. A pressão seguiu, Jonas perdeu gol feito, pediu um pênalti, Celso Roth colocou Douglas Costa e Reinaldo, o adversário teve um jogador (o lateral-direito Díaz) expulso, mas foi o mesmo de antes. Por uma dessas maldades do futebol, a bola não entrou. O Grêmio merecia mais. Muito mais.
Ficha técnica:
GRÊMIO 0 x 0 UNIVERSIDAD DE CHILE
GRÊMIO
Victor, Léo (Douglas Costa), Réver e Rafael Marques (Fábio Santos); Ruy, Adílson, Tcheco, Souza e Jadilson (Reinaldo); Jonas e Alex Mineiro.
Técnico: Celso Roth.
UNIVERSIDAD DE CHILE
Pinto, González, Rivera e Olarra; Díaz, Iturra (Contreras), Seymour, Angel Rojas (Cuevas), Hernández e José Rojas; Olivera.
Técnico: Sergio Markarián.
Cartões amarelos: Alex Mineiro, Ruy e Rafael Marques (Grêmio); Iturra, Algel Rojas e Díaz (Universidad de Chile).
Cartão vermelho: Angel Rojas (Universidad de Chile).
Público total: 33.431. Renda: R$ 638.572,00
Estádio: Olímpico, em Porto Alegre (RS). Data: 25/02/2009.
Horário: 21h50m (de Brasília).
Árbitro: Martín Vázquez (Uruguai).
Auxiliares: Carlos Pastorino (Uruguai) e Miguel Nievas (Uruguai).
DEPORTIVO QUITO (EQU) 1X1 CRUZEIRO (BRA)
Com dois expulsos, Cruzeiro leva gol nos acréscimos e fica no empate: 1 a 1

O Cruzeiro voltou a terminar uma partida pela Libertadores sem seus 11 jogadores. E ia vencendo mais uma vez apesar de duas expulsões, até levar o gol de empate do Deportivo Quito aos 46 minutos do segundo tempo. Com o resultado por 1 a 1 no Equador, o time mineiro vai a quatro pontos no Grupo 5, contra dois do adversário. Universitario de Sucre (um ponto) e Estudiantes (zero) se enfrentam nesta quinta-feira, completando a segunda rodada.
Ramires marcou o gol dos visitantes no estádio Olímpico Atahualpa, em uma partida que parecia fácil. O Cruzeiro dominou amplamente o primeiro tempo, mas acabou recuando depois que Wellington Paulista e Fabrício receberam o cartão vermelho, assim como Luis Checa, do time equatoriano. São três expulsões em dois jogos na competição - na estreia contra o Estudiantes, o atacante Kléber foi para o chuveiro mais cedo.
O próximo compromisso pela Libertadores será na quarta-feira, na Bolívia, contra o Universitario de Sucre. Antes, vem o jogo contra o Ituiutaba pelo Campeonato Mineiro, às 16h de domingo. O Deportivo Quito joga apenas no dia 10 de março (terça-feira), contra o Estudiantes, novamente no Equador.
No começo, partida sob controle
O time de Adilson Batista começou a partida ansioso, dando chutões e insistindo em passes longos - e errados. Mas o adversário se mostrou frágil, sem conseguir dar sequência às jogadas e mal chegando à área. Com isso, o Cruzeiro se tranquilizou e aproximou o meio-campo do ataque. Aos 15 minutos, já mandava na partida.
As melhores chances vieram de passes para os avanços pelas laterais. As chances se sucediam. Em jogadas de linha de fundo, Ramires, Wellington Paulista e Wágner estiveram próximos de abrir o placar. O Deportivo Quito só pôs Fábio para trabalhar em chutes de fora da área, sempre sem perigo.
Marcando muito mal em sua intermediária, os equatorianos passaram a apelar para as faltas. E foi numa delas que saiu o gol do Cruzeiro. Aos 38 minutos, Wagner fez a cobrança pela esquerda, e Ramires cabeceou para a rede, marcando o seu sétimo gol na temporada - o primeiro na Libertadores.
Wellington Paulista é expulso no primeiro tempo
Com o jogo tranquilo, só uma coisa poderia atrapalhar o Cruzeiro: o nervosismo de alguns jogadores, especialmente Fabrício e Wellington Paulista. E foi o atacante que acabou expulso, após levar dois amarelos, o primeiro por uma troca de empurrões dentro da área e o segundo pelo excesso de faltas, aos 42 minutos.

Para o segundo tempo, o Cruzeiro poderia viver um problema: jogando na altitude, cada jogador teria de correr um pouco mais para suprir a ausência de Wellington Paulista. O drama, no entanto, durou sete minutos. Luis Checa resolveu dividir uma bola no alto com Thiago Ribeiro aplicando um golpe de caratê. Recebeu o cartão vermelho, e cada equipe ficou com dez jogadores.
O time mineiro resolveu, então, trocar passes e esperar o tempo passar. O Deportivo Quito já conseguia ao menos trocar passes, graças à entrada de Luis Fernando Saritama, mas continuava sem levar perigo à meta de Fábio.
Barreira defensiva não impede o gol de empate
Aos 21 minutos, o Cruzeiro teve outro jogador expulso: Fabrício, após falta dura por trás. Imediatamente, Adilson Batista resolveu fazer sua primeira substituição, trocando Wagner por Henrique. Sete minutos depois, preocupado com a pressão que se desenhava, ele tirou o único atacante que ainda restava, Thiago Ribeiro, e pôs mais um volante, Elicarlos. Depois, Soares reforçou o setor ao entrar no lugar do valente Ramires.
O Deportivo Quito passou a tocar a bola no campo de ataque, mas sua fragilidade o impedia de criar muitas oportunidades de gol. Aos 46 minutos, no entanto, veio o golpe: Donoso fez o cruzamento, após driblar Elicarlos, e Caicedo cabeceou para a rede: 1 a 1.
Ficha técnica:
DEPORTIVO QUITO 1 x 1 CRUZEIRO
DEPORTIVO QUITO
Bonard García, Franklin Corozo, Geovanny Caicedo, Luis Checa e Isaac Mina; Edwin Tenorio, Daniel Mina (Oswaldo Minda), José Luis Cortez (Luis Fernando Saritama) e Mauricio Donoso; Martín Mandra (Léider Preciado) e Nicolás Asencio .
Técnico: Rubén Darío Insúa.
CRUZEIRO
Fábio, Jonathan, Leo Fortunato, Leonardo Silva e Fernandinho; Fabrício, Marquinhos Paraná, Ramires (Soares) e Wagner (Henrique); Thiago Ribeiro (Elicarlos) e Wellington Paulista.
Técnico: Adilson Batista.
Gols: Ramires, aos 38 minutos do primeiro tempo; Caicedo, aos 46 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Daniel Mina, Franklin Corozo, Luis Checa, Edwin Tenorio, Geovanny Caicedo (Deportivo Quito); Fabrício, Wellington Paulista, Fábio (Cruzeiro).
Cartões vermelhos: Luis Checa (Deportivo Quito); Wellington Paulista e Fabrício (Cruzeiro).
Estádio: Olímpico Atahualpa. Data: 25/02/2009.
Árbitro: Georges Buckley (PER).
Auxiliares: Winston Reategui (PER) e Luis Abadie (PER).
Público: 6.960 pagantes.
CHIVAS (MEX) 6X2 EVERTON (CHI)
Chivas goleia o Everton-CHI e assume a liderança do Grupo 6

Com uma goleada de 6 a 2 sobre o Everton-CHI, nesta quarta-feira (horário local) em Guadalajara, o Chivas-MEX assumiu a liderança do Grupo 6 da Taça Libertadores da América. Em outro jogo da chave, o Caracas bateu o argentino Lanús por 3 a 1, no estádio Olímpico da capital venezuelana.
O time mexicano está na primeira colocação com quatro pontos, seguido pelo venezuelano, que agora tem três, o mesmo que o Everton, mas com a vantagem no saldo de gols. O Lanús está na lanterna, com apenas um ponto.
Na partida de Guadalajara, o Chivas começou arrasador e fez quatro gols no primeiro tempo: Sergio Ponce, aos 18 minutos, Ramon Morales, aos 23, em cobrança de pênalti, Alberto Medina, aos 32, e Marco Fabián, aos 37. O Everton reagiu no início do segundo tempo, com gols de Gutierrez, aos cinco, e Miralles, de pênalti, dois minutos depois. A equipe mexicana travou a reação chilena com dois gols de Javier Hernandez, um aos 32 e outro aos 42.
Em Caracas, todos os gols foram marcados na etapa final. José Manuel Rey marcou a um minuto, Darío Figueroa fez aos três, e Rafael Castellín, aos 26. José Sand descontou para os argentinos, aos 39.
A terceira rodada do Grupo 6 terá os seguintes jogos, ambos no dia 11 de março: Everton x Lanús, em Viña del Mar, e Chivas x Caracas, em Guadalajara.